segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Juruti: invasão e bloqueio de rodovia estadual causam prejuízo superior a R$2 milhões e colocam em risco empregos e impostos

Prejuízo superior a R$2 milhões de reais já foi causado pela invasão das instalações da Alcoa em Juruti e o bloqueio da estrada PA-192, por um grupo de cerca de 150 pessoas que se dizem habitantes da região de Juruti Velho e, desde a última sexta-feira, se encontram em uma das entradas do empreendimento da Alcoa, impedindo a passagem no km. 26 da rodovia estadual.
Esses atos de vandalismo vêm obstruir também a continuidade das negociações que vinham sendo realizadas há mais de um ano entre moradores de Juruti Velho e a Alcoa, sob os auspícios do INCRA, para a assinatura de compromisso que estabeleceria as bases de relacionamento entre as partes, bem como definiria o valor dos pagamentos devidos pelo empreendimento aos superficiários que habitam os locais de mineração.
Essa ação violenta também coloca sob ameaça negociações que visavam ao equacionamento da quase totalidade da pauta de reivindicações que consta de uma nota pública que circulou hoje em Belém, assinada por um auto-denominado “Movimento Juruti em Ação e Via Campesina Pará”. Cerca de 80% dos itens referentes à Alcoa que constam dessa pauta também estavam sendo cobertos por essas negociações lideradas pelo INCRA e agora colocadas em risco pela invasão de propriedade e bloqueio de rodovia estadual. O impedimento de continuidade das obras, em virtude dessa invasão e bloqueio do direito de ir-e-vir de veículos e trabalhadores, por uma rodovia estadual, por um grupo de cerca de 20 pessoas, além de configurar várias ilegalidades, coloca também sob grave ameaça a própria continuidade do empreendimento da Alcoa, gerador de empregos diretos e indiretos e que, só em 2008, contribuiu com mais de R$48 milhões em receita de ISS para a Prefeitura de Juruti.
(Fonte: Assessoria de imprensa da Alcoa)


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NOTA PÚBLICA DAS COMUNIDADES DE JURUTI E JURUTI VELHO SOBRE A ALCOA

As comunidades de Juruti e Juruti Velho que lutaram e lutam até hoje pela não implantação da mineradora denominada de ALCOA e que hoje se encontra implantada graças ao descaso das autoridades dos governos federal e estadual, que não se importaram com as comunidades existentes na região, aprovando um projeto que está destruindo as matas privando a locomoção dos trabalhadores e trabalhadoras de poderem produzir seu sustento.
Há tempos as comunidades tentam negociações para a reparação dos danos causados nas áreas de assentamentos existentes no local onde a mesma foi implantada, além dos danos que viriam como Poluição do lago que circundam as comunidades diminuindo a quantidade de peixes e a locomoção dos ribeirinhos com a diminuição de água do lago, impactos esses que serão sentidos principalmente no verão;
Diminuição das coletas de frutos como: castanhas, andirobas, bacabas etc. Pois a mineradora esta derrubando as árvores nativas e enterrando junto a outras madeiras de lei;
Atropelamentos que podem acontecer por parte da ferrovia que corta assentamentos, e que não construirão nem túneis muito menos passarelas para as comunidades que trafegarem.
Por essas e outras as comunidades de Juruti e Juruti Velho se organizaram e tomaram como justa e necessária fazer luta contra a transnacional ALCOA e no dia 28 de janeiro as 15:00 horas cerca de 1500 trabalhadores e trabalhadoras ocuparam a base da mineradora, na chegada as forças do estado já estavam a postos pronto para defender a empresa contra os verdadeiros donos das terras, numa atitude truculenta da PM com o batalhão de choque, receberam os trabalhadores e trabalhadoras com spray de pimenta e bombas de gás, numa cena de pura barbárie onde crianças e mulheres passaram mal, não quiseram nem saber de conversas.
Apesar da truculência da PM o povo permanece em frente a base com acampamento montado e só sairão do local com a vinda do presidente da ALCOA na América Latina, INCRA Nacional, Casa Civil do Governo Estadual, SEMA, ITERPA, Ministério Publico Federal e Estadual e Governo Municipal, pois temos pautas e cobranças para todas essas autoridades, lembrando o Governo do Estado se o Pará e de fato terra de direito ou se o direito é somente de empresas estrangeiras que só se aproveitam de nossas riquezas e como lucro deixam a miséria, devastação e exclusão.
MOVIMENTO JURUTI EM AÇÃO E VIA CAMPESINA PARÁ.

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