sexta-feira, 28 de março de 2008

Eia/Rima da Cargill mais abrangente (3)

O poster Eia/Rima da Cargill mais abrangente suscitou o seguinte comentário:

O vereador Valdir Matias Jr. foi correto em suas palavras, pois qualquer EIA/RIMA, deve levar em consideração a área de influência direta e indireta do empreendimento. E para que o EIA da Cargill tenha maior credibilidade este deve levar em consideração a área da BR 163, Rod. Curua-Una e adjacências (onde ocorreu uma grande expansão das áreas agrícolas, principalmente de soja).
Então devemos ficar de olho para que este Estudo seja o mais detalhado possível, que tenha uma conclusão que traga benefícios para a sociedade e que possibilite a empresa interessada em desenvolver suas atividades dentro da legislação vigente.

Breno Marques
Engenheiro Ambiental e Mestre em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental.

Maria destituída da presidência da AMUT

Em reunião realizada hoje, em Itaituba, a prefeita Maria do Carmo, de Santarém, foi destituída por 16 votos, com 4 abstenções, da presidência da Associação dos Municípios da Transamazônica e Santarém-Cuiabá(AMUT).
No começo da assembléia, a prefeita de Santarém ensaiou um pedido de licença do cargo sob o pretexto de que disputaria a reeleição em meio a um discurso desconexo que misturava realizações que não fez à frente da entidade e um arremedo de prestação de contas.
E foi justamente por causa da omissão de Maria do Carmo frente a dois dos mais graves problemas da região Oeste do Pará que a maioria dos prefeitos resolveu eleger Ademar Baú, de Trairão, como novo presidente da AMUT para continuar a luta pelo asfaltamento da Br-16 3 e funcionamento do hospital regional do Baixo-Amazonas, dois temas sobre os quais a prefeita de Santarém sempre se omitiu.

Dona Iza

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal e Articulista de O Estado do Tapajos

Numa de suas músicas mais cativantes, Chico Buarque de Holanda fala de uma personagem tão cheia de vitalidade que “quem não a conhece/ não pode mais ver pra crer,/ quem jamais a esquece/ não pode reconhecer”. O modelo cabia à perfeição em Iza do Amaral Corrêa Ayres, que se foi na semana passada. Ela foi o esteio de sua família e a companheira em tempo integral do marido, o médico Manuel Ayres. Serviu de inspiração e motivação para a carreira dos filhos, dentre os quais a mais destacada foi a de José Márcio Ayres, criador de uma experiência pioneira e modelar de adequação de uma unidade de conservação ambiental à vida dos seus habitantes tradicionais, numa interação proveitosa para as partes, o Mamirauá, no Amazonas.
Dona Iza tornava-se a mãe ou a amiga das pessoas que conhecia, mal as conhecia, conforme suas idades, tal sua dedicação e entrega. Nunca a vi triste ou desanimada: sempre parecia alegre, enérgica, otimista, mesmo quando enfrentou a doença insidiosa e cruel que antecipou seus dias. Ela sustentou nossa última conversa, já no hospital, com a intensidade daquelas pessoas que esperam viver ainda muito tempo – e viver por completo.
Se ela não fez isso, foi porque, pela primeira vez, sua decidida opção pela vida escapou ao controle da sua vontade. Mas só se deixou vencer quando não havia como travar mais um combate. Foi-se como a grande companheira e mãe de todos nós, que sempre foi enquanto pôde comandar os seus atos. Deu-se, por fim, o descanso dessa autêntica guerreira, a do bom combate.

