quarta-feira, 12 de março de 2008

Cada bebê terá direito a uma muda de árvore

Eis uma boa idéia para ser adotada pela Câmara de Vereadores de Santarém:

O Distrito Federal pode ficar mais arborizado nos próximos anos. A Câmara Legislativa do DF aprovou no último dia 5 a Lei n.º 4.102, que cria o programa Plantando Vidas. A norma determina que uma muda de árvore frutífera ou ornamental deve ser doada ainda nos hospitais para cada criança nascida na rede pública ou privada da região. Por ocasião da alta hospitalar, as mães receberão a planta e um cartão com a mensagem “Seu filho merece viver em um mundo melhor. Plante essa idéia”. As mudas serão doadas pela Secretaria de Agricultura ou entidades que atuem na área de preservação ambiental.

Mineradoras podem importar diretamente para porto de Santarém

As mineradoras que atuam na região oeste do Pará não precisam mais fazer as suas importações pelo porto de Belém. Nesta quinta-feira, 13, tem início o primeiro embarque de contêiner no porto de Santarém, que a partir de agora conta com o serviço de movimentação de contêineres, facilitando a exortação e permitindo a importação de produtos de tomas as partes do mundo.
Antes, o porto de Santarém só movimentava cargas soltas, o que impedia as mineradoras de importarem diretamente para um município da região onde atuam.
O gerente comercial da CMA-CGM, Rodolfo Castro, informou que a companhia já está mantendo contato com as mineradoras que atual na região, a Mineração Rio do Norte e a Alcoa, para que elas possam importar para o porto de Santarém. Segundo ele, as expectativas são boas. Já há conversações também com a Rio Tinto, que desenvolve pesquisas minerais na região da Calha Norte e pretende investir mais de R$ 4 bilhões em um projeto de extração e beneficiamento de alumínio.
Leia mais em Ecoamazônia.

Chiquinho da Umes assume mandato e critica atendimento desumano no hospital municipal

Em seu discurso de estréia na Câmara de Santarém, o vereador Chiquinho da Umes (PSDB) anunciou que está ' à disposição da bancada de oposição para trabalhar em benefício do povo.'
E foi logo criticando a prefeitura. "Lamentavelmente vivenciei o drama de um jovem que foi picado por uma cobra e passou mais de 40 minutos para ser atendido no Hospital Municipal, com muita dor e sem maca, o atendimento se tornou desumano".
O vereador que foi beneficiado pela decisão do TRE que cassou o mandato do vereador Luiz Alberto Cruz, lamentou a carência de médicos e enfermeiros para atender cerca de 350 pessoas por dia e solicitou que os vereadores verifiquem in loco o que está acontecendo no hospital municipal, principalmente nos finais de semana .

Aposentados e pensionistas têm 30 dias para confirmar dados no INSS

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) publicou ontem a relação de 1.562 aposentados e pensionistas que devem atualizar dados cadastrais para não perder o benefício.Os convocados têm 30 dias para comparecer à Agência da Previdência Social que mantém seu benefício, pessoalmente, ou por meio de representante legal ou procurador, para informar seu novo endereço. Os aposentados e pensionistas (ou seu representante legal) devem levar o CPF, documento de identidade com fotografia e o endereço correto da residência.Caso as informações sejam prestadas pelo procurador do titular, os servidores do INSS irão ao novo endereço indicado para nova pesquisa. Somente depois que o funcionário do INSS conseguir localizar o beneficiário é que o cadastro voltará à normalidade. Os convocados são beneficiários que realizaram o censo previdenciário por meio de procurador ou representante legal. Mesmo com a atualização dos dados pelo procurador, o INSS precisa localizar e comprovar que o titular está vivo. Quem não procurar o INSS no prazo de 30 dias terá o benefício suspenso. Depois dessa data, haverá tolerância ainda de 90 dias para regularizar a situação.

