quarta-feira, 4 de junho de 2008

Professores mantêm greve e prometem ocupar a Seduc hoje

No Amazônia:

Os professores da rede pública estadual não se renderam à pressão do governo do Estado e continuam em greve. A decisão foi tomada na manhã de ontem durante uma assembléia geral no salão do colégio Souza Franco, com os ânimos bastante acirrados após o anúncio do governo de que só negocia se os docentes voltarem às salas de aula. Em resposta, e mostrando a força da categoria, hoje eles irão ocupar a sede da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) a partir das 9 horas, quando farão uma assembléia geral da qual só sairão com uma proposta por escrito do Executivo.
A categoria quase racha durante a assembléia de ontem. Por duas vezes a votação para decidir pelo fim ou manutenção da greve deu empate e só na terceira tentativa é que a maioria decidiu em estender a paralisação pelo menos até o fim desta semana, ou até quando o governo decidir oficializar em um documento todas as propostas.
'Não abaixamos a cabeça para a Justiça, nem para a polícia, não vamos agora abaixar só porque a governadora mandou voltar às aulas', esbravejou Conceição Holanda, coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp). 'Suspender a greve hoje seria uma derrota vergonhosa para a categoria', analisou Manuel Cândido, da direção do Sintepp. 'Enquanto não tomarmos uma medida radicalizada, esse governo não vai nos respeitar', destacou Mateus Araújo, outro membro do sindicato, que chegou a acreditar que a categoria voltaria às salas de aula ainda hoje.
Mas ele garantiu que o movimento não irá desistir das reivindicações.'Economicamente estamos saindo da greve como entramos, com o governo oferecendo R$ 30 para auxílio alimentação e possibilidade de reajuste no abono, que não é ganho real. Independente do que for decidido agora, temos a possibilidade de retomar o movimento em agosto, já que temos uma segunda data base em outubro', avisou Mateus. 'Se voltarmos agora, vão dizer que tomamos a bênção do governo. Que fique claro que o jogo não acabou, esse foi só o primeiro tempo. O segundo tempo será em agosto, e terá direito a prorrogação e pênalti, se for necessário', completou Miguel Ribeiro, professor dos colégios Orlando Bittar e Santa Maria de Belém.
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Em Santarém, os professores decidiram também continuar em greve.

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