DENÚNCIAS À PROCURADORIA DO TRABALHO PASSAM DE 300

Alessandra Branches
Repórter


Com menos de cinco meses de implantação no município de Santarém, a unidade administrativa do Ministério Público do Trabalho já registrou mais de 300 procedimentos oriundos dos 22 municípios sob sua jurisdição. Dentre as denúncias mais registradas estão trabalho degradante, exploração do trabalho infantil, ações relativas ao meio ambiente de trabalho e a contratação irregular de servidores por parte dos municípios dos quais se destacam na liderança de denúncias as cidade de Novo Progresso, Vitória do Xingu e Porto de Moz.
Para um dos procuradores que estão atuando em Santarém, Victor Hugo Fonseca, a instalação da nova unidade permite a atuação do MPT em questões envolvendo a defesa dos interesses difusos, coletivos, sociais individuais indisponíveis dos trabalhadores. "A atuação do MTP também é feita de forma preventiva, com investigação de denúncias através da instauração de inquérito civil, com possibilidade de ajustamento de conduta, e também de forma repressiva, com ajuizamento de ações junto á Justiça do Trabalho", destacou o procurador que juntamente a procuradora Eme Carla Pereira, respondem pelas demandas do ofício.
Segundo a procuradora-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 8ª Região, Loana Gentil Uliana - que na terça-feira inaugurou as novas instalações do órgão em Santarém-, a presença do Ministério Público do Trabalho em Santarém vai defender os trabalhadores dessa região quanto à violação de seus direito fundamentais, regularizando as relações de trabalho nesta região carente. "O MPT vai ter muito serviço. A região oeste do Pará é marcada pela ausência do estado, falta de infra-estrutura e além disso, por muitos conflitos fundiários. Por isso, resolvemos interiorizar o nosso sistema a fim de ajudar que está longe dos grandes centros", garantiu a procuradora contando que nos próximos meses a ambição do ofício é colocar a disposição da população o disk-denúncia, estreitando ainda mais a relação com os trabalhadores.
De acordo com o secretário de ofício do MPT, Mário Kobayashi, o número de denúncias deverá aumentar com a divulgação do serviço em Santarém. "Apesar do número de procedimentos ser significativo, a verdade é que nos próximos meses, quando os demais municípios tomarem conhecimento da implantação desde ofício do Ministério Público do Trabalho em Santarém, os atendimentos serão dobrados", frisou acrescentando que além das denúncias que chegam à unidade via trabalhador, a imprensa colabora para que mais casos sejam descobertos. "Mesmo diante dos trabalhos que temos para resolver, utilizamos os jornais impressos para descobrir mais casos na região e em seguida, investiga-los", falou Kobayashi.
Durante a inauguração da sede da unidade administrativa do MPT a procuradora-chefe do órgão no estado, Loana Uliana, lamentou a falta de servidores para trabalhar no ofício. "Infelizmente temos apenas 2 procuradores e um servidor para dar conta do serviço. É preciso que mais cargos sejam criados para o Ministério Público do Trabalho a fim de que o serviço seja cada vez mais eficaz, combatendo a erradicação do trabalho degradante, da discriminação nas relações de trabalho, na defesa da saúde do trabalhador e de um meio ambiente de trabalho sadio, assim como na regularização do trabalho aquaviário e portuário", pediu a Uliana.
A representação do ofício de instalado em Santarém abrange os municípios de Alenquer, Almerim, Altamira, Aveiro, Brasil Novo, Faro, Itaituba, Jacareacanga, Juruti, Medicilandia, Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná, Porto de Moz, Prainha, Rurópoles, Senador José Porfírio, Terra Santa, Trairão, Uruará e Vitória do Xingu.