Relação de Beneficiários do Estado do Pará:

ABEDINA DA COSTA LIMA (105.217.791.0); ADELAIDE FERREIRA (098.302.824.9); ADILINO DOS SANTOS (111.066.437.8); ALCEU DIAS DE ARAUJO FILHO (029.790.379.9); ALESSANDRA PANTOJA SOARES (112.543.447.0); ALZERINA M P DO NASCIMENTO (095.720.259.8); AMELIA CABRAL DA SILVA (099.205.799.0); ANA CHEILA PAULO DE DEUS (117.964.615.8); ANDELINA PEREIRA DE LEMOS (102.294.848.0); ANGELA MARIA DELGADO CORREA (110.322.145.8); ANGELA MARIA P TEIXEIRA (119.802.589.9); ANORINDA MARIA DE SOUZA (099.203.725.5); ANTINIO HELIO DA LUZ (105.220.517.5); ANTONIA ALVES CORDEIRO NOBRE (121.067.199.6); ANTONIA FERREIRA DA SILVA (111.065.667.7); ANTONIA RODRIGUES FELIPE (120.281.170.9); ANTONIO MENEZES DA SILVA (094.586.145.1); ANTONIO RODRIGUES DE SOUZA (117.964.579.8); ANTONIO SANTOS DE OLIVEIRA (111.361.588.2); ANTONIO SILVA CORREA (106.284.642.4); AUGUSTO SEVERIANO (106.388.242.4); BEATRIZ GOMES DA S SANTOS (104.282.280.5); BENEDITA DA SILVA (100.761.187.9); CARLOS ALBERTO F DE SOUZA (119.658.515.3); CASSEMIRO ONOFRE COSTA (094.066.604.9); CONCEICAO GOMES DE ABREU (105.221.210.4); CREUZA SOARES DE SOUZA (120.748.467.6); DENIVALDO QUINTO DOS SANTOS (112.956.679.7); DEOLANDA BATISTA DA CUNHA (115.941.196.1); DOLORES DO SOCORRO DA S GAMA (127.270.124.4); DOMINGAS PIRAJA PINHEIRO (064.790.999.5); DORISMAR PEREIRA SANTANA (104.514.642.8); EDILSON COELHO DE ALMEIDA (108.696.201.7); EDSON LUIS MELO CARNEIRO (105.287.981.8); ELENI MOREIRA DOS SANTOS (113.643.923.1); ELIAS CORREA DE JESUS COSTA (100.775.785.7); ELIENE SANTANA SOUSA (126.315.133.4); ELZA RIBEIRO DE SOUSA (105.463.793.5); ERVA DOS SANTOS FERREIRA (108.885.411.4); EUCLENILDA C DE O SANTOS (029.785.164.0); EVANILDE DA CONCEICAO SOUSA (109.850.766.2); FLORENTINA F DE ARRUDA (098.299.615.2); FLORISA MACHADO DA SILVA (029.791.254.2); FRANCISCA BARBOSA DE CASTRO (102.557.272.3); FRANCISCA DAS C P DA SILVA (114.357.864.0); FRANCISCA DOS S P DE SOUSA (114.968.425.6); FRANCISCA G DOS SANTOS (030.660.275.0); FRANCISCA ZULEIDE DE FRANCA (100.748.634.9); FRANCISCO NUNES DOS SANTOS (107.689.717.4); GENUINO PIACENTINO (052.806.855.5); GERALDA ONOFRE DA SILVA (116.037.008.4); GERSON FERREIRA MORAIS (105.220.391.1); GODOFREDO PEREIRA (092.911.190.7); GRACILENE DA SILVA COSTA (115.052.832.7); GUIOMAR MARTINS RIBEIRO (054.649.680.6); GUIOMAR V DOS S PEREIRA (100.763.233.7); HONORATA MARIA DA CONCEICAO (051.096.322.6); IDACINETE SOUZA GOMES (103.504.224.7); IEDA MARA SANTOS DE SOUZA (029.789.918.0); ILDA DA SILVA (029.791.754.4); ILDA PEREIRA LIRA (126.315.021.4); ITAMAR BARBOSA DOS REIS (104.283.674.1); IVAN BRANDAO OLIVEIRA (112.379.904.8); IZABEL DOS SANTOS RAMALHO (117.147.461.7); JOANA ARAUJO DA SILVA (120.684.592.6); JOANA NERES DA PENHA SANTOS (113.453.748.1); JOANA PEREIRA DE ANDRADE (052.179.842.6); JOAO JOSE LOPES (078.973.538.5); JOAO MORAES GOES (108.423.210.0); JOSE ANTONIO DE ALENCAR (105.221.303.8); JOSE DE JESUS AZEVEDO (116.037.945.6); JOSE EMILIO PANTOJA DA SILVA (054.629.605.0); JOSE GERALDO DE ARAUJO (111.066.445.9); JOSE LINO DOS SANTOS (100.748.535.0); JOSE PEREIRA DA CRUZ (105.220.837.9); JOSE PINHEIRO DO NASCIMENTO (105.741.378.7); JOSE RITA CARLOTA DE FREITAS (112.840.831.4); JOSEFA PEREIRA DOS SANTOS (064.799.386.4); JOSENILDO DOS ANJOS SILVA (120.283.090.8); JOSUE CANDIDO DE ARAUJO (103.568.090.1); JULIANY BORGES DOS SANTOS (108.885.384.3); KATIA CILENE S DOS SANTOS (106.158.682.8); KWYRKRO KAYAPO (106.389.301.9); LAURA RODRIGUES DOS SANTOS (117.839.670.0); LEANDRO DA SILVA ANDRADE (100.767.878.7); LIDIA VIEIRA LUNA (110.674.634.9); LINDALVA DA SILVA PERDIGAO (120.282.565.3); LOURDES BELLARMINO PEREIRA (114.049.970.7); LUCILA QUEIROZ DE FARIAS (102.689.779.0); LUZIA DOS SANTOS SILVA (103.139.596.0); LUZIA MENDES MARTINS (110.745.411.2); LUZIA VERAS DA SILVA (049.945.000.0); MANOEL ARISTIDES A FAVACHO (052.183.927.0); MANOEL BRITO SALDANHA (100.763.168.3); MANOEL DE SOUSA.

