segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Consenso entre ruralistas

Apenas uma chapa está inscrita para concorrer às eleições para a diretoria do Sindicato Rural de Santarém, que acontecem neste mês de janeiro.
A chapa é encabeçada por Toni Alberto Filter, tendo Adinor Batista, atual presidente, como vice-presidente.

Moradores da várzea não abrem mão de terras para quilombolas

Alesandra Branches
Repórter


Moradores de áreas próximas à comunidade quilombola de Arapemã estão revoltadas com a possibilidade de perderem suas terras. É que o Ministério Público ingressou na justiça com o propósito de deslocar o mais rápido possível as famílias daquela comunidade para o centro da ilha onde vivem com a justificativa de que devido ao fenômeno das terras caídas, eles já não têm mais para onde ir. Acontece que as terras onde deverão ocupar pertencem a outras comunidades que também sofrem com o mesmo problema e desde já garantem que não irão abrir mão da área.
"Nós queremos defender o que é nosso. As mais de 400 famílias tradicionais que moram entre as comunidades de Nossa Senhora de Fátima a Piracãoera estão sendo esquecidas por esses órgãos. Ali, o fenômeno das terras caídas também acontece e com a mesma freqüência e impacto que acomete a comunidade de Arapemã", indignado comentou o vice-presidente da Associação de Moradores da Comunidade de Nossa Senhora da Fátima, Jorge Aluízio Costa, acrescentando ainda que a comunidade quilombola recebeu doação de terras na comunidade de Maicá e por isso, não vê motivos para que eles se desloquem para o centro da ilha. "Se eles já ganharam terra do governo
porque não se mudam para lá. Naquela área poderão plantar, trabalhar e ainda receber saneamento básico, escola e outros benefícios, tudo isso, em função da condição que lhes foi dada de quilombolas. Por outro lado, quando o fenômeno acabar com as nossas comunidade, nos teremos que sair dali, e de forma bem diferente, não receberemos apoio de ninguém", reclamou Jorge.
O MPE e o INCRA declaram que a além da correnteza, os integrantes da comunidade do Arapemã sofrem com os impactos da pecuária e da exploração ilegal de argila na ilha, atividades promovidas por não-quilombolas. Tais atividades prejudicam o cultivo na várzea e acabam com a vegetação que serve de fonte alimentar para peixes e que o deslocamento da comunidade para uma área de 1,1mil hectares na região central da ilha de Arapemã é uma medida emergencial até que seja realizada a titularização da terra quilombola. Entretanto, o Jorge Aluízio discorda e pede apoio para que as outras comunidades não sejam esquecidas. "Nós temos os mesmos direitos que eles. Por que só os moradores de Arapemã serão beneficiados. E quando esse pedaço de terra também for levado pelo Amazonas, eles continuarão adentrando áreas de outras comunidades?", questionou.
O Piracãoera sofre com o mesmo fenômeno. "Em São Ciríaco do Urucurituba, a escola, a sede a igreja e o campo já sumiram. A escola de segundo grau, que era anexo ao Álvaro Adolfo já acabou e nem por isso eles querem as comunidades de Campos e Igarapé do Costa que ficam lá trás. È isso que eu queria reclamar. Eles só vem a condição deles, do quilombolas e esquecem que lá também existem famílias que estão passando pelo mesmo problema", desabafou o vice-presidente da comunidade", contou Jorge.
"Além disso, eles não produzem nada, diferente das demais comunidades que cuidam de gados e ainda plantam durante o verão, mesmo sofrendo com o fenômeno que abrange toda aquela região. Na verdade, estamos passando por uma calamidade, não é só no Arapemã, as igrejas vão caindo e as escolas de outras comunidades estão se perdendo. Nos geral, todas as comunidades já perderam de frente e de fundo aproximadamente uns quinhentos metros. Já sumiram lagos, restingas, igarapés. Queremos uma solução", indignado destacou o vice-presidente da comunidade que já contestou o pedido do MPF e do INCRA quanto à doação da terra.

Caindo na real

Setores da igreja católica já admitem intramuros que o número de romeiros do último círio da Conceição foi igual ou menor à procissão do ano anterior.
Impressão que vem sendo confirmada há vários anos pelos repórteres deste jornal.

O novo Mangueirão

Ronaldo Brasiliense

Sem uma ampla reforma no Mangueirão e uma reformulação completa das vias de acesso ao estádio estadual, principalmente na hoje congestionadíssima rodovia Augusto Montenegro, as chances de Belém desbancar Manaus na corrida para ser uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014 são pífias. A avaliação é de um importante assessor do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. Então, mãos à obra, governadora.