NÍVEL DO RIO TAPAJÓS JÁ ESTÁ SÓ A 1 CM DA CHEIA DE 2006

Gisele de Freitas
Repórter

Dados fornecidos pela Delegacia Fluvial de Santarém indicam que as águas do rio Tapajós estão um metro acima do nível registrado no mesmo período do ano passado e a um centímetro de diferença do nível registrado durante a maior enchente dos últimos anos, que aconteceu em 2006. Para o delegado da Marinha em Santarém, Capitão Evandro de Oliveira Sousa, a enchente já alcançou nível significativo devido ao período de chuvas ter chegado mais cedo e atingido a cidade com mais intensidade.
Comparando os dados estatísticos, a enchente deste ano caminha a fim de superar a cheia de 2006, que alcançou pico de 8,60 centímetros, alagando casas, bairros e ruas como a Avenida Tapajós. Em 25 de março daquele ano, a régua instalada no porto da CDP registrava 7,67 cm. No mesmo dia deste ano, o nível do rio está a um centímetro de diferença, isto é, 7,66 cm. O delegado da Marinha alega que não há necessidade alarme. "A verdade é que as chuvas estão caindo de uma vez só, diferentemente do ano passado, que caiu pausadamente, enchente devagarzinho. Este ano, a previsão é de não supere 2006. As águas do Tapajós podem parar de subir até o mês de maio", destacou Evandro.
O capitão Evandro esclarece que a delegacia fluvial está alinhada com os demais órgãos que compõem a Defesa Civil a fim de evitar acidentes nos rios da região, posto as fortes chuvas que estão caindo nos primeiros meses do ano. "Estamos fazendo fiscalizações móveis em vários municípios da região, levando instruções para que os comandantes de embarcações tomem cuidado e não desobedeçam as normas de navegação."Estamos em conexão. Assim que a Defesa Civil alerta que temporais seguem para a região, alertamos as embarcações para que procurem abrigo e evitem naufrágios", garantiu o comandante.
Alenquer - Quanto às denúncias de que o dono da embarcação Almirante Monteiro, que naufragou próximo ao município de Itacoatiara, teria alugado outra embarcação para continuar com a Linha Alenquer/Manaus, o comandante garantiu que a delegacia investigará a denúncia. "A verdade é que a embarcação deverá passar por dois pontos de fiscalização. O primeiro em Itacoatiara e o segundo em Manaus. A nós cabe a fiscalização móvel que será realizada durante a semana", disse o comandante acrescentando que os denunciantes deveriam evitar com que a embarcação suspeita de superlotação e falta de bomba para retirar a água de dentro do transporte, saísse de Alenquer. "A população deve ser a primeira a repudiar essas atrocidades no rio. Quem por ventura encontrar quaisquer irregularidades tem que denunciar", falou.
Entretanto, as informações dão conta que a delegacia fluvial de Santarém foi acionada pelos moradores daquele município a fim de que fiscalizassem a embarcação. Porém, a resposta dada aos reclamantes era de que a Marinha não dispunha de transporte no momento para averiguar o fato. Diante disso, o comandante explicou que a lancha estava quebrada, mas atualmente já está em funcionamento.

CURUÁ-UNA FICA PRONTA SÓ EM JUNHO

As obras de construção da Rodovia Santarém/Curua-Una previstas para serem entregues à população pela governadora Ana Júlia Carepa ainda neste mês de março foram adiadas mais uma vez. Segundo o gerente regional do núcleo da Secretaria Estadual de Trânsito (SETRANS) em Santarém, Juca Pimentel, o clima chuvoso e o embargo de 15 dias pelos auditores do Ministério do Trabalho prorrogarão por mais um período a entrega da obra.
As obras iniciaram no segundo semestre de 2006 e tem por objetivo pavimentar 70Km que ligam a cidade de Santarém à hidrelétrica de Curua-Una. Contudo, os serviços de pavimentação estão atrasadíssimos se comparado ao cronograma da obra. "A verdade é que esta obra possui quatro frentes de trabalho. A primeira é a zerada, a segunda de asfalto, a terceira de drenagem e a quarta de sinalização. Com base no andamento destas, podemos definir quando a Curua-una estará pronta", destacou Juca lembrando que a sinalização dos quilômetros de já foram pavimentados ainda não iniciou. "Muitos reparos devem ser feitos para que a obra possa ser entregue a população. A empresa deverá rever pontos que estão se deteriorando devido à demora da obra como o que fica próximo à ponte do Urumari, em que a canaleta está jogando água para dentro do igarapé", falou Pimentel.
De acordo com o gerente regional do SETRANS, as chuvas e o embargo da obra foram fundamentais para que a entrega da obra tivesse mais uma vez que ser prorrogada. "Não tem condições, é muita chuva. Fica difícil trabalhar desse jeito", explicou dizendo que o Ministério do Trabalho já liberou para que empresa responsável pela construção da obra retome os serviços. "Infelizmente a empresa não atendia as normas de saúde e segurança no trabalho e foi punida. Entretanto, todas as providências foram tomadas para que os problemas fossem sanados e os serviços já voltaram em sua normalidade", garantiu Juca Pimentel.
A primeira frente de trabalho está próxima ao portão da hidrelétrica de Curua-Una, o asfaltamento já se aproxima da Vila de Boa Esperança e a drenagem está na comunidade de Santa Rosa. Para o gerente regional da SETRANS, a previsão é de que a obra esteja pronta em meados de junho. "Essa não é uma previsão da secretaria, mas, na verdade, minha. Nós estamos próximos ao problema e sabemos o que está acontecendo", frisou.

