sábado, 5 de abril de 2008

O povo quer linchamentos?

Um programa apela. Os concorrentes desaprovam. A crítica ataca. Mas o povo assiste.
E aí?
É o Brasil, gente.
Todo mundo pede cautela e justiça, a TV alerta para o não-julgamento dos suspeitos.Mas o povo quer linchamento.
E aí?Como é que faz?
Se o que faz diferença nos números é justamente esta massa da audiência?
Qual a saída?
Dar o que o povo quer e partir pra comemoração?
O que vamos dar?
Linchamento sem julgamento ao vivo na televisão?
A equação é muito complexa. Não é para principiantes.Nem para os fracos. E mais difícil ainda para os éticos.
(Rosana Hermann)

Dois meses no ar

Um amigo jornalista me disse que as pessoas não querem notícias, querem histórias de pessoas. Não necessariamente dramas, mas histórias. Todo mundo gosta de uma boa história e todo mundo quer falar de gente. De preferência falar mal de gente.
Isso também é verdade para os blogs.
Tem horas que o blogueiro quer falar de um assunto mas não consegue. Sempre tem alguém que comenta o blogueiro. Mesmo que a informação não contenha nenhuma opinião, ainda assim, aparece alguém que diz saber qual a "intenção" do autor em não comentar.
Deve ser por isso que o Kibe Loco nunca abriu para comentários.E disso ninguém nunca reclamou.

Rocha leva nomes para aprovação de Jader

O deputado Antônio Rocha despacha segunda-feira com o deputado federal Jader Barbalho para tratar do preenchimento de cargos da cota do partido no governo do estado, em Santarém, que ficaram vagos com a desincompatibilização de Sandro Rocha, da diretoria regional do Detran e ErlonRocha, da chefia da agência do Detran.
Este site, que acertou na mosca o nome de Joaquim Azevedo para a SMT, em substituição a José Antônio Rocha, que pediu exoneração pelas mesmas razões de Sandro e Erlon, aposta suas fichas nas indicações de Nilton Santos para a diretoria regional e Zezinho Sales para a agência municipal do Detran.

Ex-delegada tem seu registro suspenso pela OAB

Lúcio Freire
de Itaituba

A Ordem dos Advogados de Itaituba, sudoeste do Estado recebeu documento da OAB Secção do Estado, cientificando-a que a ex-delegada Anna Shirlene Falcão Modesto, inscrita no quadro de advogados da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção do Pará, sob Nº 8.196, encontra-se suspensa de suas atividades profissionais, em face de penalidade aplicada através de processo disciplinar nº. 023/98, cujo objeto "apropriação indébita" e segundo informações da OAB a profissional somente poderá requerer suma inscrição quando quitar integralmente o débito com o cliente que fora lesado.
Conforme documento a Anna Falcão recebeu a pena em 12 de maio de 2003 e em 2005 teve sua inscrição cancelada em virtude de assumir cargo incompatível com a advocacia. Ou seja, a informação é que a profissional antes de entrar na carreira policial se apropriou indevidamente do dinheiro de um cliente e depois assumiu a função de delegada de polícia civil. Porém, 12 de maio de 2005 Anna Falcão teve sua inscrição cancelada. Cessada a incompatibilidade, a mesma requereu reativação de sua inscrição, tendo seu pedido deferido em 29 de janeiro de 2008. Entretanto, diz o documento, "a mesma continua suspensa, em face de sanção disciplinar citada acima".
O documento foi assinado pelo Dr. Evaldo Pinto, vice-presidente da OAB/PA.

Exercício ilegal da profissão

O presidente da OAB secção de Itaituba enviou o documento para as delegacias de polícia, Fóruns, Ministério Público de Itaituba e região, onde Anna Falcão atuou como advogada, especialmente depois que a profissional protocolou no Fórum de Itaituba processo contra a empresa Clean Service Serviços Gerais Ltda. No processo Nº 200810010443 protocolado na secretaria do Fórum da Comarca de Itaituba, datado do dia 28 de março de 2008, a favor de seu cliente, Anna Shirlene falcão pede R$. 207.500 de indenização por Danos Morais da empresa Clean Service Serviços Gerais Ltda. A OAB de Itaituba solicitou do Juiz Arnaldo Albuquerque, diretor do Fórum da Comarca de Itaituba todos os processos que porventura estejam tramitando no referido fórum tendo como advogada a advogada Anna Shirlene Falcão Modesto.
Anna Shirlene Falcão foi demitida do cargo de delegada da policia civil pela governadora do Estado em janeiro deste ano e segundo informações pretendia atuar como advogada na cidade de Itaituba.
No entendimento do advogado Jairo Araújo, presidente da OAB/PA secção de Itaituba, Anna Falcão "mesmo sabendo da suspensão ajuizou processo no Fórum e isso se caracteriza que a mesma estava exercendo ilegalmente a profissão".