Feira do peixe vivo

A feira do peixe vivo de Santarém será realizada no trevo da Fernando Guilhon com a entrada para o Maracanã, no Estádio Barbalhão, no Mercadão 2000 e em frente ao Colégio Batista, onde está localizada a sede da Associação dos Piscicultores.
O quilo do pescado ficará em torno de R$ 7,00 .

Ana Júlia anuncia R$ 3,6 milhões para distrito industrial de Santarém

A governadora Ana Júlia anunciou que o governo do estado vai investir este ano no interior do estado grande soma de recursos nas áreas de fomento à industrialização, internet, biocombustíveis, regularização fundiária e cadastro estadual de florestas.

Quem conta as novidades é Olavo Neves, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém, direto de Belém, onde participou de reunião do Fórum Paraense de Competitividade, presidido pela governadora:

1-- O governo dará um foco especial para verticalização da produção em diversos municípios do Estado. No caso de Santarém serão destinados R$ 3,6 Milhões para implantação e fomento de um distrito industrial no município.
2- A Eletronorte estará até julho disponibilizando a comercialização de 5 gigas de banda larga através de fibra ótica para diversos municípios que carecem de internet de qualidade.
3- Serão criados diversos polos de produção de bio-combustível no Estado com vultosos investimentos, gerando nova perspectiva para muitas famílias que hoje vivem a margem do desenvolvimento.
4- Um dos principais focos do fórum será buscar a regularização fundiária e a ordenação do território paraense em todos os sentidos. Segundo a governadora, a medida é vital para estabelecer a paz no campo.
5- Durante o ano de 2008 estará sendo feito o cadastro Estadual de Florestas públicas e no ano seguinte (2009) serão licitados.
6- O forum se reunirá a cada 3 meses até o final do governo Ana Júlia, e durante estes intervalos, grupos de trabalho estarão reunindo para apresentar propostas que serão avaliadas durante estas reuniões trimestrais.: 05/06 , 11/09 e 04/12.
7- ACES foi convidada pessoalmente pela governadora aparticipar do fórum, a qual disponibilizou acento permanente para a entidade no conselho.

Vereador de Uruará cassado pelo TRE

Em sessão na manhã desta quarta, 12, o Tribunal Regional Eleitoral cassou o mandato do vereador vereador Francelino Batista de Lima, do município de Uruará. É a 27ª cassação, desde o início dos julgamentos dos processos de perda de cargo eletivo, em janeiro deste ano.
Francelino foi eleito pelo PTB nas eleições de 2004 e migrou para o Partido da Frente Liberal (PFL), atual Democratas (DEM) em 2005. Em setembro do ano passado, bateu assas em direção ao PMDB, sem justa causa.
A ação foi interposta pelo suplente de vereador Edson Lopes (PTB). A relatoria do processo foi do juiz federal José Alexandre Franco, que apresentou votou favorável à cassação. O juiz Rubens Leão foi o único voto divergente, ou seja, votou pela absolvição de Francelino. Ele entendeu que não ficou caracterizada a infidelidade partidária, uma vez que a primeira mudança de partido ocorreu antes do prazo determinado pela Resolução nº 22.610 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
(Espaço Aberto)