CRIADA SUBCOMISSÃO PARA ACOMPANHAR AS AÇÕES DO GOVERNO NA AMAZÔNIA

A Comissão da Amazônia da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (12), Requerimento nº 310/2008, de autoria do Deputado Lira Maia (DEM/PA), criando Subcomissão Especial "destinada a Discutir as Políticas de Desenvolvimento Sustentável, implantação de Zoneamento Econômico-Ecológico e o Combate ao Desmatamento na Região Amazônica, bem como, acompanhar as ações do Governo Federal na Amazônia".
Segundo Lira Maia, a questão fundiária brasileira é sem dúvida alguma, de vital importância para o desenvolvimento da região Amazônica e, sempre vem à tona quando da existência de conflitos regionais ou de questões relacionadas à sua preservação.
Para o Parlamentar, a Comissão da Amazônia da Câmara dos Deputados tem a obrigação de participar e, principalmente, fiscalizar as ações do Governo Federal em relação ao desmatamento na Amazônia. "Nossa intenção ao propor a criação da Subcomissão Especial, é trazer não só o debate sobre o desmatamento para dentro da Comissão da Amazônia, mas também, integrar o Poder Legislativo nas discussões políticas que envolvem a Região, principalmente no que se refere a modernização da legislação ambiental brasileira, assegurando o desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal".
Segundo Lira Maia, os produtores rurais, os pecuaristas, os madeireiros e todos aqueles que acreditam no potencial da Amazônia, não podem ficar a margem do desenvolvimento em relação ao resto do País, não podem ser marginalizados. A Região Amazônica possui um dos maiores, se não o maior, potencial de desenvolvimento e crescimento econômico brasileiro e, para isso, é necessária a imediata realização do Zoneamento Econômico-Ecológico na região, fundamental para se implantar o tão sonhado Desenvolvimento Sustentável na Amazônia. "Não podemos pensar o Brasil sem pensar a Amazônia, sem considerar este grande potencial disponível que, com o emprego da inteligência, pode, sem dúvida alguma, além de preservar o meio ambiente, colocar o País como uma das maiores potências no mundo", concluiu o Deputado Lira Maia.

TROPAS FEDERAIS REQUISITADAS AO TRIBUNAL

ALESANDRA BRANCHES
REPÓRTER


Os juízes eleitorais da Comarca de Santarém Silvio Maria e Mônica Maciel solicitaram ao Tribunal Regional do Pará o envio de tropas federais para atuarem nas eleições de outubro deste ano. Segundo os magistrados, alguns pontos de votação na 83ª e 20ª zonas eleitorais precisam de reforço policial a fim de garantir tranqüilidade aos eleitores durante o pleito de 2008.
"Bocas de urna, lei seca e desordens serão minuciosamente fiscalizadas. Quem for pego infringindo da lei será punido", destacou Silvio Maria, juiz que responde pela 83ª zona eleitoral, acrescentando que o reforço solicitado ao TRE é para ajudar o efetivo do policiamento militar de Santarém nas rondas ostensivas, haja vista que o mesmo infelizmente ainda é reduzido. "As duas zonas possuem centenas de postos de votação e diante disso, a solução é reforçar a vigilância pedindo auxílio das forças federais", explicou o magistrado que, junto à juíza Mônica Maciel, responsável pela 20ª zona, trabalharão para que a escolha dos vereadores e prefeito para a gestão 2009/2012, seja realizada em paz. "Queremos garantir a serenidade da hora da votação, e fazer com que os eleitores exerçam a sua cidadania sem que nada os perturbe", comentou o magistrado.
Com base em resoluções do Superior Tribunal Eleitoral, o juiz Silvio Maria destacou que as propagandas serão fiscalizadas."Não será permitida a propaganda em outdoors, colagem de cartazes em postes, vias e logradouros públicos, além do que será combatida a circulação de sons que perturbem o sossego da população", comentou acrescentando que a sociedade pode denunciar a veiculação de qualquer promoção pessoal com o bojo de candidatura antes do início da propaganda eleitoral. "Antes do dia 01 de julho, quando começa a propaganda, quem estiver fazendo campanha pode ser denunciado, sendo posteriormente punido", falou.
Os partidos terão até o dia 05 de julho para homologar a candidatura de seus filiados que concorrerão ao cargo de gestor municipal e a uma cadeira no legislativo.
A expectativa, segundo Silvio é de que o pleito em 2008 seja agitado. "Esse é primeiro ano que estamos à frente da justiça eleitoral e na certeza de que a votação será agitada, queremos evitar tumultos e outros transtornos desde já. Entretanto, queremos o apoio dos candidatos para que contribuam atuando de acordo com a lei, caso contrário, seremos mais rigorosos", frisou.

