segunda-feira, 23 de março de 2009

Adenauer Góes: A crise e o turismo

Articulista de O Estado do Tapajós

Na crise é que se deve aproveitar as oportunidades para crescer. Não deixa de ser uma verdade, embora como empresário seja necessário ser particularmente ousado e criativo nestas oportunidades.Até este momento o Continente Europeu e os Estados Unidos,onde tudo começou,sentem muito mais este momento, do que o Brasil.Quem participou das Feiras de Portugal-BTL e da Espanha-FITUR no final de janeiro pode presenciar in loco os impactos sofridos, a taxa de desemprego na Espanha por exemplo chegou a alarmantes 18%, e a imprensa internacional chama atenção para protestos em praticamente todos os Países, em especial pelos índices de demissão e diminuição da produção.
No Brasil, alguns efeitos são sentidos, muito embora tudo leve a crer que a condição atual de nossa economia emergente nos permita passar sem muitos percalços, quando comparado com outras economias ricas por esta fase tão difícil. Alguns setores estão até crescendo domesticamente. A TAP, por exemplo, informou que seu fluxo cresceu para o Brasil em Janeiro. A CVC informou que cresceu acima de 30% suas vendas internamente e que o número de argentinos vindos para o Brasil cresce a uma taxa de 25%.
Existem, no entanto, motivos para preocupação, o Governo Federal anunciou recentemente o corte de 95,6% no orçamento do Ministério do Turismo, com isso a previsão de R$2,98 bilhões de gastos e investimentos previstos pela pasta fica reduzido a R$ 129 milhões. Só para se ter uma idéia, o Governo bloqueou R$37,2 bilhões do Orçamento da União.Além do Turismo, os Ministérios do Esporte e do Meio Ambiente foram os que mais sofreram cortes. O Ministro do Turismo Luiz Barreto disse em depoimento ter esperança de recuperar parte do que foi bloqueado, mas...
O Governo precisa entender que o turismo é o quarto item da balança comercial brasileira e tem condições de ajudar a manter a economia aquecida, sendo a atividade que mais rápido responde na geração de empregos e renda. È possível que em março os valores do corte sejam revistos, vai ser como se diz no popular, uma briga de foice no escuro entre os Ministérios.
È também muito importante que os parlamentares federais, em especial os paraenses se empenhem para garantir emendas que sustentem os projetos e investimentos que o setor necessita para continuar a crescer, sem o que perderemos as oportunidades que possam surgir em tempos de crise.
adenauergoes@gmail.com

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