Rota de procedimento

No Blog do Hiroshi:

O vice-governador Odair Corrêa (PDT) perdeu a esticada: Ana Julia garantiu, durante sua visita a cidade, que o helicóptero do Pan doado ao governo do Pará ficará baseado em Marabá.

POPULAÇÃO DE JACARÉS PREOCUPA PREFEITURA DE TERRA SANTA


Gisele de Freitas
Enviada à Terra Santa


Os habitantes do pequeno município de Terra Santa, localizado no Oeste do Pará, estão perdendo a calmaria de seus dias preocupados com a superpopulação de jacarés que há nos rios e lagos da cidade. De acordo com o prefeito Alberto Cavalcanti, a prefeitura registra casos de jacarés que se alimentam de porcos, carneiros e até bezerros. Algumas pessoas cultivam o hábito de comer carne de jacaré, mas nem assim tem sido suficiente para diminuir a quantidade da espécie. A prefeitura já acionou o Ibama de Oriximiná, que é o mais próximo da localidade.
O prefeito informou que não têm acontecido ataques às pessoas que vivem na cidade, mas que no município vizinho, Ihamundá, há registro de que um jacaré matou um pescador há alguns meses. "Já avisamos ao Ibama, acredito que deva ser liberada uma temporada de caça ao animal, pois a espécie aumentou tanto que acabou gerando um desequilíbrio ecológico na região. A população está prevenida e felizmente não ocorreu nenhum ataque às pessoas aqui na cidade" destacou Cavalcante.
A preocupação não é apenas com os habitantes da cidade, mas também dos municípios vizinhos, como Faro, que também tem registrado a presença dos animais. Para a prefeitura, o maior problema ocorre nos lagos da região e não nos rios, portanto os quilombolas e moradores de comunidades distantes devem aumentar a atenção e tomar cuidados até que o problema seja resolvido.
Os cerca de 16 mil habitantes de Terra Santa vivem em uma calmaria. Muitos dos moradores trabalham na mineradora Rio do Norte, em Porto Trombetas. A cidade não conta com aeroporto e está a duas horas de viagem pela estrada até Porto Trombetas e duas de Faro. O porto é utilizado principalmente para cargas. Algumas pessoas que viajam para Parintins preferem ir de Oriximiná até Terra Santa e de lá tomar um barco para a cidade amazonense, diminuindo a distância da viagem fluvial. A criminalidade no local é mínima e há uma delegacia que registra casos de brigas e furtos esporadicamente. As normas do Código Nacional de Trânsito ainda não são totalmente cumpridas e, por não haver fiscalização, é raro ver um motociclista utilizando capacete.
DENGUE - Terra Santa registrou apenas um caso de dengue em 2008, segundo o prefeito, uma pessoa faleceu no hospital da cidade com dengue hemorrágica, mas veio em uma embarcação de Manaus e teria contraído a doença lá. Fora este caso, não houve mais registros da doença, ainda que a coleta de lixo aconteça apenas uma vez por mês. "Esta vitória contra a dengue é o resultado de campanhas contínuas que fizemos, investimos na prevenção, as campanhas não podem parar, tem de ser ano inteiro para atingir resultados. Colocamos nas ruas agentes comunitários, endemias e convocamos à população a contribuir contra o mosquito da dengue" relatou Cavalcanti.
Nas cidades da região a dengue também está controlada. Em Faro registram-se casos isolados, sem que tenha havido morte neste ano. Em Porto Trombetas não houve nenhum caso, o fumacê passa freqüentemente pela localidade. Oriximiná registrou alguns casos em 2008, mas ao contrário de Santarém, a cidade está longe de sofrer com uma epidemia da doença.