Memória de Santarém - Lúcio Flávio Pinto

Famílias com piano
Em 1937, pelas páginas do jornal "O Mariano", Gabriel Rodrigues dos Santos lamentava que os pianos de Santarém estivessem silenciosos, embora a cidade tivesse "um número assaz apreciável de pianistas e bons e harmoniosos pianos". Quinze anos depois, o maestro Wilson Fonseca foi questionado sobre a "falta de gosto da mocidade dos nossos dias" para a música, "quando é sabido que outrora Santarém "se orgulhava de sua apreciável legião de vocações musicais". Observava a "gentil leitora" que "presentemente só se ouve execuções de piano na residência" de Isoca, que seria "o único tocador do mais popular dos instrumentos de nossa época".
O maestro, instrumentista e compositor, porém, observa que, "embora vivendo para o lar, boas pianistas ainda o são as senhoras Beatriz Lalor Imbiriba, Anita Fonseca de Campos, Míriam Fona e outras". Também eram "bons manejadores do teclado" o irmão Geraldo, do Ginásio Dom Amando, e a irmã Canísia, do "Santa Clara". Juntava ainda Jorge Chaves Camacho, "recém-chegado a esta cidade e que por algum tempo será parte integrante da família mocoronga".

Ao Lago Grande
A região do Lago Grande de Franca, que abrangia os municípios de Santarém, Óbidos e Juruti, abrigava os maiores rebanhos de gado do Baixo Amazonas. Por isso, o deputado santareno Sílvio Braga requereu, no plenário da Assembléia Legislativa, que o Departamento de Portos, Rios e Canais providenciasse o alargamento e a dragagem do canal entre o povoado Acai e a Vila Curuai. Só assim o principal núcleo populacional do lago deixaria de ficar isolado do restante do município durante os seis meses da vazante do rio Amazonas. Pediu também a desobstrução dos igarapés Muratuba e Salé, caminho de entrada e de saída para o Amazonas.
Crescimento econômico
Entre as décadas de 40 e 50 do século passado houve um incremento nas vendas feitas a partir de Santarém. Em 1942 suas exportações somaram Cr$ 165 mil. Dez anos depois, chegaram a Cr$ 4,3 milhões, graças à comercialização de juta e, principalmente, madeira. O crescimento mostrou as limitações do único ancoradouro de que a cidade dispunha, um simples trapiche, com acanhadas instalações de armazenagem e reduzida área de acostamento. Começou então a campanha para a construção de um porto "com P maiúsculo", que só se materializaria na década de 70.
Até então o principal operador do velho trapiche de madeira era o Lóide Brasileiro, empresa federal de navegação que tinha uma agência em Santarém. Em 1948 o Lóide atendeu 38 navios que ancoraram na cidade, embarcando 9.275 volumes, com 1.600 toneladas, destinados ao sul do país, com renda bruta de Cr$ 1,1 milhão. Em 1947 fizeram escala em Santarém 47 navios, carregando 16.891 volumes, com 2.900 toneladas e valor de Cr$ 1,7 milhão. Em 1950 entraram 48 navios, transportando de Santarém pouco mais de 20 mil volumes, com 3.384 toneladas, no valor de Cr$ 1,9 milhão. Em 1951, 46 navios escalaram na cidade, carregando pouco mais de 41 mil volumes, , 6.136 toneladas, no valor de Cr$ 3,3 milhões. E em 1952, 46 navios, 54 mil volumes, 6.626 toneladas e Cr$ 4,3 milhões.
Aero Clube
No dia 5 de fevereiro de 1953, na sede da Escola Técnica de Comércio do Baixo-Amazonas (rua Siqueira Campos, 130), foi fundado o Aero Clube de Santarém, "sociedade civil desportiva, que se propõe estimular a navegação aérea, sob todas as suas formas e em todas as suas aplicações, objetivando sobretudo cooperar para a defesa nacional".
Os sócios fundadores foram: Milton Garcia, Harryson Curtis Testa, Augusto Cezar Sarmento, Wilson Maldonado Queiroz, Alberto Francisco de Castro, Ivan Vasconcelos, Helinor Colares, Loris Figueira, Antônio Vasconcelos, Clelios Santos, Demóstenes Figueiredo, Jairson Almeida, Janary Costa, Juarez Sirotheau Serique, Lary Figueira da Silva, Manuel Neves, Manuel Roland Fernandes, Manuel Romulo Fernandes, Nelson Colares, Osmar Cota, Paulo Lisboa, Sebastião Imbiriba, Sebastião Sirotheau e Solano Lisboa.
A primeira diretoria foi assim constituída: presidente, Harrison Curtis Testa; vice-presidente, Alberico Mendes de Nóvoa; 1º secretário, Jelinor Colares; 2º secretário, Larí Figueira da Silva; 1º tesoureiro, Alberto Francisco de Castro; 2º tesoureiro, Ivan Sussuarana de Vasconcelos. Por aclamação, Milton Garcia foi eleito presidente de honra.
Ordem do chefe
Um exemplo dos métodos autoritários de fazer política era dado pelo telegrama que o então senador Magalhães Barata mandou de Belém, em julho de 1947, para o prefeito de Santarém, tenente Domingos Bento da Silva, seu correligionário do Partido Social Democrático, delegado de polícia que nessa mesma ocasião assumira o cargo:
"Urgente - Domingos Silva - Santarém -Diretório deverá encetar a maior propaganda para ADHERBAL CORREA, que será o candidato a prefeito pelo diretório sob o meu intransigente. Abraços aos amigos. Saudações. Magalhães Barata".