Candidatos para a nova batalha do Tapajós

Ronaldo Brasiliense

Procura-se um candidato no PT para disputar a nova eleição para prefeito que se prenuncia em Santarém, no Baixo Amazonas, terceiro maior colégio eleitoral do Estado. Como Maria do Carmo Martins Lima está inelegível, pensou-se em seu irmão, o deputado Carlos Martins (PT). Mas este, por ser irmão, também esta inelegível.
Conversei com três advogados especialistas em legislação eleitoral, mas não há consenso: a maioria afirma que o deputado federal Lira Maia (DEM) pode ser candidato, assim como os deputados Alexandre Von (PSDB) e Antonio Rocha (PMDB), mas, para os causídicos, todos os secretários municipais da administração de Maria do Carmo e os vereadores eleitos em outubro estão também inelegíveis.
Há, na verdade, consenso em torno de duas certezas: a primeira - o vereador José Maria Tapajós (PMDB), presidente da Câmara Municipal, que assumiu a prefeitura, é prefeito de fato - e não interino; a segunda - Maria do Carmo deve se apresentar ao trabalho, no Ministério Público, nesta segunda-feira. Se não leva falta.

Cosme e Damião

O prefeito José Maria Tapajós e o deputado estadual Antônio Rocha passaram o domingo em visita à localidade de Vila Socorro, no rio Arapiuns.

Detran retoma atendimento na segunda-feira, 12

O Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran) informa que o atendimento ao público externo será normalizado nesta segunda-feira (12), em todas as suas regionais e agências. Esta semana, o Detran atualiza os seus sistemas informatizados, com as novas datas e taxas do Calendário de Licenciamento 2009.

Novo Progresso: Polícia investiga origem de aparelhos eletrônicos

A Polícia Civil de Novo Progresso, no sudoeste do Estado, inicia nesta segunda-feira (5) uma investigação para apurar a procedência e destinação dos eletrônicos que foram interceptados pela Polícia Militar no sábado (3) de um caminhão na rodovia BR-163, a 30 km da cidade. Caso seja confirmado que os equipamentos foram desviados da Secretaria de Educação do município, a polícia abrirá inquérito para investigar os envolvidos no crime.
O motorista do veículo chegou a ser preso no sábado, mas foi liberado após interrogatório. Em depoimento, ele afirmou que apenas recebeu ordens para levar os aparelhos para Santarém.
De acordo com a polícia, foram encontrados 149 aparelhos de som e 49 caixas com televisores, cada uma com seis aparelhos. Os equipamentos seriam utilizados nas escolas da rede pública de Novo Progresso. Os equipamentos não possuiam nota fiscal e estavam sem o lacre da Seduc.
Segundo os policiais, os lacres dos objetos foram tirados e jogados próximo à prefeitura.
Os aparelhos ficarão retidos na delegacia até a origem ser comprovada.
A polícia chegou até o caminhão depois de receber denúncias anônimas. No sábado, a PM montou barreira na rodovia BR-163, no sentido de Itaituba, e conseguiu abordar o caminhão suspeito a 30 km da cidade.
De acordo com levantamento da polícia, todo o material apreendido pertence ao patrimônio público municipal e foi conseguido através de convênios com a Seduc (Secretaria de Estado da Educação).
O Portal ORM tenta contato com a Prefeitura de Novo Progresso.
Fonte: Portal ORM