* A repórter Gisele de Freitas viajou a Terra Santa a convite da MRN

Três perguntas x três respostas – Beth Lima

Portal 2008 - José Olivar

A coluna pergunta e a vereadora Elizabete Machado Lima, responde, ela que é a quarta secretária da Mesa da Câmara e que já declarou que não concorrerá à reeleição, tornando-se, conseqüentemente, a substituta da Prefeita Maria do Carmo, visto que os seus antecessores na linha de sucessão, são candidatos à reeleição.

1) A senhora tem reais possibilidades de vir a assumir interinamente a Prefeitura de Santarém ou suceder, em caso de vacância, a atual Prefeita. Isto acontecendo, como será a sua postura na chefia do Executivo?
R: Sim, embasada no art. 49 da Lei Orgânica poderei vir a assumir, porém, a Administração da Prefeitura já é descentralizada, cabendo a cada secretário cumprir suas funções e atribuições definidas por lei. Trata-se de substituição eventual e não de vacância, e assim sendo, minha postura de Prefeita interina, exercê-la-ei com discrição respeitando a linha do governo da gestora titular.

2) O Partido Republicano (PR) se fortifica com a sua condição de substituta oficial da Prefeita a partir de hoje?
R: O Partido Republicano (PR), já faz parte da base de apoio do Governo do Partido dos Trabalhadores e que até o momento existem laços de confiança e comprometimento político. Creio eu que não deixa de sedimentar melhor politicamente, o Partido.

3) Quais as razões que levaram a senhora a desistir da política? Houve frustrações?
R: Ser político hoje não é muito fácil, permanece aquele que tem vocação e é sensível a causa e o bem-estar do povo. Barreiras existem, porém são superadas. Não vou concorrer às eleições por questões familiares, pois desejo viver mais tempo com minha família, e também, por aconselhamento médico, uma vez que já tenho problemas cardíacos. O meu desejo é continuar trabalhando na Câmara ou até mesmo na Prefeitura, assessorando ou servindo ao povo que tanto amo e me sensibiliza.

O grileiro morreu: a história prossegue?

