terça-feira, 8 de julho de 2008

Multa e censura prévia

Ao contrário do que muita gente pensa, alguns inocentes úteis, inclusive, a juíza Betânia Pessoa Batista determinou ao jornal O Estado do Tapajós, que 'se abstenha de fazer comparações entre a atual gestão e as anteriores ou depreciando a prefeita Maria do Carmo e seu partido sob pena de multa de R$ 5.000,00.
Como este jornal pratica o bom jornalismo, torna público que na mesma decisão a juíza Betânia Pessoa indeferiu pedido de censura prévia também requerido pelo Partido dos Trabalhadores e não "proibe de maneira irrestrita matéria que critique a atual gestão'.
Por orientação de nossos advogados, O Estado do Tapajós recorreu da liminar em tempo hábil porque entende que não são verdadeiros os fatos narrados na representação formulada pelo PT contra este jornal e solicita a revogação da liminar com o julgamento do mérito.

Rosilane acumula Sefin e secretaria de Governo

A secretária de finanças da prefeitura de Santarém, Rosilane Evangelista Peloso, acumula desde hoje o cargo de secretária de governo do município com o pedido de licença do titular Inácio Corrêa, que vai atuar na coordenação da campanha da prefeita Maria do Carmo.

Valéria volta à Seminf

A arquiteta Valéria Lima retorna ao comando da Semif, de onde foi titular por dois anos, no lugar de Peterson Diniz, que vai coordenar a campanha da prefeita Maria do Carmo.

Cesta básica sobe de preço três vezes em 2008

Alesandra Branches
Repórter


É a terceira vez no ano que os produtos que compõe a cesta básica do santareno sofrem reajustes. Os vilões continuam sendo os derivados do trigo, óleo de soja e a carne que juntos arrombaram o bolso do consumidor que vai pagar algo em torno 10% a mais neste mês de julho. Contudo, quem quiser economizar, as pesquisas apontam os mini-boxes e mercantis instalados nos bairros periféricos da cidade como a solução, já que os preços estão mais baixos do que nos grandes supermercados da cidade, mas vale ressaltar que é melhor pesquisar antes de encher os carrinhos.
"A cesta básica aumentou de R$182,00 para R$186,00 neste mês de junho. Por isso, é preciso pesquisar e descobrir onde é mais econômico", disse o economista José de Lima, acrescentando que alguns produtos vendidos nos mercantis são mais baratos do que nos grandes supermercados, e recomenda que os moradores façam suas compras em seus respectivos bairros, gerando emprego e renda para a área onde residem. "Eu sou adepto da teoria de que nós, moradores de um bairro, devemos injetar recursos ao redor de nossas casas e ajudar o bairro desenvolver. Agora, se nem tudo o que queremos estiver ao nosso alcance, procuremos outro local", destacou Lima.
No mês de maio os maiores vilões da mesa do santareno foram o tomate, com aumento de 28,85% e a carne bovina, 25,88% de aumento. O produto que mais registrou queda no último mês em relação a abril foi à batata, 12,59% mais barata. Desde março a farinha de mandioca é a campeã em baixa no preço, calcula-se que em três meses o produto baixou 21,84%.
A cesta santarena ainda está mais barata em relação à Belém, onde no mês passado os mesmos itens já custavam R$ 202,60.

Concurso da prefeitura alimenta indústria das apostilas

Alessandra Branches
Repórter


A menos de dois meses das provas para o concurso público da Prefeitura Municipal de Santarém, os cursinhos preparatórios abrem as portas para os candidatos dispostos a conseguir uma vaga no serviço público e garantir estabilidade financeira. As salas de aulas estão lotadas e os professores tentam oferecer aos alunos, em especial, quem ficou anos os fora dos bancos escolares, metodologia diferenciada com data-shows e muita dinâmica. Por outro lado, quem não dispõe de condições financeiras para arcar com os custos de um preparatório, opta pelas apostilas vendidas em frente às agencias bancárias. Mais de 30 são vendidas diariamente e aproximadamente 1,000 exemplares foram comercializados desde dia 18 de junho, estimam vendedores.
"Eu acredito que mais de 1000 apostilas foram vendidas desde que chegamos a Santarém. A população reclama, diz que não tem dinheiro para pagar um cursinho, então facilitamos e vendemos baratinho. Nada mais de R$ 15,00 ou R$20,00", diz o vendedor lembrando que tem apostila para todos os cargos. "Tudo o que você precisa está aqui, é só comprar", ressalta Frank Silva dizendo que terá bons lucros com o fim deste concurso. "Nós nos preparamos, sabíamos que venderíamos muito, por isso viemos de São Luis do Maranhão para cá", contou.
Apostilas com informações sobre conhecimento específicos e gerais para os cargos de nível médio e superior são vendidas a R$25, 00, assim como os regimes jurídicos. Para nível fundamental completo e incompleto as apostilas são comercializadas a R$ 15,00 e R$ 12, 00, respectivamente. Segundo Frank, sete pessoas estão espalhadas pela cidade vendendo o produto. "Onde tem concurso, nós preparamos o material e nos deslocamos para lá. Para o município de Santarém temos para professor de 1ªa 4ª series, Educação infantil, Superior e Médio, além de fundamental completo e incompleto. Esse é o nosso ganha pão. Em Santarém e Belterra, somos uns 10 vendedores", destaca.
Enquanto isso tem quem se dedique de fato. Quer realmente a aprovação, como acontece nos cursinhos preparatórios onde a movimentação é intensa e os alunos não jogam fora um minuto. "As turmas são de pessoas dispostas a uma vaga mesmo. Não há bagunça, fuga de alunos, que diferente dos preparatórios para o vestibular são mais exigentes", conta à diretora de um cursinho em Santarém, Simone Araújo, acrescentando que para chamar atenção do aluno, o professor tem que ser bom. "Utilizamos métodos diferentes para atrair de fato os alunos que realmente entram em busca de resultados positivos. Por isso, os professores são gabaritados, estudam, analisam provas de concursos anteriores a fim de assimilar questões que provavelmente podem cair. Além disso, utilizam muitas dinâmicas para garantir o aprendizado do aluno, que infelizmente deixa tudo para cima da hora", conta Simone.
"Assim que o edital saiu, nós providenciamos uma equipe de excelentes profissionais para oferecer aos candidatos que concorrerão às vagas oferecidas pelo concurso da prefeitura. Como são vários cargos, estamos disponibilizando preparatório para nível médio e superior, aplicando aulas de conhecimentos básicos e regime jurídico", contou Simone, lembrando que por falta de espaço e mais profissionais outras turmas não serão formadas. "A procura é acentuada, ainda mais depois que o edital foi retificado, e não serão cobrados os cinco anos de experiência", destacou a diretora.
Nas agências bancárias do Banpará a movimentação foi intensa. Nos últimos dias de inscrição milhares de pessoas procuraram os caixas para efetuar pagamento.

