segunda-feira, 14 de julho de 2008

Subiu o tom

Durante comício no bairro do Uruará, domingo, a candidata Maria do Carmo subiu o tom de seu discurso ofendendo o ex-prefeito Lira Maia, seu principal oponente nestas eleições para prefeito de Santarém.
A estratégia de partir para a ofensiva demonstra que a candidata está em desvantagem, querendo tirar o prejuízo. Se estivesse em situação confortável adotaria um discurso menos ofensivo.
Esta análise, embora superficial, foi feita por um candidato a vereador por uma das coligações que dão apoio a Maria.

Apenas para dizer "muito obrigado"

Bellini Tavares de Lima
Advogado

Os romanos, herdeiros culturais dos gregos, acreditavam que a vida dos humanos era criada, construída e encerrada por obra de três entidades a que davam o nome de Parcas. Como ensina alguém, "eram três divindades irmãs, donas da vida e da sorte dos homens. Cloto, a que tecia, no momento dos nascimentos, os fios da vida de cada um; Láquesis, a que colocava nesses fios a boa ou má sorte que acompanharia cada mortal; Átropos, a que vigiava a vida dos mortais e que, em determinado momento, cortava-lhes os fios da vida". No dia 23 de junho deste ano de 2008, Átropos resolveu agir e cortar o cordão que nos propiciava D. Ruth Cardoso.
Seria fácil repetir o perfil da trajetória social, familiar cultural, acadêmica, política e o que mais seja de D. Ruth. Bastaria repetir, com alguma maquiagem, a ampla cobertura jornalística que, por sinal, me chamou a atenção pela maneira respeitosa como a tratou, quase que todo o tempo chamando-a antropóloga e não prosaicamente ex-primeira-dama. Repetiu-se com muita justiça que D. Ruth não era um planeta, era um astro, tinha luz própria. Não só nesse momento dramático, mas também durante toda a vida, D. Ruth parece ter conseguido algo reservado apenas aos muito especiais: um respeito tal que derruba a tese de que toda unanimidade é burra. Tudo isso foi enaltecido e, o que foi ainda melhor, com dados históricos ricos e esclarecedores. Eu, a exemplo, talvez, de muitos outros brasileiros, pouco ou nada sabia sobre D. Ruth. Somente agora, quando ela se tornou eleita da divindade impiedosa, pude saber um pouco mais a respeito dela. Muitos de seus papéis e contribuições começaram a ser ressaltados, dentre eles o de reunir, em torno de si, adversários políticos que talvez nem mesmo os interesses mais soberbos conseguissem. Pois eu, ignorante confesso, quero registrar que recebi de D. Ruth uma outra espécie de contribuição de enorme valia.
Ainda recentemente a mídia trouxe a público a informação sobre o assassinato brutal de uma menina índia de 16 anos que portava sérias deficiências mentais e físicas. A jovenzinha se encontrava em um abrigo para os xavantes no Centro de Apoio à Saúde Indígena, em Brasília. Foi vitima de abuso sexual seguido de morte. Este caso não teve, obviamente, a repercussão que mereceu o episódio no Rio de Janeiro, aquele em que um oficial do exército entregou três jovens a uma facção criminosa, inimiga daquela que detém o controle do morro onde se realizava uma obra dita social, mas de evidente caráter eleitoreiro, tudo sob a proteção das forças armadas.
A mídia é impertinente. Também andou divulgando que, mais uma vez entre centenas de outras vezes, proprietários de postos de gasolina misturavam à gasolina uma quantidade de álcool muito superior à permitida, em óbvio prejuízo aos que paravam no estabelecimento para abastecer seus veículos. E, não contente com isso, essa mesma mídia trouxe à luz do dia a concessão de carteiras de habilitação a pessoas com deficiência visual. Em outras palavras, carta de motorista para cegos (dentre outros impedidos) que, à luz da lei, poderiam perfeitamente se aventurar pelas ruas com suas máquinas maravilhosas, levando de roldão a quantos por acaso tivessem a má sorte de estar em seu caminho.
Vendo isso tudo e, sobretudo, com a clara e inevitável percepção de que esse "isso tudo" é apenas uma parcela modesta do todo, não tenho como evitar aquela vontade de "pegar o meu boné". Como, não sei. Alguém já disse que o suicídio até poderia ser uma solução, mas é muito perigoso. Fica, então, só aquela sensação de tédio, aquele desinteresse que pode ser até um caminho alternativo e velado para o próprio suicídio.
Começo a sentir uma combinação de vergonha e raiva por fazer parte dessa categoria biológica. Uma vontade de esmurrar esse estúpido "homo sapiens".
Aí vem essa Átropos, por certo uma parca mal amada, exercer seu odioso oficio de cortar o fio de D. Ruth. E D. Ruth, finalmente é mostrada aos olhos do mundo e dos ignorantes confessos como eu. Pois, ao ouvir a seu respeito, ao aprender um pouco sobre ela, começo, aos poucos, a me refazer. É como se tivesse dormido a noite toda na rua, sob um frio terrível e, ao amanhecer, lá viesse o sol me aquecer lentamente. E começo, também aos poucos, mas com lucros incontáveis, a resgatar a fé na minha espécie, o orgulho de ter nascido parte dela e, ainda de quebra, na mesma leva. Gente como D. Ruth até pode ser alvo dessa Átropos intransigente, mas. seguramente, não foi moldada pelas outras duas que se arvoram a desenhar a trajetória humana. Essa trajetória redentora, certamente D. Ruth a construiu com seu ouro pessoal.
Recebi de D. Ruth um novo ânimo para não perder completamente a fé na minha própria raça. Não sei se essa fé vai durar muito tempo, mas agora, foi divinamente providencial. Obrigado, D. Ruth. E aos deuses, que as Parcas, nos poupem!!!
27 de junho de 2008