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós

Eu acabara de receber a notícia da morte do empresário Cecílio do Rego Almeida, na tarde do dia 22, quando um amigo ligou:
– Feliz com a notícia?
Não, eu não estava feliz. Por certo tempo, fiquei sem saber o que pensar. Uma sensação de vazio, de surrealismo, de absurdo e de inutilidade. De tempo perdido, de vida dissipada. Durante 12 anos sofri a perseguição que o dono da Construtora C. R. Almeida desencadeou sobre mim. Ela começou em 1996, através do também jornalista (e paraense) Oliveira Bastos, Na condição de "coordenador de projetos especiais" da empresa, ele me mandou duas cartas agressivas, tentando me desmoralizar e abalar meu conceito. Tentando me fazer fugir da raia, na qual entrara ao ajudar o advogado Carlos Lamarão a preparar uma ação de anulação e cancelamento dos registros imobiliários dos imóveis em nome da empresa local, a Incenxil, que se tornara de fachada para os propósitos de C. R. Almeida. Oliveira não conseguiu. Ele próprio é que acabou saindo do debate que provocou – e da própria empreiteira, por desentendimentos nada edificantes.
Em 2000, Cecílio ajuizou as duas primeiras ações contra mim na justiça, além de inspirar e emular outras sete demandas, em torno das mesmas questões: a grilagem de terras e a extração ilegal de madeira no vale do rio Xingu. Agia não só de forma ostensiva, como nos bastidores, usando sua truculência, seu poder e seu dinheiro para mexer pauzinhos influentes e mover pessoas contra mim. Graças a essa combinação de métodos, acabou conseguindo minha condenação em um dos seus processos, o de indenização por danos morais (e outra condenação em ação movida por terceiro personagem). A sentença de primeiro grau foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Estado. Meu recurso aguarda o pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. Sobre essa via crucis presto contas no livro O Jornalismo na Linha de Tiro, a quem interessar possa.
A morte do empresário, aos 78 anos, de ataque cardíaco, em Curitiba, no dia 22, significa que ele sai da história. Mas o enredo continuará a ser desenvolvido? É a pergunta que, agora, caberá aos herdeiros responder. Tanto em relação a mim quanto ao Pará. Os meios e modos que Cecílio do Rego Almeida moveu contra mim tinham por motivação a denúncia que fiz, de que ele grilou uma área espantosamente enorme de terras pertencentes ao patrimônio público, no vale do rio Xingu.
Fui condenado por chamar o grileiro de grileiro, com todas as letras, embora tenha provado extensamente a prática do esbulho nos autos de todos os processos que, sob esse título, foram submetidos à justiça. Dentre as inúmeras provas, documentos oficiais, de todas as instâncias do poder público relacionadas às questões fundiárias e criminais. Inclusive do tribunal que me condenou, fazendo – de forma furtiva ou dúbia – com uma mão diferentemente do que com a outra procedia: puniu os serventuários públicos que participaram da grilagem no cartório de Altamira, mas condenou o jornalista que descortinou todo o esquema de apropriação ilegal de terras do Estado. Esquizofrenia processual ou contradição reveladora da própria justiça, cega utilitária, de oportunidade?
Em 12 anos, paguei um preço alto por não me submeter aos caprichos e interesses do homem que queria tornar sua uma área com tamanho variando entre 5 milhões e 7 milhões de hectares na chamada Terra do Meio, que tem a maior concentração de mogno remanescente no mundo. Nunca penetrei na vida privada do cidadão, não trouxe sua família para a contenda, não me preocupei com seus outros negócios. Limitei-me a defender um valioso patrimônio dos paraenses, que não pode ser entesourado por um particular indevidamente. Fui punido por sustentar essa posição e sofri provações durante todo esse período.
Subitamente, morre o autor dessa perseguição, premiada com a punição aplicada ao defensor da causa justa e a premiação do autor ilegítimo, que conseguiu colocar ao seu lado cúmplices dos seus propósitos, muito úteis em certos momentos cruciais, e se beneficiou da omissão geral de uma população que abdica do seu patrimônio, por falta de consciência. Até morrer, contra a verdade e contra o superior interesse coletivo, o vencedor era o empresário Cecílio do Rego Almeida.
Ele não viveu o bastante para ver o fim desse absurdo, com a reposição do que é justo e verdadeiro, se é que esse momento virá a acontecer, ao menos na esfera judiciária (no âmbito do executivo, não resta mais a menor sombra de dúvida quanto à grilagem praticada). Assim, a notícia da sua morte me provocou perplexidade e certa tristeza. Ao contrário do que pode sugerir uma visão simplista, nunca pretendi mal ao empresário nem queria que ele sofresse qualquer infortúnio: ao me colocar do lado da causa pública, minha única pretensão é de que ela acabe sendo a vencedora e não os que a contrariam, conforme, infelizmente, tem sido a regra geral. A retirada de cena do criador e principal responsável por esse assalto ao patrimônio fundiário do Pará só terá um desfecho feliz se os seus sucessores reconhecerem o erro, retificarem seus rumos e seguirem uma nova história, conciliada com a verdade e a justiça.
Essa expectativa talvez seja, mais do que uma utopia, um devaneio de quem continua a achar que certas contas têm que ser acertadas por aqui mesmo, antes que chegue o momento de enfrentar o maior dos mistérios humanos, o único dos problemas filosóficos da nossa existência: a morte e o seu "depois". Para C. R. Almeida, quanto ao capítulo da sua participação na história fundiária do Pará, esse acerto ficou para ser feito "a posteriori". Não é a moral que convém à res pública, mas é a que tem prevalecido, infelizmente.
Poesia de força: a destas orquídeas
O poema de Paulo Vieira "está escrito na memória/ antes mesmo que se gere". Sua poesia é instinto, músculos, artérias, fibras. E é cérebro, faiscações da mente, arquitetura do pensamento. Tudo isso dentro dele até que se torne matéria, tecida com palavras vivas, autônomas, que se explicam na narrativa, fluem na construção verbal, às vezes se ordenam num discurso, freqüentemente contrariam a lógica, surpreendem o sentido, anarquizam o entendimento.
É assim o conjunto de "orquídeas anarquistas", a brilhar no seu terceiro livro, o segundo a assumir a forma impressa, com esse forte e sugestivo título, que mereceu o prêmio de poesia do IAP (Instituto de Artes do Pará), em 2007 e foi lançado no mês passado. É um produto graficamente belo, requintado, de extremo bom gosto, artesanal no seu acabamento paradoxalmente sofisticado. Há a aparência de uma construção formal muito lógica pela precisão de cada item, visual e verbal.
Mas há forças incontroláveis dentro dessa estrutura, uma voz do inconsciente que deve muito de suas origens à poesia simbolista francesa, ao modernismo, ao pós-modernismo, ao português castiço, às velhas canções de amigo, à linguagem coloquial inglesa, à voz áspera das ruas, à melodia das camas. Em uma palavra: ao mundo vivo e pulsante, que o poeta viu, no qual viveu ou que simplesmente imaginou, subvertendo a realidade e a fatuidade (até inventou seu nascimento "em uma das pequenas ilhas sem nome de Abaetetuba – cidade dos brinquedos de Mauritia – afinal, a gente nasce onde bem entende").
O poeta, um verdadeiro homo faber, faz o que quer com as palavras, que lhe são íntimas, plásticas, modeláveis. Seu leitor há de se surpreender agradavelmente ao seguir seus versos e chegar a desfechos como: "a queda/ também/ de voar/ é um jeito". Ou, pela "linguagem das flores", urdida na morte de Haroldo Maranhão, ficar sabendo: "nesta crisantemanhã nenhuma flor se embegônia". Ou, no verso elíptico e poderoso, que vale por mil discursos engajados de revolta pela morte da missionária Dorothy Stang, na pura e irredutível expressão artística:
"horse
(no assassinato de Dorothy)
Esses dias passam de ré
deas"
Orquídeas Anarquistas (IAP, 2007, 76 páginas) é um livro que nasceu clássico sem deixar de ser vanguardista. Poesia das melhores já surgidas em Santa Maria do Grão Pará – e em qualquer parte deste país. Ou do mundo de matérias e signos do poeta e da sua gente..

