terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Adenauer Góes: Limitações para o turismo

Após avaliação criteriosa quanto à retrospectiva do turismo em 2008 e suas respectivas expectativas para 2009, resolvi comentar alguns itens que me parecem mais significativos para este ano e que me parecem capazes de provocar reflexos mais importantes na cadeia econômica desta atividade.
A Lei Geral do Turismo que foi sancionada pelo Presidente Lula em setembro de 2008, após tramitar durante quase 08 anos entre idas e vindas no Congresso Nacional, significa indiscutivelmente um avanço na atividade, porém bem mais do que um sentimento, ficou no empresariado a certeza de que assuntos importantes foram excluídos de seu conteúdo ou mutilados em seus textos originais através dos vetos presidenciais ou nos acordos que antecederam a votação em plenário, sem os quais o lobby feito por outros segmentos e interessados não teria permitido sua evolução, tais como a regulamentação das atividades das agências de viagens com sua respectiva responsabilidade civil perante os consumidores (exemplo: caso um vôo atrase a agencia tem ou não responsabilidade), ou ainda a retirada de pauta da emenda que classificava a atividade turística de exportadora e concedia incentivos e benefícios fiscais, entre várias outras questões que acabaram por ficar para outro momento, sem falar é claro na falta de regulamentação da lei que ainda não ocorreu.
A questão dos vistos em relação à reciprocidade para os turistas americanos continua firmemente encalhada, até uma subcomissão foi criada pela Comissão de Turismo da Câmara em 2008 para tratar deste assunto, mas o Itamaraty tem sido muito pouco sensível aos anseios empresariais que a unanimidade pleiteiam a flexibilização dos vistos para os americanos como fórmula de atraí-los em maior número para incrementar o fluxo turístico nacional.
O tema Resorts x Cruzeiros chegou a ser contemplado com acalorada e concorrida audiência pública na Câmara dos Deputados através da Comissão de Turismo em função das pendências existentes e que representam entraves entre estes dois importantes segmentos da atividade turística. A sensação mesmo logo após os debates é a de que nada evoluiu, ficando patente a necessidade de regulamentação do setor de cruzeiros e seu melhor entendimento por parte de nossas autoridades.
A infra-estruturar aeroportuária é outro tema pendente no turismo brasileiro, e que vem sendo como se diz no popular empurrado com a barriga, tudo indica que a troca de comando na Infraero significa que o governo vai seguir firme em seu propósito de privatizar os aeroportos de Galeão e Viracopos. Mas e quanto aos outros?Praticamente todos os aeroportos reclamam por investimentos, em outros países mais desenvolvidos o assunto é tratado sob a ótica econômica.
A maior expectativa para 2009 é a Copa do Mundo de Futebol de 2014, mobilizando 16 cidades em busca de indicação para as 12 sedes que receberão os jogos. Tudo indica que a Amazônia só terá uma vaga, estando a pendência em termos normais entre Belém e Manaus, caso a avaliação da FIFA seja pura e simplesmente em relação à estrutura para o futebol, maior proximidade e acesso de mercado e turismo urbano cultural Belém será a escolhida, mas se a avaliação se basear em turismo de selva Manaus levará vantagem.
adenauergoes@gmail.com

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