quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

INDICIADA MULHER QUE ENVENENOU ONZE PESSOAS POR CIÚMES

VALDIR RIBEIRO
FREE-LANCE


A doméstica Joelma Batista de Sousa 30 anos moradora na Comunidade Tipizal, que fica na Rodovia Santarém - Curuá-Una está sendo investigada sob acusação de envenenar onze pessoas, fato ocorrido na última segunda - feira (01) naquela localidade, onde reside. Ela está presa na penitenciária de Cucurunã.
Ela confessou que enviou um bolo de chocolate contendo colocou veneno identificado por "chumbinho" que seria endereçado a uma jovem de 15 anos que ela suspeita de estar se relacionando amorosamente com o esposo dela, Rivaldo dos Santos de 32 anos.
Um mototáxi foi contratado pela acusada para entregar o bolo a destinaria, e mais R$ 10,00 para comprar refrigerante. De fato a encomenda chegou ao destino, mas a jovem convidou vizinhos, e parentes para degustar do alimento, inclusive a filha de 1 ano e 6 meses que comeu uma fatia do bolo. Após se alimentarem 9 das onze pessoas passaram mal chegando ao ponto de desmaiar, vomitar e a ter muita diarréia.
Em seguida, populares que observaram a situação entraram em desespero, e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Três ambulâncias foram à comunidade, os funcionários prestaram os primeiros atendimentos no local, e removeram os pacientes rapidamente ao Pronto Socorro Municipal (PSM).
Na unidade de saúde o médico plantonista Gilvandro Valente organizou a equipe de plantão e prestou os atendimentos adequados às vítimas.
De acordo com informações de funcionários que participaram da ação na unidade de saúde, naquela segunda-feira foi um dia tenso na emergência do hospital municipal porque o PSM estava lotado quando os pacientes começaram a chegar, e ainda tinham os parentes e imprensa quem queriam informações a respeito do estado de saúde dos pacientes.
Eles informaram ainda, que os atendimentos foram rápidos, pois algumas das vítimas estavam em estado grave, mas a partir das medicações os estados passaram a se estabilizar.
Ainda na segunda-feira parte dos pacientes foi liberada. Quatro dos que ficaram internados foram transferidos ao Hospital São Camilo, mas receberam alta no dia seguinte ao episódio.
INVESTIGAÇÃO
A partir daí, as autoridades entraram em ação com a finalidade de esclarecer o fato, e punir a responsável pelo crime, uma vez que várias pessoas comeram o bolo, e quase morrem envenenadas.
A Polícia Civil não teve muito trabalho para desvendar o caso, porque na comunidade quase todos os moradores sabiam que Joelma não gostava da menor por causa do suposto relacionamento com a esposo dela.
A equipe de investigadores da PC esteve em Tipizal, e realmente confirmou a informação do mal entendido entre as duas, foi quando o delegado Hebert Farias foi àquela comunidade na madrugada da última quinta - feira (04), e conduziu a acusada à delegacia da Polícia Civil.
Joelma foi ouvida em depoimento e confessou o crime, em seguida o processo foi encaminhado à justiça para que o poder judiciário apresentasse o parecer referente ao caso. J Joelma foi levada ao Centro de Perícia Cientifica Renato Chaves para exame de corpo de delito, e ao Centro de Recupera cão Silvio Hall de Moura para aguardar a manifestação da justiça.
Joelma declara arrependimento pelo que fez. Ela respondeu algumas perguntas a reportagem do Jornal O Estado do Tapajós.
O Estado do Tapajós: Por quê a senhora mandou o bolo envenenado á amante do seu marido?
Joelma: Foi um momento de ciúme doentio, e existiam muitas conversas. Acredito que as pessoas não queriam me ver feliz com meu marido. Aí não agüentei a pressão, mas que o ocorreu foi um momento de fraqueza por causa das conversas, e resolvi mandar o bolo com o veneno.
O Estado do Tapajós: Como à senhora fez para mandar o bolo?
Joelma: Eu comprei em uma panificadora no valor de R$ 25, 00, e paguei um mototaxista no valor de R$ 30, 00 para levar até a comunidade de Tipizal que fica a 25 km de Santarém, e ainda entreguei ao condutor da moto R$ 10,00 para dar a ela comprar refrigerante para comer com o bolo.
O Estado do Tapajós: E o veneno como à senhora conseguiu?
Joelma: Eu tiinha em casa porque tem muitos insetos lá, mas não sabia que poderia matar uma pessoa. A minha intenção era dá um susto nela. Eu mesmo coloquei a substância por todos os lados, antes de enviar o bolo.
O Estado do Tapajós: A senhora não imaginou, que além da amante, outras pessoas poderiam comer o bolo?
Joelma: O meu alvo era uma pessoa, não as que comeram, pois o restante não tinha nada a ver. Das vítimas umas eu conheço há muito tempo, e outras recentes. Têm pessoas que nunca me fizeram nada. Agora espero que elas se coloquem no meu lugar, apesar de saber que não é fácil, mas que se fiquem um pouco no meu lugar. Foi um momento de desespero, de fraqueza. Arrependo-me de tudo que eu fiz, inclusive com a menina que estava tendo o caso com meu marido.
O Estado do Tapajós: Quando a senhora soube da quantidade de pessoas que havia envenenado ainda foi ao hospital?
Joelma: Eu fui visitar as pessoas, e não fazer pouco como falaram na comunidade. Estive na unidade de saúde porque minha mãe me comunicou que minha cunhada estava envenenada, e eu também observei o marido dela correndo de um lado para outro, em desespero. A minha intenção era ajudá-la porque ela era irmã do meu esposo, e eu queria apóiá-la.
O Estado do Tapajós: O que seu marido falava sobre os comentários sobre o relacionamento com a menor?
Joelma: Ele disse que não tinha nada com ela, mas eu peguei uma vez. Nesse período eu sofri muito, até fui espancada pelo meu marido por causa dela, e até escapei até de perder um filho, uma vez estava grávida. Na época, denunciei o caso à Polícia Civil sobre as agressões. Meu marido ficava com muita raiva quando tocava no nome dela.
O Estado do Tapajós: Como seu marido reagiu quando soube de sua atitude?
Joelma: Ele ao saber da história deu as costas para mim. E não prestou nenhum apoio, mas se fosse com ele estaria ajudando em qualquer situação. Como agiu desta forma vou responder sozinha na justiça, e pagar pelo crime que cometi. Se eu fiz, agora vou pagar por isso!.
O Estado do Tapajós: Como a senhora encara essa situação?
Joelma: Eu acredito em Deus. Ele vai me ajudar, pois está aí para apoiar todos os pecadores em qualquer situação. Então seja o que Deus e a justiça decidirem.

JOELMA FOI INDICIADA POR TENTATIVA DE HOMÍCIDIO

Os delegados Hebert Farias Junior e Jamil Farias Casseb foram quem comandaram a equipe que prendeu Joelma Batista na Colônia Tipizal. Jamil informou que diante dos fatos conseguidos através do inquérito policial presidido pelo delegado Hebert foi identificado o mototaxi que levou o bolo até a destinatária, e a panificadora que confeccionou o bolo.
Segundo ele, a acusada assume a autoria do fato e narra os motivos que levaram a fazer isso. "Diante disso, a materialidade comprovada, e autoria identificada. A Joelma foi indiciada por tentativa de homicídio, ainda bem que não houve vítima fatal. E agora ela vai responder o crime na justiça", enfatizou Jamil. Ele informou ainda que a acusada foi encaminhada a Penitenciária onde aguardará a manifestação da justiça.

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