sábado, 8 de agosto de 2009

Meu pai, um soldado da saúde

Miguel Oliveira

Dia dos pais, amanhã.

Meu velho pai foi um soldado da saúde.

Combateu a equistosomose, doença de chagas, malária, varíola e tantas outras doenças tropicais.

José Petronilio de Oliveira Filho veio para a Amazônia em 1938, atuando em Belém, Cametá e Mazagão.

Chegou a Santarém em plena Segunda Guerra e daqui só saiu, aposentado, em 1980. Iniciou na Fundação Nacional de Saúde como guarda-malária. Depois foi para o DNERU, como inspetor e chefe de unidade.

Com a criação da Sucam, ele passou a chefiar o distrito de Santarém, onde permaneceu no cargo até a aposentadoria.

José Petronílio nasceu em Jaguaruana(CE) e veio para a Amazônia com apenas 19 anos. Dedicou sua vida à saúde no oeste do Pará.

Funcionário público exemplar, dedicado ao serviço, chegava a identificar malária sem o auxílio de lâmina, apenas pelo feeling.

Foram cerca de 40 anos a serviço da saúde pública, no tempo que funcionário público honrava o posto que ocupava.

Já aposentado, jamais perdoou Collor pela extinção da SUCAM.

_ É um crime o que o Collor fez, meu filho, dizia Petronílio, já adoentado, consequência do contato direto com DDT por muitos anos.

Meu pai faleceu no dia 18 de junho de 1998, em Belém, cercado pelos filhos, filhas, noras, genros e netos.

Amanhã, é dia de relembrá-lo, quando meus filhos me cumprimentarem pelo nosso dia.

4 comentários:

Ana Fantini disse...

Oi mano!
Justa homenagem.
Parabéns pelo seu dia.
Você é um exemplo de dedicação como pai.
Receba o meu abraço.
E que Deus te abençoe.

Edson disse...

Olá Miguel!
Excelente artigo!
Mostrou um exemplo de vida dedicado a um trabalho meritório.
Saudações pelo dia dos pais.
Edson

Jota Ninos disse...

Não sei se lembras Miguel, mas no dia da morte de teu pai estávamos juntos na sucursal da Província do Pará, em minha casa na 24 de outubro, quando recebestes o telefonema com a informação. Estávamos em meio a uma reunião discutindo alguns procedimentos para a sucursal que havias assumido. Lembro que chorastes e falastes sobre o teu pai.
Alguns anos depois, vasculhando velhas fotos do acervo do ICBS, junto com o Cristóvão Sena, ele encontrou uma do teu pai, na função de inspetor sanitário da Sucam. Tens esta foto? Se não tens, ela está por lá, no ICBS.
Foi uma boa homenagem ao teu pai, no dia dedicado a ele, e a nós, que também temos filhos.

Blog do Miguel Oliveira disse...

Oi Jota.
Lembro bem desse dia.
Tinha acabado de chegar de Belém.
Passamos um dia agitado, atrás de vaga para eu voltar.
Só consegui retornar à noite, de Penta. Eu e minha irmã Sara.
Era uma segunda-feira.
O enterro esperou por mim, na terça.
No sábado anterior,fiquei ao lado dele, no hospital, e assistimos pela tevê ao jogo Inglaterra x Argentina, pela Copa do Mundo.
No domingo, decidimos autotizar o tratamento de quimioterapia recomendado pelo médico Salomão Kawage.
Foi o meu último contato com meu pai.
Na segunda-feira cedo, viajei para Santarém, a serviço do jornal. Após desembarcar, quando estava no táxi que me trazia do aeroporoto, meu celular tocou. Era minha irmã dizendo que papai tinha entrado em crise. Após chegar a tua casa, outro telefonema, este fatal.
Meu pai tinha nos deixado, aos 79 anos.
Pedi que tu ligasses para a Rádio Rural para avisar o falecimento de papai, no que fui atendido.
Mais uma vez, obrigado obrigado pela força.

Miguel Oliveira