quarta-feira, 11 de junho de 2008

Sespa repassou hospital regional sucateado a Pro-Saúde

Alessandra Branches
Repórter

O diretor do Hospital Regional médico Marcelo Bitencourt aproveitou a audiência pública da última sexta-feira (6) para colocar perante as autoridades a situação crítica em que encontrou o Hospital regional no momento em que a Pró-Saúde assumiu a gestão do mesmo.
Ele reclama que o hospital não tinha água, pois o único poço apresentava problemas na bomba me foi necessário que um novo poço fosse aberto. O médico estranhou o fato de uma unidade que atendia pacientes não ter enxoval médico básico e nem insumos como luvas cirúrgicas, esparadrapo e até seringas. Bitencourt também denunciou a questão de equipamentos estarem danificados, muitos pelas quedas de energia e outros por mau uso.
Um dos maiores problemas encontrados hoje no hospital é o isolamento do 4º andar, que não está funcionando pelos vazamentos nos canos. Dos 104 leitos do hospital 31 localizam-se no 4º andar e estão desativados. Até a última sexta-feira o hospital tinha 57 pacientes internados. As maiores dificuldades serão colocar em funcionamento os setores de hemodinâmica, hemodiálise e radioterapia, todos devem estar em funcionamento até o fim deste ano.
O médico destacou a presença de uma equipe da Secretaria Estadual de Educação (Sespa) que está presente no hospital acompanhando as atividades realizadas. Ainda nas irregularidades encontradas Marcelo apontou a questão do lixo hospitalar que não poderia ser tratado, sendo que as máquinas que o aquecem e compactam e também a câmara que armazena este lixo foram encontradas quebradas.
O diretor afirma que a Pró-Saúde comprou de uma empresa de São Paulo enxoval descartável no valor de R$ 50 mil, que engloba jalecos e equipamentos cirúrgicos e ainda precisou comprar lençóis no comercio local, gastando R$ 3.400. em relação aos insumos o médico apontou o problema logístico do Pará ainda mais que muitos insumos tem de vir de São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte porque as máquinas de Santarém são tão sofisticadas que nem em Belém encontra-se insumos para elas.
Para que as necessidades médicas não voltem a faltar o médico afirma que estão sendo feitos estoques para 60 dias. "Quem tem uma empresa sabe que é muito difícil comprar produtos e estocar por 60 dias, mas como se trata de um hospital não podemos deixar falta de maneira alguma" destacou.
O médico ainda afirma ter gastado R$ 7.500 para recarregar os extintores de incêndio, pois os 119 existentes na unidade estavam vencidos. "Se acontecesse um incêndio não tínhamos nem água e nem extintores" afirmou.
Dentro de 30 dias o hospital deverá ter uma unidade própria de coleta de sangue, pois hoje recebe doações do hemocentro municipal.
O presidente do sindicato dos médicos, Rodrigo Rodrigues, afirmou que esta administração trabalha com clareza e confirmou as informações de Marcelo de que as internações e exames estão começando a acontecer. O médico afirma que apenas falta a regularização dos profissionais, ou seja, firmar contratos, o que a Pró-Saúde prometeu fazer em no máximo 15 dias.
Em relação aos salários a Sespa já quitou boa parte dos atrasos, o médico afirma que apenas um mês está atrasado, mas que já há promessa de que o mesmo seja quitado em breve.

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