Há 40 anos, uma morte mudava a história do país

Em 28 de março de 1968, um tiro desferido por um oficial da Polícia Militar no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro, começou a mudar a história do país e a mostrar uma outra face da ditadura militar que governava o Brasil na época. O tiro atingiu o estudante secundarista Edson Luís Lima Souto, paraense, de 18 anos, que já chegou morto à Santa Casa, na Rua da Misericórdia, para onde foi levado. O corpo seguiu para a Assembléia Legislativa do estado, onde foi velado, mas a movimentação estudantil se estendeu para todo o país, inclusive em Brasília, onde centenas de pessoas foram presas. O assassinato de Edson Luís detonou a marcha dos cem mil, ocorrida em 26 de junho de 1968, talvez a maior manifestação contra o regime.
Edson Luís morreu quando os estudantes faziam uma manifestação contra as condições sanitárias do restaurante Calabouço, quando o estabelecimento foi invadido pelos policiais militares, que atiravam a esmo, mesmo diante da ordem ao contrário, dada pelo tenente Alcindo Costa, que comandava o Batalhão Motorizado da PM fluminense.
“Parem de atirar, eu não dei ordem para ninguém atirar”, gritava o oficial. Pouco depois, era ele mesmo que desferiria o tiro que atingiu o estudante. Edson Luís foi levado ao hospital, mas isso não fez com que o ataque terminasse naquele momento. O secundarista morreu, mas outros estudantes ficaram feridos com estilhaços de granadas e bombas de gás lacrimogêneo.
Pobre, Edson Luís deixou o Pará para terminar seus estudos no Rio, para onde iam diversas famílias nortistas na década de 60. Calado, ele não era uma liderança estudantil, como muitas que surgiram na Frente Unida dos Estudantes do Calabouço. Ao contrário disso, era retraído, mas gostava de ajudar os movimentos da época, fosse pregando cartazes pelos muros ou transmitindo recados de colegas.
Edson Luís estudava no Instituto Cooperativo de Ensino, e no dia de sua morte, resolveu jantar mais cedo, já que uma passeata estava programada para mais tarde. Dois feridos O estudante foi atingido com um tiro, que traspassou seu coração, quando caminhava com uma bandeja pelo restaurante, nos momentos em que se iniciou uma correria. Além dele, foram baleados o comerciário Telmo Matos Henrique e o também estudante Benedito Frazão Dutra.
O restaurante Calabouço virou um palco de guerra, com PMs atirando e estudantes respondendo com paus e pedras. Um dia em que o país parou para enfrentar a ditadura. A morte do estudante causou a demissão do general Osvaldo Niemeyer, então superintendente da Polícia Executiva do governador Negrão de Lima. Todas as escolas fecharam no dia seguinte à morte.
O corpo do estudante foi levado ao Cemitério São João Batista por outros estudantes, em um dos cortejos mais emocionantes já ocorridos na cidade. O pátio da Assembléia Legislativa do Rio virou palco de inflamados discursos contra o regime militar, feito por estudantes e políticos, diante do corpo de Edson Luís.
“Cenas de violência tumultuam Brasília”, anunciava o Correio Braziliense em sua manchete do dia 30 de março, um sábado. O jornal fazia referências aos incidentes registrados na Universidade de Brasília (UnB), onde estudantes enfrentaram a polícia e o Corpo de Bombeiros, que tentavam dissipar a manifestação com jatos de água.
A Comissão dos Mortos e Desaparecidos Políticos conseguiu uma pensão para a mãe do estudante, Maria Souto Rocha, que ainda mora em Belém. Hoje, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Prefeitura do Rio, União Nacional dos Estudantes (Une) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) inauguram uma estátua do estudante morto, no centro da capital fluminense.
(Correio Braziliense)

