terça-feira, 1 de julho de 2008

Madeira é o quarto produto da pauta de exportação do Pará

Entre os chamados produtos tradicionais, a madeira continua liderando com folga, com participação de 8,87% na pauta de exportação paraense, aparecendo a celulose no segundo lugar, com 3%. No geral, a madeira fica atrás apenas de três produtos minerais: ferro, alumina e alumínio. Mas a crise que atinge o setor madeireiro fez as suas vendas para o exterior caírem 6,39%, chegando a US$ 320 milhões. O detalhe é que enquanto o volume de madeira exportada caiu 25%, o seu preço subiu os mesmos 25%, em razão do maior valor agregado aos produtos madeireiros.
(Com informações do Pará Negócios)

Memória de Santarém - Lúcio Flávio Pinto

Evangelista Damasceno dedicou ao seu "companheiro de pescaria" Silvério Sirotheau Corrêa esta poesia ("O pescador de pirarucu"), que é uma cena de época:

Pegas do arpão e embarcas na canoa.
Teu piloto, o Naná, caboclo gordo,
Diz que Pirarucu não anda à toa
Como, agora, as mulheres de resguardo.


Mas a tua paciência não se escoa
E vencendo da vida o duro fardo
Certas vezes assumes cá na proa
A posição de um lançador de dardo.


Assim de ré, com garbo e com destreza,
Alheio a tudo que não seja a presa,
As fadigas do corpo tu repeles


E ficas esperando que as não chega
Como se fosses uma estátua grega
Feita pelo buril de Praxiteles.

Frente a frente (3)

Os quatro maiores partidos de Santarém estão divididos ao meio quanto à candidatura majoritária.
PT e PMDB vão de Maria do Carmo.
Democratas e PSDB vão de Lira Maia.
Os demais partidos são coadjuvantes.

Para entender a História no - e do - Pará

Do Espaço Aberto:

Leia aí embaixo uma nota que o jornalista Hélio Gueiros publicou em sua coluna, no jornal Diário do Pará, no dia 22 de junho passado:

Benedicto
José Ribamar me lembra um episódio da vida de Benedicto Monteiro, grande político e grande escritor, falecido recentemente. Nos idos de 1968, Carlos Marighella, líder da Aliança de Libertação Nacional, veio clandestinamente a Belém para tentar recrutar Bené para comandar movimento guerrilheiro que pretendia instaurar no Pará. Bené não concordou com a sugestão de luta armada e traiçoeira preferindo continuar o seu combate com luta cerrada peito aberto mas não sanguinária. Mas os agentes da ditadura não fizeram distinção entre Marighella e Benedicto. Mataram Marighella e perseguiram Benedicto nas matas de sua terra natal, Alenquer. Prenderam Benedicto, amarraram-no como se fosse um porco e, descalço, maltrapilho, o puxaram pelas ruas de Santarém. Rádios, jornais e televisões foram acionados pelos agentes da ditadura para documentar o tenebroso espetáculo que tinha o objetivo de tentar desmoralizar o heroísmo de Bené e amedrontar os que lutavam contra a ditadura. Quem conviveu com Bené até o fim dá testemunho de que ele não guardou ódio nem rancor dos seus algozes. Fechou os olhos em paz consigo e com os outros.
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Agora leia o artigo que o jornalista e pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA) Oswaldo Coimbra teve publicado em O LIBERAL de ontem (30) e atente, sobretudo, para o trecho em que se menciona o jornalista Hélio Gueiros, então deputado estadual pelo PSD:

Um drama na vida de Bené
O momento mais terrível da vida política de Benedicto Monteiro foi, certamente, o dia 14 de abril de 1964, quando, perseguido nas matas do interior do Estado por militares que haviam recebido ordens de matá-lo, se isto fosse necessário à sua captura, ele se viu também abandonado por seus colegas, deputados da Assembléia Legislativa, que cassaram seu mandato numa sessão transmitida pelas rádios de Belém. A ata desta sessão foi arrancada dos anais da Assembléia Legislativa e destruída, como constatou o próprio Benedito Monteiro, quando teve condições de procurar detalhes de sua cassação.
No entanto, o jornal O LIBERAL publicou no dia seguinte um relato minucioso do que ocorreu na Assembléia. Na época, o jornal não pertencia ainda a Romulo Maiorana e estava ligado ao Partido Social Democrático (PSD).
Como pesquisador, gostaria de prestar minha homenagem à memória de Benedicto Monteiro, transcrevendo aquela matéria jornalística para que a opinião pública do Pará conheça melhor este instante tão dramático da vida de Bené. Este foi o relato do jornal:
“Em sessão extraordinária convocada por sua Mesa Diretora, a Assembléia Legislativa do Estado cassou ontem, por trinta e quatro votos, o mandato do deputado Benedicto Vilfredo Monteiro, ex-líder da bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, por atividade subversiva.
Aberta a sessão pela 1º vice-presidente Dionísio Bentes de Carvalho, o 1º Secretário, Álvaro Kzan, leu o edital de convocação e a resolução da Mesa cassando o mandato do senhor Benedicto Monteiro.
Usou da palavra o deputado José Maria Chaves, para levantar uma questão de ordem sobre a legalidade da convocação da sessão, pois que tinha dúvidas quanto à tramitação correta da resolução que não teria cumprido os prazos regimentais. A Mesa, respondendo à questão de ordem do representante oposicionista, informou que tudo foi feito (de modo) perfeitamente legal. O deputado João Reis, em nome da bancada do PTB, foi à tribuna para dizer que seus companheiros e ele próprio votariam pela cassação do mandato, pois estariam votando não contra um companheiro, mas contra certas atitudes que ultimamente vinha tomando, frontalmente contrárias ao regime democrático de Governo. Emocionado, o deputado João Reis lamentou que tivesse a Assembléia de tomar a atitude drástica de cassar o mandato de um de seus membros, mas que estava fazendo exatamente a defesa da Bandeira Nacional, que estava sendo ameaçada em sua estrutura e no respeito que devia inspirar no povo brasileiro.
O deputado José Maria Chaves, em nova intervenção na sessão, falou do desrespeito que se estaria cometendo, pois que o próprio Ato Institucional já dá direito ao Comando Supremo da Revolução de cassar mandatos, faltando competência à Assembléia para tomar aquela atitude. Disse que estava satisfeito por ver que a Revolução não está atingindo somente os comunistas, pois vai chegar a vez dos contrabandistas e dos corruptos e corruptores que enlamearam o governo federal.
O deputado José Maria Chaves ainda elogiou as Forças Armadas por terem acordado em tempo de defender o Brasil da infiltração comunista e disse que todos eles, os comunistas, deveriam ser transferidos e deportados para países onde o regime por eles professado está por cima.
O deputado Hélio Gueiros, em nome da maioria, disse que a Assembléia Legislativa estava agindo corretamente eliminando de seus quadros um elemento que não escondia sua crença na ideologia comunista, e, portanto, subversiva ao regime democrático.
O deputado Geraldo Palmeira falou de sua gratidão ao governo do Estado pela solidariedade e apoio incondicional que lhe deu quando da morte de sua genitora. Manifestou-se favoravelmente pela cassação do mandato desde que seja para defender a democracia, mas disse que a democracia ‘não é só isso que aí está, democracia é acabar com a miséria e com os privilégios’.
O deputado Gerson Peres, como líder da UDN, ocupou a tribuna para sugerir que fosse dada uma chance de defesa ao deputado Benedicto Monteiro, o qual deveria ser chamado por um edital, para oferecer defesa às acusações que lhe eram formuladas como elemento subversivo.
Após os pronunciamentos, o vice-presidente Dionísio Bentes de Carvalho colocou em apreciação do Plenário e este aprovou a proposta do deputado João Reis para (que) a votação fosse nominal e não secreta.Feita a chamada de todos os senhores deputados presentes, responderam ‘sim’, isto é, pela cassação do mandato do senhor Benedicto Monteiro, todos os trinta e quatro presentes.
Logo depois da votação, a Mesa proclamou o resultado e encerrou a sessão extraordinária, mandando a secretaria expedir comunicação ao suplente José de Saraiva Macedo, do PTB, para que assuma o lugar de titular na bancada de seu partido.
Faltaram à sessão de ontem os deputados Américo Brasil, Nagib Mutran e José Gurjão Sampaio.”

Hospital regional apronta mais uma

Leia amanhã na edição impressa de O Estado do Tapajós.

Juiz revoga censura contra jornais de SP

Agência Estado

O juiz federal substituto Danilo Almasi Vieira dos Santos, da 10ª Vara Federal Cível de São Paulo, revogou na segunda-feira (30) a decisão que impedia o Grupo Estado de publicar reportagem sobre possíveis irregularidades que estariam ocorrendo no Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremesp).
O despacho, datado da sexta-feira (27), mas só liberado na segunda, põe fim ao período de seis dias em que O Estado de S.Paulo, o Jornal da Tarde e as versões online dos dois jornais estiveram sob censura prévia, por decisão do juiz federal Ricardo Rezende Silveira. Na sentença que revoga a censura prévia, o juiz Vieira dos Santos confirma que o Cremesp havia pedido “a extinção do feito sem resolução do mérito, por carência superveniente, posto que teve tempo hábil de exercer seu direito de defesa perante o réu”. Dado que o autor do pedido inicial “revela nítido pedido de desistência da ação”, o juiz acrescenta que esse fato “implica a extinção do processo”.

Frente a frente (2)


Lira Maia e Otávio Macedo x Maria e José Antônio. Fotos: Alessandra Branches

Lei esquecida

A nova lei seca no trânsito ainda não está sendo aplicada no Pará pelo Detran.
O órgão estadual avisa que ainda vai se reunir com as demais instituições públicas afetas ao trânsito para planejar uma operação de repressão ao consumo de álcool pelos motoristas.
Aqui no Pará até as medidas acertadas chegam atrasadas. Fazer o quê, né?

Registro

Três lideranças do PMDB compareceram à convenção do Democratas na Sygnus Club, ontem à noite: Davi Pereira, Luiz Pixica e Júlio Cezar Imbiriba.

Frente a frente

Apesar de três candidaturas homologadas em convenções que se encerraram ontem, haverá o confronto direto entre Lira Maia e Maria do Carmo pela prefeitura de Santarém. O PSOl tem candidato para marcar posição ideológica.