terça-feira, 8 de setembro de 2009

A liturgia do cargo


Miguel Oliveira

Repórter

É púbico que a prefeita Maria do Carmo preferiu Alter-do-Chão à orla da cidade no feriado de 7 de setembro.
Sob o pretexto de estar agastada com o delegado da Marinha em Santarém, a prefeita não compareceu ao desfile militar.
Essa é uma mera desculpa de quem não honra a liturgia do cargo. A prefeita Maria é a maior autoridade do município. A cidadã Maria é igual a todos os pobre mortais. Esses podem ir para onde quiserem sem dar explicação.
A presença do prefeito em desfile militar de 7 de setembro - aqui não se discute se a parada deve ser mantida ou não - é uma tradição, que precisa ser prestigiada por quem detem o cargo máximo da comuna.
Até porque Maria fez de piraça. A prefeita não é tão avessa aos milicos como quer fazer parecer. Virou, até então, arroz em festa da caserna. Nem mal a PM organizava a entrega de lotes de diplomas e medalhas para agradar os poderosos da terra, lá estava ela, a Maria, lépida e faceira, perfilando-se ao lado dos milicos.
Até a história política da prefeita não combina com o arroubo do dia da independência. Maria é filha de um falecido político da Arena, partido de sutentação da ditadura militar. Maria quando jovem era líder da "Juventude do PDS" (partido renomeado pelos militares). Maria entrou no PT pela janela. Não teve militância estudantil ou sindical. Veio na avalanche de filiações de pequenos burgueses ao Partido dos Trabalhadores.
Sei que alguns prefeitos petistas históricos se recusaram a se perfilar ao lado de militares. Esses tinham suas razões ideológicas. Mas isso ocorreu no passado. Os dois lados amadureceram.
Mas, quais seriam as verdadeiras razões da prefeita Maria do Carmo ter feito tamanha descortesia aos chefes militares sediados em Santarém?

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