sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Crise no setor florestal prejudica as exportações santarenas

Paulo Leandro Leal

O município de Santarém, terceiro maior do Pará em população, ocupa apenas a 10ª posição no ranking dos municípios exportadores do Estado, ficando atrás de municípios de menor expressão, como Breu Branco, Marabá e Oriximiná. A situação poderia ser melhor, se não fosse a crise vivida pelo principal setor exportador do município: o florestal. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) apontam uma redução de cerca de 20% das exportações de madeira do município de Santarém nos sete primeiros meses deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado.
A Associação das Indústrias Madeireiras de Santarém e Região (Asimas) informa que a redução das exportações é resultado da falta de matéria-prima nas indústrias, provocada pela não liberação de planos de manejo florestal suficientes para atender à demanda das empresas. Segundo a entidade, se não houver uma aceleração na liberação dos planos de manejo florestais para a região, o resultado deste ano deve ser bem pior do que o do ano passado. Muitas indústrias ainda estão paradas por falta de matéria-prima.
Santarém exportou em sete meses 48,3 milhões, pouco mais do que os 46,8 milhões exportados de janeiro a julho do ano passado, mas o suficiente para ocupar apenas a décima posição no ranking. O município perde para Parauapebas (1,7 bilhão) Barcarena (1,5 bilhão), Marabá (606 milhões), Canaã dos Carajás (344 milhões), Belém (306 milhões), Almeirim (196 milhões), Ananindeua (154 milhões), Oriximiná (117 milhões) e Breu Branco (51 milhões). No total, de janeiro a julho deste ano, o Pará exportou 5,3 bilhões de reais e teve um saldo na balança comercial de 4,8 bilhões.
O grande destaque das exportações santarenas ainda continua sendo os produtos madeiros, apesar da crise que aflige o setor. Mas a madeira vem perdendo lugar para a soja. No ano passado, por exemplo, a participação da soja nos sete primeiro meses do ano foi insignificante, mas este ano já representa 26% das exportações, um incremento de 12 milhões. Como o aumento no valor exportado foi de apenas dois milhões, conclui-se que este ano foram exportados cerca de 10 milhões a menos em madeira, uma redução bastante significativa. Se a exportação de madeira fosse mantida no ritmo do ano passado, Santarém poderia ocupar a nona posição no ranking dos municípios exportadores.

Homem extermina família em Alenquer

No Amazônia:

Está recolhido no Presídio Regional em Santarém, oeste paraense, o pequeno fazendeiro Francisco Camelo de Oliveira Filho, 27 anos, o 'Pelado'. Ele confessou ter executado, por envenenamento, cinco pessoas da mesma família e depois ter queimado os corpos em uma caieira, no município de Alenquer, na mesma região. Entre as vítimas está o pai de 'Pelado'. O crime, ocorrido há mais de um mês, foi descoberto anteontem por uma equipe de policiais civis coordenados pelo delegado Germano Carneiro.
Em depoimento, Francisco confessou a autoria e disse que cometeu o crime por causa da briga com o pai em função da demarcação dos terrenos das duas fazendas de propriedade da família.As vítimas são o pai de 'Pelado', Francisco Camelo de Oliveira, o 'Chico Camelo'; a madrasta do acusado, Lucidalva de Sousa Lira; Maria Leonilda de Sousa Rodrigues, cunhada de Chico Camelo; e os filhos de Lucidalva, Lucivando de Sousa, de 9 anos, e um bebê de 6 meses.
Conforme o delegado, há cerca de um mês, denúncias feitas à Delegacia de Alenquer davam conta do desaparecimento de cinco pessoas residentes na fazenda Milagre, situada na comunidade Arumanzal, zona rural do município. A equipe policial passou a investigar o fato. Na casa da fazenda em que morava a família, atualmente, residiam Francisco Camelo Filho e a esposa.
A moradores da comunidade e familiares o acusado dizia que o pai havia lhe vendido a fazenda por R$ 15 mil e depois teria viajado com toda a família para local desconhecido. O delegado passou a suspeitar de Francisco Filho. No dia 1° deste mês o delegado solicitou à Justiça de Alenquer uma ordem judicial de busca domiciliar na fazenda para apreender objetos e bens das pessoas até então desaparecidas, para auxiliar nas investigações. O mandado foi decretado no dia 3 e cumprido por volta de 6h30, quando uma equipe de policiais civis e militares foi à propriedade. Durante vistoria no imóvel, os policiais encontraram dois revólveres de calibres 32 e 38, além de uma espingarda, calibre 36.
Francisco Filho recebeu voz de prisão e foi conduzido à viatura policial, juntamente com a mulher dele. A caminho da delegacia, ao perceber que a mulher também seria presa, ele resolveu confessar o crime e indicar o local onde estavam os restos mortais das vítimas.
Em depoimento ao delegado, Francisco Filho contou ser dono da fazenda Santa Tereza, situada a 300 metros de distância da fazenda Milagres. O preso alegou que a relação com o pai não andava bem, por causa da separação com a mãe dele. Segundo ele, as coisas pioraram depois que o acusado recusou-se a atender a um pedido feito pelo pai, no final do mês de julho, para retirar um pico (demarcação), que separa a fazenda do acusado à do pai dele.
Filho afirmou que, no dia seguinte, o pai foi à fazenda Santa Tereza com uma arma de fogo e tentou matá-lo. Ele teria chegado a efetuar um disparo em direção ao filho, que teria tido que correr para os fundos da fazenda para não morrer.
O preso alegou ter sido ameaçado de morte pelo pai.
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Reunião do conselho da Sudam tem apenas três governadores

No Amazônia:

Apenas dois governadores, os do Amapá, Valdez Góes, e do Amazonas, Eduardo Braga, além da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, participaram da segunda reunião do Conselho Deliberativo (Condel) da recriada Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Os demais governadores dos nove Estados da Amazônia Legal foram representados por seus vices.Também nenhum dos ministros das pastas com assento no conselho participou do encontro, delegando a tarefa aos seus secretários executivos.
Mesmo sem a representatividade esperada, o encontro rememorou os melhores tempos do Condel.'A reunião fluiu muito bem e com muito entusiasmo por parte dos participantes. O clima geral demonstrou que existe um esforço em desenvolver a região', avaliou o secretário executivo do Ministério da Integração Nacional, Luiz Antônio da Eira, que presidiu o conselho no lugar do ministro Geddel Vieira de Lima.
No discurso de abertura do Condel, a governadora do Pará, Ana Júlia, destacou o papel estratégico da Sudam na implementação de um novo projeto de desenvolvimento, descentralizado e não-excludente. 'Estamos implantando um modelo com participação social, onde o crescimento econômico se dá com a distribuição de renda e casado com a ciência e a tecnologia', afirmou a governadora.
O novo projeto de desenvolvimento, segundo a governadora, já começa a render frutos no Estado. 'O novo modelo de desenvolvimento construído com participação social conseguiu, em menos de dois anos, arrefecer os ímpetos separatistas concentrados principalmente nas regiões sul e oeste do Pará', afirmou Ana Júlia.
Ficou claro na reunião o interesse de todos os conselheiros de enterrar o passado negativo da Sudam, crivado de irregularidades que levaram à extinção da autarquia.
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