Rio começa inundar avenida Tapajós


Santarém, sábado, 5, às 09h30. Águas do rio Tapajós avançam sobre a avenida.
Foto: Gisele de Freitas

A “medicina-mercado” no Pará

Eduardo Sales

Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) do Pará, José Antônio Cordero da Silva, o Estado, com 143 municípios, tem 40% de suas cidades localizadas na região metropolitana de Belém e 65% dos médicos registrados estão nessa região. Ele informa que em 40 municípios do interior do Pará não há médicos residentes nas cidades, e viajam todos os dias do trabalho para a residência e vice-versa. No interior desse estado, observa-se a maior “desproporção” média da relação médico/habitante do país (1/4.466 hab.).
Além da falta de fiscalização da prefeituras paraenses, ele aponta para os problemas eleitoreiros locais. Nas pequenas cidades, há relatos de médicos que eram orientados a atender somente os eleitores dos prefeitos. “Somado a isso existem problemas contratuais em que os médicos começam a receber R$ 16 mil, cai pela metade, até se chegar ao calote”, afirma o Cordero.
Ele lembra, no entanto, que o médico não é um super-herói e que precisa de uma estrutura mínima para exercer sua função. “Nosso código de ética diz que o médico não é obrigado a trabalhar em um lugar que não tenha os recursos que possibilitem o trabalho”, diz.

CD Juruti Amar

Será lançado hoje, no tribódromo, o CD Juruti Amar, contendo músicas de Nilson Chaves, Lucinha Bastos e Marco Monteiro em homenagem ao muncípio de Juruti.

Passageiros sofrem

Chega a ser desumano o tratamento que a empresa que explora a linha de lanchas que fazem o trajeto Santarém-Juruti em dias de chuva.
Sem possuir guichê ou loja de passagem, os emissores de passagem se abrigam sob parte da cobertura do 'Mascotinho" e obrigam os passageiros a sofrer com respingos da chuva e ventos frios.
Além disso as bagagens e encomendas acabam se molhando antes do embarque porque não há estrado para protegê-las do contato com a água da enxurrada.

Chove, chuva!

Chove ininterruptamente há quatro horas em Santarém.

Alerta da Defesa Civil

Começou por volta de 00h15 min deste sábado a forte chuva que foi prevista em alerta da Defesa Civil Estadual emitido na tarde de ontem.
Nas primeiros minutos da madrugada - quando este site estava sendo atualizado - o aguaceiro não era acompanhado de ventania, como muitos temiam.
De manhã cedo o site confere os estragos da enxurrada na periferia de Santarém.