DNIT faz nova previsão para asfaltamento da Br-163

Luiz Antônio Pagot, diretor-geral do DNIT, reuniu a bancada paraense no Congresso Nacional, ontem, em Brasília, para avisar que finalmente as obras de pavimentação da Br-163 vão deslanchar.
Ele informou que a pavimentação está dividida em 16 sub-trechos que, segundo previsão do DNIT, vão ficar todos prontos em 2010.
Para este ano, depois do período de chuvas, o DNIT dará autorização para empresas atuarem em 8 sub-trechos da Br-163.
Outra boa notícia repassada à bancada paraense é que não há mais praticamente nenhuma pendência da obra na área ambiental.
Com a presença do Exército, Ibama e Funai a reunião contou com a participação dos deputados Paulo Rocha, Lira Maia, Zequinha Marinho, Gerson Peres, LúcioVale, Asdrúbal Bentes e do senador Flexa Ribeiro.

Morram de inveja

Administrado por uma OS, o hospital regional da Transamazônica, em Altamira, está funcionando a pleno vapor.
Na administração do hospital regional do Baixo-Amazonas, em Santarém, tiraram uma OS na marra para colocar em seu lugar uma OSCIP.
Deu no que deu.
O HR vive dias de penúria.
Os poucos médicos que ainda vão trabalhar lá têm que levar consigo seu instrumental cirúrgico.
Até gaze está faltando.
Socooooooooooooooooooooooooooooooooorro!