Palavras, palavras, palavras...

Do Espaço Aberto:

Trecho de encarte publicitário do governo do Estado, que os jornais de Belém veicularam no último domingo, sobre a mortandade de bebês na Santa Casa:“Nosso governo sempre teve compromisso com a saúde pública, porque isso é um direito do cidadão e um dever do governo”.
Imaginem se o governo do Estado não tivesse compromisso com a saúde.
Mais um trecho:
“O que não podemos é transformar a saúde pública no Pará de uma hora para a outra”.
É verdade, não se pode mesmo transformar a saúde pública no Pará de uma hora para a outra.
Mas se pode, de uma hora para outra, agravar as condições deploráveis da Santa Casa, a ponto de provocar-se a morte de mais de 40 recém-nascidos em curto período de tempo. A ponto de isso ter virado um escândalo nacional.
Mais um com origem no Pará.

Memória de Santarém - Lúcio Flávio Pinto

Sesp em agonia

Era dramática, em meados de 1963, a situação do Sesp, o Serviço Especial de Saúde Pública, criado durante a Segunda Guerra Mundial, mas já então transformado em fundação. A Associação Comercial do Baixo-Amazonas se reuniu para avaliar a situação. Sem recursos, o Sesp ameaçava fechar.
Embora ainda houvesse algum medicamento, o corpo clínico, desfalcado, não dava conta da demanda. Cada médico, atendendo em média 100 pessoas por dia, só podia dedicar três minutos a cada uma. Nessas condições era impossível um diagnóstico seguro. O único cirurgião era o próprio prefeito, o médico Everaldo Martins. Como prefeito, ele não era obrigado mais a ir ao Sesp, mas continuou a desempenhar sua função no hospital.
Antonieta Dolores, empenhada em salvar a instituição, deu seu depoimento:
"Conheci o Sesp desde os tempos áureos do convênio americano. Nada faltava ao povo da Amazônia. O programa era bem elaborado. Os tempos foram passando e o Sesp passou a fundação. E como se fosse crime tratar da saúde do povo com o carinho como o Sesp fazia, por castigo, as verbas foram diminuindo. Hoje pode-se dizer que o Sesp já não tem nada para dar".

Alvo de disputa, limite da Amazônia Legal é revisto

Da Folha de São Paulo:

Alvo de disputa entre representantes do agronegócio e ambientalistas, o limite da floresta amazônica passará por revisão nos próximos meses. Técnicos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) farão novos mapas dos biomas brasileiros numa escala 20 vezes mais precisa. O novo limite da floresta deverá ser anunciado no primeiro semestre de 2009, segundo previsão do Ministério do Meio Ambiente.
Pelos mapas atuais, o bioma Amazônia mede 4,2 milhões de quilômetros quadrados -ou 46% do território brasileiro. Dentro desse território, a legislação cobra dos proprietários de terras a manutenção de 80% da vegetação de floresta, bem acima dos 35% de reserva legal exigidos para as áreas de cerrado nos limites da Amazônia Legal.
Poucos cumprem a regra.
Desde 1º de julho, o Banco Central cortou o crédito aos produtores rurais do bioma Amazônia que não comprovem a regularidade ambiental de suas propriedades ou que não tenham nem sequer dado início ao processo de cadastramento das terras. A resolução do BC é um das principais peças da política de combate ao desmatamento. Os mapas também são importantes no processo de regularização fundiária.
Na fronteira dos biomas Amazônia e cerrado, 93 municípios têm parte das propriedades em cada um dos biomas. Nesses municípios -a maioria no Mato Grosso-, a expectativa pela revisão do limite da floresta é maior.
Roberto Vizentin, diretor de zoneamento territorial do Meio Ambiente, considera precipitado estimar se a floresta vai crescer ou diminuir na revisão dos mapas do IBGE."É provável que haja áreas consideradas como cerrado que são floresta e vice-versa, podemos estar diante de uma equação de soma zero", disse.