Silêncio mineral

Lúcio Flávio Pinto
Articulista de O Estado do Tapajós


A governadora Ana Júlia Carepa parece dar todos os créditos ao presidente da Vale, Roger Agnelli. Ele garantiu que a Amazônia será preservada dos cortes já feitos ou a fazer pela empresa, que reduzem o seu tamanho para se ajustar ao desaquecimento da economia internacional. Mas ninguém está seguro de onde acaba a carne e onde começa o osso daquela que é a maior corporação privada do país, sua maior geradora de dólares e a segunda maior mineradora do mundo. A Vale defende a involução da legislação trabalhista para aliviar seu custo com pessoal e poupar novas demissões, que se somarão por milhares, a persistir a redução no consumo de algumas commodities e, sobretudo, da sua principal mercadoria, o minério de ferro, mais até do que a queda dos preços dos produtos.
O presidente Lula, porém, tem dado estocadas na Vale. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, também. Nossa governadora é que parece convencida de que o Pará é um nirvana nesse baixo astral. Ela e a sociedade, que permanece queda e muda. No entanto, os dois principais negócios em curso, o níquel e o cobre, estão minados pelos preços mais baixos do mercado nos últimos tempos. A Vale conseguirá manter seus cronogramas? E ficará nos cortes que efetuou em Carajás? Ela diz que sim. Alguns informantes acreditam que a produção será reduzida em 20%. Quem está com a razão?
Só se saberá perguntando e questionando as respostas. Até o terceiro trimestre do ano passado a Vale respondia a essas reticências com os maiores dividendos pagos em todo mundo. E com operações de compra agressivas. A empresa encerrou setembro com um lucro líquido acumulado de 19,25 bilhões de reais e se dizia preparada para enfrentar a crise. Dispunha de 12 bilhões de dólares em caixa.
Agora, na época das vacas magras, tem que ser obrigada a prestar contas sobre as gorduras que acumulou e reservou (e pelo tanto que passou em frente sem maior ponderação). Se o ímpeto aquisitivo tivesse sido exercido plenamente, como eram os planos do seu principal executivo, é quase certo que a situação da empresa passaria de muito folgada para duvidosa, ou crítica. Sob o peso da anglo-suíça Xstrata, a Vale teria que agüentar um peso maior do que podia suportar. Agora é preciso calibrar o peso e testar as forças. Se não, o país poderá ser surpreendido pelo contracanto do hino glorioso da Vale. O Pará incluído.

PMDB amplia espaço no secretariado municipal

Aos poucos, o PMDB, partido do prefeito José Maria Tapajós, vai ocupando cargos no primeiro escalão da prefeitura de Santarém. Os demais ainda permanecem sob o controle do PT.
Inicialmente, o partido detinha a SMT, ao comando de Sandro Lopes.
Hoje, o partido também já controla a nova secretaria de Meio Ambiente, cargo para o qual será nomeada a advogada Roberta Merabeth. O nome do novo secretário de governo está entre o de Geraldo Sirotheau e Oti Santos, segundo fontes ouvidas pelo site.
Ainda por toda esta semana pode ser que uma importante secretaria também passe a ser administrada pelo PMDB.

Confusão e agressões na orla

Este site se encontrava de recesso quando ocorreu o epísódio entre o deputado Antônio Rocha(PMDB) e cinco jovens que madrugavam na orla de Santarém, no último sábado.
Como cabe à polícia apurar o ocorrido, espera-se que a inquirição de testemunhas do episódio possa esclarecer quem está com a razão ou se os dois lados estão passíveis de reprimenda judicial.
Por enquanto, este site estranha apenas que o episódio tenha sido divulgado com a clara intenção de dar uma conotação negativa ao parlamentar, pessoa, até então, de trato afável com o eleitorado santareno.
Mas sabe no entanto, que, por debaixo dos panos, capangas midiáticos de políticos ligados aos jovens envolvidos atuam para esconder que entre estes está o filho do advogado Dilton Tapajós, ex-procurador do municiípio, que foi indicado para o cargo pelo presidente do PDT Osmando Figueiredo. Dilton é o mesmo que foi afastado do INCRA a bem do serviço público.
Osmando está usando o episódio para ir à desforra com Rocha, que vetou o PDT na vice-presidência da Câmara de Vereadores.

Aqui jaz a educação

Lúcio Flávio Pinto
Articulista de O Estado do Tapajós

Dos 7 milhões de paraenses, 400 mil – ou 6% de toda população – são analfabetos ou analfabetos funcionais (sabem ler, mas não são capazes de entender o que lêem). É uma tragédia. Mas há outras. Dos 126 mil professores da rede pública de ensino médio, 41 mil (ou um terço) não têm formação de nível superior. A grande maioria dos que têm formação universitária é oriunda não de escolas públicas, mas de particulares, de evidente qualificação inferior. Das 1.216 escolas de ensino médio do Estado, mais de 80% ”apresentam infra-estrutura deficitária e obsoleta”.
São dados oficiais da Seduc, que a secretária, Iracy Gallo Ritzman, corajosamente apresentou na Reunião Regional da SBPC em Oriximiná, em novembro. Ela prometeu empenho para reverter esse quadro dramático, cuja consideração é indispensável para entender a nefanda condição social do Pará, com exploração de menores, trabalho escravo, mortes violentas e outros indicadores negros, que ofendem a dignidade da maioria dos habitantes do Estado. Mas como acreditar que essa gigantesca tarefa será realizada pelo governo atual, que, como todos os anteriores, considera a educação a ante-sala de toda a mixórdia política e empresarial, que mantém o Pará distante do seu potencial de grandeza em função dos seus recursos naturais?
Simplesmente não dá para acreditar.

Site volta a ser atualizado

Após o período de recesso de final do ano, este site volta a ser atualizado a partir de hoje.