Memória de Santarém- Lúcio Flávio Pinto

Várzea: o uso errado

Fui contemporâneo das duas maiores enchentes da Amazônia no século passado. Na de 1953 eu estava em Santarém e ainda não completara quatro anos de idade. O que lembro é remissivamente, a partir de fotos que vi depois. A principal rua do comércio estava coberta de água. Pranchas faziam a ligação entre as casas. O velho mercado ficou ilhado. Não houve tragédia. Mas, como sempre, políticos e demais intermediários angariaram dinheiro e produtos para os “flagelados”. E, como sempre, só uma parte da colheita chegou aos destinatários.
Da grande cheia de 1976 eu participei intensamente. Saí de avião de Belém para Altamira. De Altamira, por terra, até Porto Vitória. Fretei um barco (por coincidência, de uma pessoa conhecida: o comerciante e prefeito de Alenquer, Édson Macedo). Desci o Xingu, passei por Porto de Moz e fui chegar a Almeirim de madrugada. Sempre de barco, com muitas escalas, fui até Manacapuru, no Amazonas, em 12 dias de viagem marcante. Escrevi várias reportagens para O Estado de S. Paulo e O Liberal. Parte delas foi aproveitada em meu primeiro livro, Amazônia: o anteato da destruição.
Minha maior preocupação foi desfazer a imagem da cheia do rio como uma calamidade, que criava flagelados e tornava quase impossível a vida nas várzeas amazônicas. Ao contrário dessa imagem, a enchente é um fenômeno de ocorrência certa, com duração previsível, que acompanha a vida humana desde que ela se estabeleceu na Amazônia, 10 mil anos atrás, mais ou menos. Durante seis meses o Amazonas, o mais extenso e mais caudaloso rio do mundo, sobe, inundando terras marginais; nos seis meses seguintes, desce, deixando a descoberto as áreas que fecundou com os seus nutrientes.
Em 1921, o cientista suíço Hans Bluntschli disse que este ciclo das águas, que vem “do mar pelos ares à terra coberta de floresta e voltando da floresta pela planície fluvial ao mar eterno”, é, na verdade, “o grande acontecimento que domina a imagem da Amazônia, a sua vida e o seu caráter”.
A maioria dos varzeiros observa com espanto – e também com certa malícia – o súbito interesse que as enchentes provoca em pessoas desinteressadas pelas várzeas durante o ano inteiro quando as águas cobrem as casas e avançam sobre dezenas e dezenas de quilômetros de áreas que são firmes no verão. Há uma correria nesse pique das cheias: autoridades prometem providências, grupos de trabalho circulam pelo mundo das águas, políticos discursam e os de sempre tiram vantagem disso tudo. Não são os tradicionais moradores das áreas “flageladas”.
Na viagem de 1976 encontrei pessoas aflitas, os problemas se avolumavam, mas ninguém falava em flagelo. As enchentes, de fato, condicionam a vida nos alagados durante quase seis meses, mas os problemas só se tornam graves por falta de previsão e antecipação. Vi, nessa época, que muitas vezes não há tempo para transferir o gado para terreno seguro: as pastagens na margem do rio ficam rapidamente submersas e os animais têm que ficar abrigados nas “marombas”, currais improvisados de madeira sobre um tablado, onde o gado fica sujeito ao ataque de outros bichos, como as cobras, à febre aftosa e à desnutrição. Mesmo quando sobrevive, perde muito peso.
As poucas culturas agrícolas que são desenvolvidas na várzea, apesar de sua grande fertilidade, como a juta, o arroz, a melancia ou o tomate, são também afetadas. Elas devem ter um ciclo de até 120 dias para que possam ser colhidas antes das grandes águas.
O homem é também acometido de doenças (principal gripe e tifo) e sua moradia é destruída ou avariada pela ação da água, que às vezes atinge ou cobre o teto. Nas cheias normais, é comum que uma família fique confinada durante dois meses a uma pequena área, na cumeeira, dependendo de uma canoa para quebrar o completo isolamento e conseguir algum peixe, que se torna muito difícil nesse período, porque se esconde nos furos, paranás e lagos.
Todos esses inconvenientes são absorvidos porque quando a água baixa a terra está pronta para cultivar e o rio volta a ser o caminho da vida, a ser gratuitamente usufruído. Por que deixar esse paraíso aquático?
Ao fazer as reportagens, tive acesso a um recenseamento feito pela Igreja na várzea de Santarém depois da cheia de 1974, que também foi grande. Pela primeira vez o varzeiro foi ouvido e manifestou suas expectativas e reivindicações sobre a mudança de residência, que era uma das soluções mais apresentadas pelos ditos conhecedores do problema.
Das 986 famílias consultadas, 681 tinham permanecido na várzea durante a enchente, 175 se transferiram para áreas próximas de terra firme a apenas 86 procuraram a cidade de Santarém. Respondendo a outra pergunta, 832 famílias afirmaram que iriam permanecer na várzea e 151, mas não de forma incisiva, manifestaram o desejo de sair. Precavidas, 137 famílias já possuíam casa em Santarém e 123 também já mantinham uma moradia na terra firme, porém depois da cheia continuam a voltar ao seu terreno. A casa, além de abrigo para os momentos mais críticos, eram construídas para que os filhos pudessem estudar na capital. A educação não passava ainda pela várzea.
Outro cientista estrangeiro, o alemão Harald Sioli, que esteve várias vezes em Santarém, em 1951 definiu a várzea como a área mais importante para a agricultura no vale amazônico, prevendo que nos anos seguintes essa importância seria reconhecida. Parecia que sua previsão se realizaria quando o milionário norte-americano, contrariando todos os “grandes projetos”, estabeleceu uma área de várzea, em Almeirim, seu audacioso arrozal. Com investimento de 50 milhões de dólares, pretendia produzir 120 mil toneladas de arroz por ano, em duas safras, produzindo cinco toneladas por hectare em cada safra. Mas cometeu erros primários e o projeto acabou falindo.
O Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, com sede em Manaus), realizou experimentos para introduzir novos cultivos na várzea. Um deles foi com a soja. A variedade Júpiter teve produtividade, numa várzea próxima a Manaus, só obtida na Indonésia, a mais alta até então. Mas a soja acabou alcançando a terra-firme amazônica, o lugar menos indicado para ela. Mas, infelizmente, tem sido assim na região: uso errado do local certo. A várzea é um exemplo. Mas, desgraçadamente, não o único.

Memória de Santarém - Lúcio Flávio Pinto

A primeira prelazia

Em 21 de setembro de 1903 o papa Pio X criou, em Santarém, a primeira prelazia do Norte do Brasil. Ela era também, nessa época, a maior prelazia do mundo, com jurisdição sobre uma área de 794 mil quilômetros quadrados. Com os desmembramentos efetuados nos anos seguintes, para a criação de outras prelazias (Xingu, Amapá e Óbidos), Santarém ficou com 316 mil km2. Era a sua área em 1963, quando comemorou os 60 anos de sua elevação à condição de prelazia, abrangendo os municípios de Itaituba, Aveiro, Monte Alegre, Prainha e Almeirim, além de Santarém, com população de 165 mil habitantes.
O primeiro bispo prelado de Santarém foi um religioso da própria região: dom Frederico Benício de Souza e Costa, que ocupou o cargo entre 1904 e 1906. Os seus sucessores foram estrangeiros, todos alemães, da Ordem dos Frades Menores: d. Amando Bahlman (1907-1939), frei Anselmo Pietrula (1941-1949) e frei Floriano Loewenau (1950-1958). Também franciscano, o americano Tiago Ryan interrompeu a sucessão européia em 1958, quando assumiu a prelazia e nela ficou pelo mais longo período até hoje.
No folheto da festa da Conceição de 1963 foram assinalados os “acontecimentos marcantes na história da Prelazia”: em 1907, a recém-criada prelazia foi entregue à Ordem dos Frades Menores, Província de Santo Antônio do Brasil Setentrional; em 1910, a fundação do Colégio Santa Clara, das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, por dom Amando; em 1943, a fundação do Ginásio Dom Amando, por dom Anselmo, e a chegada dos primeiros missionários franciscanos da Província do Sagrado Coração de Jesus, de St. Louis, no Missouri, Estados Unidos; em 1951, a vinda dos irmãos da Congregação da Santa Cruz para dirigirem o “Dom Amando”; em 1957, a chegada das irmãs da Congregação das Adoradoras do Preciosíssimo Sangue; em 1962, inauguração do Seminário S. Pio X.