Planalto mantém em sigilo negociações sobre reajuste salarial dos militares

Após cerca de uma hora e meia de reunião, os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Nelson Jobim (Defesa) não fecharam os números para o reajuste dos militares. De acordo com assessores, os técnicos ainda não concluíram as análises e os dois ministros vão manter as negociações.
As negociações sobre o aumento de salário dos militares foram suspensas em janeiro, quando Bernardo anunciou a impossibilidade de conceder reajustes --- para civis e militares em decorrência da perda da arrecadação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Bernardo e Jobim fazem mistério em torno dos percentuais analisados para a concessão de reajustes.
Técnicos que trabalham nas avaliações já consideraram vários números. Inicialmente, a idéia era conceder aumentos escalonados e várias possibilidades foram colocadas, como variações de 27% a 37%. Recentemente, os percentuais foram reduzidos de 8% a 16%.
(Da FolhaNews)

Santarém sitiada(2)

Só depois de três anos e três meses de governo a prefeita Maria do Carmo descobriu que Santarém precisa de obras de saneamento e drenagem.
Agora, depois da cidade 'bombardeada' pelas chuvas e enchente a prefeita anuncia que vai até Brasília em busca de verbas federais para essas obras.
Mas não era ela quem arrotava que tinha tanto prestígio com o presidente Lula?

Santarém sitiada

Mais da metade dos bairros de Santarém sofre a ação de enxurradas que deixam ruas parcialmente intrafegáveis: Jardim Santarém, Floresta, Nova República, Urumari, Santarenzinho, Interventoria, Santo André, Diamantino, Uruará e Aeroporto Velho.
Hoje manhã moradores fecharam a rua Tomé de Souza em protesto.
É crítica o final da avenida Rui Barbosa, no Mapiri.

Projeto com parecer de Flexa some no Senado

No Claudio Humberto:
Cartórios: cobrança abusivaIlegal e abusivamente, os cartórios obrigam o registro dos contratos de alienação fiduciária de veículos adquiridos com financiamento. É mais uma maneira de meter a mão no bolso do cidadão. A briga está no Congresso e tem lances mafiosos: o projeto no Senado, que proíbe esse abuso, com parecer favorável do tucano Flexa Ribeiro (PA), sumiu misteriosamente da pauta da Comissão de Defesa do Consumidor.

Santino na Mira do Conselho do MPE

Quinta Emenda

É favorável a abertura de investigações o voto da relatora do Conselho Superior do Ministério Público do Pará contra o procurador Manoel Santino, o incrível secretário de Segurança do governo Jatene. A procuradora Olinda Tavares, apoiada em parecer do TCE sobre as contas da gestão do elemento, quer a instauração de um PAD que pode levá-lo ao olho da rua como resultado de uma ação penal por peculato e uma ação civil por improbidade administrativa.Santino deu um show de incompetência em sua gestão à frente da Defesa Social.

Antônio Rocha devolve SMT ao PT

O deputado Antônio Rocha esteve reunido ontem no final da tarde com a prefeita Maria do Carmo.
Acompanhado de seu filho José Antônio Rocha, secretário municipal de transportes, o presidente do diretório municipal do PMDB comunicou à prefeita que a partir do dia 1º de abril o partido abre mão de comandar a SMT e que não pretende indicar o substituto de José Antônio.
Durante a reunião, Antônio Rocha agradeceu o apoio que a prefeita dispensou ao secretário indicado pelo PMDB, muito embota tenha frisado que o espaço que o partido ocupou no governo do PT tenha sido 'reduzido".
Quanto à manutenção da aliança PT-PMDB, o deputado se limitou a informar à prefeita que ainda é cedo para tomar qualquer decisão e não descartou a possibildade do PMDB lançar candidato próprio a sucessão de Maria do Carmo.