Jornalista pode divulgar notícias sob segredo de Justiça?

Do Comunique-se:

Pelo sim ou pelo não, os próprios veículos de comunicação passaram a ser notícia esta semana. Tudo por conta da Operação Satiagraha, da Polícia Federal (PF). Na Folha de S.Paulo, a repórter Andréa Michael escapou de ser presa ao antecipar informações sobre as investigações que aconteciam contra Daniel Dantas, enquanto o repórter César Tralli, da TV Globo, sabia, segundo o ministro da Justiça, Tarso Genro, da prisão do dono do Opportunity, antes dos outros veículos. Tarso Genro chegou a pedir desculpas pelo vazamento de informações. A questão que fica é: o meio de comunicação pode -- ou deve -- publicar inquéritos que correm em segredo de Justiça? A divulgação pode prejudicar as investigações?
Para o Associação Nacional de Jornais (ANJ), sim, o veículo deve divulgar as informações. O assessor Ricardo Pedreira é da opinião de que a liberdade de expressão está acima de tudo, um direito garantido pela Constituição.
Sobre a Globo, disse: "A TV foi lá e fez o trabalho dela".Ricardo Pedreira argumenta que o segredo de Justiça é uma questão da Justiça. "O segredo de Justiça é para as partes do processo, para os elementos envolvidos, e não para jornalistas", afirmou o assessor da ANJ.
Pedreira declarou ainda que a responsabilidade de divulgar as informações, na possibilidade de atrapalhar as investigações, é de cada jornal. "É uma questão de cada jornal."
Fenaj
O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade, diz que o jornalista tem a obrigação de divulgar a informação que tem relevância pública. "Tudo que tem interesse público, relevância social, o jornalista precisa divulgar", afirmou.
Para Murillo de Andrade, no entanto, o repórter deve ter o extremo cuidado em divulgar informações se elas podem prejudicar alguém a ponto de oferecer perigo à vida. "A decisão de divulgar uma informação não é uma regra absoluta, é um princípio ético."
Sobre o vazamento de informações da PF e o pedido de prisão da repórter da Folha, o presidente da Fenaj entende que o problema foi da polícia, em deixar escapar os dados, e não dos jornalista.
Polícia Federal
A Polícia Federal admite que o erro foi dela mesmo. "Foi o agente do Estado que errou. O jornalista, pelo mérito e trabalho, divulgou o que a polícia deixou vazar", afirmou a assessoria de imprensa. Informa, ainda, que está sendo aberto um inquérito para investigar o vazamento, assim como havia afirmado o ministro Tarso Genro.
A PF, contudo, é contra divulgar informações sobre inquéritos em andamento. "A pessoa investigada começa a se comportar de maneira mais precavida, a manipular informações de banco e telefonemas para encobrir o crime", argumentou a assessoria da Polícia Federal.

Bafômetro

O bafômetro usado no final da tarde de domingo, durante operação das policias rodoviárias, na estrada de Alter do Chão, foi empresatado da Polícia Rodoviária Federal.
Dois motoristas foram presos dirigindo embriagados e levados para a delegacia de polícia onde foram soltos depois de pagar multa de R$ 970,00.

Pesquisa falsa circula nos bastidores

O site acertou na mosca.
Já circulam os 'numeros' fabricados de uma falsa pesquisa encomendada para tentar animar a militância governamental que anda um pouco desestimulada.
Mas como diria Mané Garrinha, esqueceram de combinar com os russos.
Nesse caso, os russos são os eleitores.

Atualização precária

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