terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ex-prefeito diz que deixou dinheiro em caixa para Maria do Carmo trabalhar

Miguel Oliveira
Repórter


O vereador José Maria Tapajós, que assumiu o cargo de prefeito de Santarém por seis meses, afirma nesta entrevista que seu governo tomou as providências necessárias para que a adminisraçãomunicipal não ficasse parada, mesmo diante dos gravesproblemas causados pelas chuvas e enchente.
Segundo Tapajós, que é presidente da Câmara, todas as verbas federais liberadas ainda no final do promeiro mandato da prefeita Maria do Carmo ficaram depositadas em conta corrente e não foram gastas.
O presidente do legislativo diz que as verbas fedeais emergenciais só foram liberadas nomês passado porque sua administração apresentou os projetos junto ao Ministério da Integração Nacional. Tapajós reclama das declarações prestadas pela prefeita Maria do Carmo à imprensa que que por causa do problema jurídico no STF a cidade fciou paralisada. “ Quem perdeu tempo foi a prefeita, não o município”, afirmou.
Leia os principais trechos da entrevista:

O Estado do Tapajós: O senhor reassumiu a presidência da Câmara, usou a tribuna esta semana. O que lhe levou a fazer o pronunciamento, elencando as obras e os recursos que o senhor conseguiu quando era prefeito?

José Maria Tapajós - Por questão de atender a minha própria consciência. Fiz questão de registrar as pessoas que peregrinaram comigo no ministério da Integração Nacional, que foi a secretária Valéria. Tivemos os nossos projetos aprovados, pela eficiência dos projetos que levamos. O deputado federal Jader Barbalho, que não só me chamou para Brasília, como me acompanhou até o ministro, e com base no companheirismo, eu percebi que Santarém ganhou nesse momento e naquela ocasião nós ficamos na expectativa de podermos ser beneficiado no atendimento dos projetos e graças a Deus foram todos aprovados, que é muito difícil.

O Estado: Quais foram os mais importantes?

José Maria - Todos os sete projetos foram importantes. Nós fizemos os projetos com base no que Santarém mais sofreu no período do inverno. Cito aqui como exemplo, a Magnólia, que chegou até a colocar canoa lá: o projeto foi liberado. Cito aqui o rompimento da orla: o projeto foi liberado. Cito aqui o buraco do mercado da Prainha, o projeto foi liberado.

O Estado: Agora vereador, o dinheiro já foi liberado, já foi depositado, mas as obras não começaram. Por quê?

José Maria - Nós recebemos a comunicação esta semana do repasse da 1ª parcela, R$ 1 milhão 500 mil e uma fração. Significa dizer o quê, que a partir das obras licitadas e iniciadas e a partir e as suas prestações de contas, serão liberados as próximas parcelas. Considerando que o verão, estamos ai a três meses do final do ano e essas obras são de fundamental importância, exceto a orla, que nem saiu no total, as demais têm condições de ser iniciadas e o restante do dinheiro só será liberado na medida em que as obras forem iniciadas e prestadas contas.

O Estado: Mas quando o senhor foi prefeito o senhor deixou tudo pronto, projetos apresentados, prontos para receber o dinheiro. O senhor teme que esses projetos acabem sendo não executados?

José Maria: Pelo período do verão curto, como você falou, eu temo no sentido de não serem concluídos e quem sabe alguns nem iniciados, isso pode ser possível, mas o recurso não se perde. O recurso está empenhado, está garantido, então seja neste verão, seja durante o inverno, as obras poderão ser iniciadas, continuadas, porque o recurso está garantido, porque foi empenhado.

O Estado: A prefeita Maria do Carmo, desde que reassumiu, quando é perguntada por que não consegue resolver alguns problemas emergenciais da cidade, ela sempre usa como resposta que Santarém perdeu muito tempo. Santarém perdeu tempo durante sua interinidade?

José Maria: Coloco isso como um discurso impensado, porque Santarém não perdeu absolutamente nada, não perdeu tempo. A prefeita pode ter perdido tempo, ela particularmente, ela, mas Santarém não perdeu. Primeiro porque fiquei com todo o secretariado do 1° governo, os técnicos que estavam acompanhando e sabiam administra a máquina. Segundo, está ai, nós encaminhamos os projetos que foram aprovados, projetos liberados. Então, acredito que a prefeita esteja sendo infeliz com essa colocação, pois Santarém não perdeu absolutamente nada de tempo. Olha, nós temos aqui recursos prometidos do governo federal, pela Defesa Civil, que já foi liberado. Temos recursos prometidos pelo governo estadual, pela Defesa Civil, aí eu não sei, pois na Câmara, não temos conhecimento se já foi liberado. A sociedade está aí como prova do esforço da administração. No momento que estávamos prefeito, fizemos de tudo que era possível para que Santarém não viesse sentir e a população demonstrou que estávamos certos que tinha prefeito e que nós estávamos trabalhando.

O Estado: Há muitos comentários na cidade que o senhor não tem sido tratado como um aliado de primeira hora. Existe algum problema político nos bastidores, em que envolve a sua pessoa, com relação as PT, à prefeitura, aos secretários?

José Maria: Deve existir. Eu também ouço esses rumores. A sociedade e a impressa conhecem o meu perfil político. Então eu sempre procurei ficar no anonimato. Muitas das vezes tomando certos prejuízos políticos. Hoje, apenas gostaria de ser reconhecido pelo que fiz, afinal de contas, a olho e testemunhado pela população santarena, eu fiz o que tinha de fazer e, diga-se de passagem, modéstia à parte, acredito que até mais, porque quando a pessoa se considera vigia de um determinado setor, de um determinado objeto, de um determinado patrimônio, ela apenas está lá vigiando por um tempo curto. Ela não puxa pra si a responsabilidade. Eu não me considerei em nenhum momento um vigia. Considerei-me prefeito da cidade e que tinha que agir e agi, os resultados estão aí. Portanto eu espero que não só a prefeitura como o secretariado, que tive a oportunidade de ter em meu governo, possa reconhecer esse meu esforço, esse meu empenho enquanto prefeito e eu espero que a sociedade faça o melhor julgamento.

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