Alcoa e UFPA discutem implantação de cursos de engenharia

A Alcoa manifestou o interesse de firmar uma parceria com a Universidade Federal do Pará nas ações de ensino, pesquisa e extensão. A proposta foi apresentada quinta-feira (03), em reunião entre o reitor da UFPA, Alex Fiúza de Mello, a coordenadora do campus de Santarém, Marlene Escher, e representantes da empresa mineradora.
A empresa propôs a criação de cursos de engenharia que atendam a região Oeste do Estado, onde se concentra a mina de bauxita da Alcoa, no município de Juruti. A idéia é abrir a possibilidade de estágio e de atividades de pesquisa.

Manchetes da edição de fim de semana de O Estado do Tapajós



RIO JÁ INVADE AVENIDA TAPAJÓS

BOMBEIROAS VISTORIAM BARBALHÃO TERÇA-FEIRA

APÓS NOVAS PROMESSAS, MÉDICOS RECOMEÇAM ATENDIMENTO NO HOSPITAL REGIONAL

PREOCUPADA COM JACARÉS, TERRA SANTA ESPERA PELA MINERAÇÃO

ESCOLAS DE ORIXIMINÁ TÊM MELHOR MÉDIA NO ENEM QUE AS DE SANTARÉM

JURUTI COMEMORA ANIVERSÁRIO FRENTE A NOVO CENÁRIO ECONÔMICO

DIRETOR DO DETRAN DIZ QUE SANTARÉM TERÁ MELHOR SISTEMA DE CONTROLE DE TRÂNSITO DO PAÍS

Ministério Público pede anulação de acordo para estudos de Belo Monte

O Ministério Público Federal qualifica de absolutamente irregular e danoso aos interesses do Brasil o acordo de cooperação técnica assinado em 2005 entre a Eletrobrás e as empreiteiras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Norberto Odebrecht para realização dos estudos da hidrelétrica de Belo Monte. Por isso foi enviada nesta sexta-feira (4) uma representação ao Tribunal de Contas da União pedindo a anulação do acordo, que o MPF considera um contrato disfarçado.
Em outra ação, mantida sob sigilo até agora, procuradores da República no Pará já haviam pedido à Justiça Federal a condenação dos responsáveis por improbidade administrativa. O TCU, se concordar com os argumentos, pode anular os efeitos do acordo. E a vara federal de Altamira, onde tramita a ação de improbidade, pode condenar os envolvidos à perda dos direitos políticos, ressarcimento e multas.
(Pará Negócios)

Motoristas pagam pedágio e são ameaçados na Rodovia BR-163

Lúcio Freire
De Itaituba

Os motoristas que enfrentam os atoleiros na Rodovia BR-163 (Santarém-Cuiabá) denunciam que os donos de tratores que rebocam os veículos para tirar dos atoleiros cobram preços abusivos para puxar os carros e ainda ameaçam quem se nega a usar o serviço. Nem mesmo veículos oficiais escapam dos donos de tratores e do pedágio cobrado. Segundo José Carlos, agente de defesa de fiscalização agropecuária da Adepará, uma equipe do órgão, juntamente com os fiscais do Incra, seguiu para a região do rio Jamaxim e, no atoleiro entre as comunidades Jamanxizinho e Vila Planalto, município de Trairão, sudoeste do Estado, um caminhão era puxado pelo trator.
O homem que controlava a fila dos veículos dificultou a passagem do casso da Adepará com os fiscais e cobrou R$ 50 para puxar o veículo. Os fiscais se negaram a pagar, alegando que estavam em missão e que não tinham dinheiro. Enquanto os fiscais discutiam sobre o pagamento com o homem, José Carlos tentou sair com o veículo e surgiram cerca de dez homens da mata, que xingaram os fiscais e os ameaçaram.
Um trator atravessou a pista, impedindo a passagem do veículo da Adepará e um dos homens alertou que, ou eles pagavam para passar, ou não sairiam do local. Houve um principio de confusão, mas os fiscais da Adepará e do Incra acabaram pagando o pedágio para evitar maiores problemas. A direção da Adepará em Itaituba denunciou o caso na Polícia Rodoviária Federal, mas os funcionários do órgão temem ser perseguidos futuramente na rodovia.