A vida é um show (2)

Para quem ainda tem dinheiro sobrando, o pop star lantino Júlio Iglesias faz show no Studio 5, em Manaus, dia 19 de março.
A turnê pelo Brasil tem o título de "A voz do Universo".

A vida é um show

Quase a metade da molecada que se fez presente no show das Periguetes, sexta-feira, na Signus, era formada de jovens que vieram a Santarém de cidades vizinhas.
A maior delagação de fãs do MC Serginho era de Monte Alegre, seguida de Itaituba e Rurópolis.
Uma prova que a circulação de dinheiro na cidade, em momentos de grave crise econômica, depende de gente de outras cidade.
Não é à toa que a mineração injetou mais de R$ 40 milhões na economia santarena no ano passado.
Não fosse isso, a maioria das lojas de material de construção já teria fechado as portas.

Licença forçada

Foi no consultório de um médico otorrino que o delegado Carlos Mota foi avisado que não ficará mais no comando da superintendência regional da Polícia Civil no Baixo-Amazonas.
Do outro lado da linha um intermediário do staff da delegacia geral explicava a Mota que o PDT fez um 'inferno' para que algum delegado filiado ao partido se aposse do cargo em ano eleitoral.
A delegada Márcia Rabelo e o delegado Jardel Guimarães andam se engalfinhando pelo cargo.
Como consolo, Mota vai receber licença especial de um ano.

Bola fora

Comissão de deputados estaduais pensa em ir até o Rio de Janeiro e Brasília para garantir para Belém o status de sub-sede da copa do mundo de 2014.
No ano passado, o vice-governador Odair Corrêa prometeu que Santarém seria um local de treinamento de equipes que por ventura disputassem a copa na capital do estado, tudo isso a um custo de R$ 30 milhões.
Mas nem a reforma emergencial no estádio Barbalhão, orçada em R$ 120 mil e que daria condições ao São Raimundo disputar os jogos da segunda etapa do Parazão em Santarém, Odair teve prestígio para dar o ponta-pé nesses obras.
Mas de promessas, Odair entende muito. E como entende.

Manchetes da edição impressa desta quarta-feira de O Estado do Tapajós

IBAMA PODE PEDIR FORÇA NACIONAL PARA OPERAÇÕES EM SANTARÉM

MINISTÉRIO PÚBLICO PROMETE APOIO A LUTA DE ESTUDANTES CONTRA AUMENTO DE PASSAGEM DE ÔNIBUS

CAIS DE ARRIMO VIRA LOCAL DE EMBARQUE DE CARGAS

INSS NÃO TEM PESSOAL SUFICIENTE PARA ATENDER A SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA

CATÓLICOS FAZEM VIA SACRA EM DEFESA DA VIDA

COLÉGIO DOM AMANDO COMEMORA 65 ANOS DE FUNDAÇÃO

Hospital regional vive dias de penúria

O Hospital Regional do Baixo Amazonas, com sede em Santarém, não tem papel para emissão de laudos médicos.
Ontem, quatro médicos que manipulam diagnósticos por imagem não mais apareceram para trabalhar. Essa turma está sem receber salário desde dezembro.
Hoje, o diretor do hospital segue para Belém. É possível que nem volte mais a Santarém. Ele teme que esteja sendo boicotado porque é um dos últimos moicanos da nefasta era Halmélio Sobral. A Sespa não repassa um vintém para as despesas do HR.
No final da tarde de hoje outro grupo de médicos pode pedir o boné.
Como se temia, o hospital vai virar fantasma, como previu o senador Augusto Botelho(PT-RR).