sexta-feira, 16 de maio de 2008

Memória de Santarém - Por Lúcio Flávio Pinto


Nuvens de mosquitos
Enquanto o ministro da saúde, Mário Pinotti (o "ministro do ano" em 1959), anunciava em Brasília a erradicação da malária na Amazônia, Santarém "nunca esteve tão povoada de mosquitos" como naquele 1960. A cidade, conforme o testemunho do jornal local, "está inteiramente tomada por nuvens do perigoso inseto transmissor, perturbando o sono de seus habitantes e contaminando-os".
Atribuía-se essa situação à falta da dedetização, que não era feita havia dois anos, por falta do produto químico, apesar de a cidade já contar então com um escritório do serviço de combate à malária,. O serviço era eficiente quando estava entregue ao órgão encarregado do combate à febre amarela.

Atravessadores
A imprensa alerta as autoridades para a volta, em 1960, dos atravessadores, "sobretudo no comércio de aves, galinhas, patos e perus". Os criadores estavam conseguindo vender seus produtos no Mercado Municipal, negociando diretamente com os compradores. Mas começaram a aparecer os atravessados, "não permitindo que ninguém compre uma galinha do produtor, adquirindo todos os lotes que são trazidos das colônias para revendê-las uma a uma a 2000,00 em esconderijos previamente preparados".

Primeiras debutantes
Foi no tradicional Baile das Flores de 1960, realizado em maio, que pela primeira vez o Centro Recreativo apresentou suas debutantes à sociedade, prática que se repetiria todos os anos a partir daí. As primeiras a debutar foram Maria do Socorro Mendes Lopes, Vanice Frazão, Terezinha Matos, Ofélia Rodrigues de Maria de Lourdes Rocha, que desfilaram com seus "lindos e luxuosos vestidos de soirée". Maria do Socorro, filha do casal Moacir e Elizabeth Lopes, foi ainda eleita Miss Primavera.

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