terça-feira, 12 de maio de 2009

Atualização

O Blog do Estado volta a ser atualizado amanhã, a partir de 8 horas.
Até lá.

Sessão da Câmara: ainda ninguém entrou pelo cano

A Cosanpa diz que vai fazer.
As lideranças comunitárias já não acreditam que a Cosanpa resolva a crise de falta de água em Santarém.
Como promessa é dívida, Eduardo Ribeiro se comprometeu até o pescoço.
Em anos anteriores, todo mundo ouvia a mesma ladainha.
Água farta e barata nas torneiras, até agora ninguém viu.

Cabeça fria, pés gelados


Foto: Emanuel Santos

'Bat Girl' transferido para presídio de Itaituba

A Polícia Civil de Santarém, oeste do Pará, transferiu segunda-feira (11), da 16ª Seccional Urbana de Santarém para o Centro de Recuperação Regional de Itaituba, o empresário Carlos Roberto da Silva, 41 anos, conhecido como “Bat Girl”. Acusado de cometer crime de pedofilia no município de Itaituba, na mesma região, o empresário estava com o mandado de prisão preventiva expedido pela Comarca de Itaituba. Ele foi condenado a 36 anos de prisão pelo Poder Judiciário por ter abusado sexualmente uma criança nesse município. Em função disso, teve a ordem de prisão decretada. Nascido em São Luís do Cárceres, no Estado do Mato Grosso, “Bat Girl” fugiu do município de Itaituba, onde morava.

Ele foi encontrado durante uma ação da Superintendência Regional do Baixo e Médio Amazonas, com apoio dos sistemas de informações e serviços de inteligência. Carlos Roberto foi localizado no balneário de Alter do Chão, em Santarém, em um residencial onde estava abrigado desde o dia 08 deste mês. Após ser preso, ele foi conduzido para a sede da Seccional Urbana de Santarém. A fuga do empresário ocorreu na época da visita dos parlamentares que integram a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que apura denúncias de pedofilia no Pará. De acordo com o delegado Jardel Guimarães, titular da Superintendência Regional do Baixo e Médio Amazonas, Carlos Roberto vai ficar preso no Centro de Recuperação de Itaituba para cumprir a sentença determinada pela Justiça.
(Fonte: Assessoria de imprensa da Polícia Civil)

A enchente no comércio ontem e hoje

1953. A avenida João Pessoa sente os efeitos da cheia do rio Tapajós. Foto: Arquivo ICBS.

2009. A avenida Lameira Bitencourt dá lugar a palafitas. Foto: Lila Bemerguy.

Lula vai editar MP apenas para ajudar flagelados do sul e nordeste

O presidente Lula está para assinar medida provisória liberando 1 bilhão de reais para atender os pleitos dos prefeitos e governadores dos estados do sul e nordeste.
Mas não se fala de nenhum tostão a ser endereçado aos flagelados pelas cheias no norte do país.
Ontem, no plenário da Câmara, o deputado Lira Maia(Democratas/Pa) pediu ao governo a edição de uma MP destinada a liberação de verbas federais para socorrer milhares de famílias atingidas pelas cheias dos rios Amazonas, Trombetas, Tapajós e Surubiú, no Baixo-Amazonas.
Hoje, o prefeito de Santarém José Maria Tapajós está em Brasília em busca de recursos junto ao Ministério dos Transportes para obras de recuperação do cais de arrimo e do sistema viário da cidade.

Pará terá internet popular sem ICMS

Convênio publicado no Diário Oficial da União do dia 8 de abril de 2009, pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), autoriza os Estados do Pará e São Paulo e o Distrito Federal a conceder isenção de Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) na prestação de serviço de comunicação referentes ao acesso à internet por conectividade em banda larga prestadas no âmbito do Programa Internet Popular.
(Fonte: Agência Pará)

Lúcio Flávio Pinto: As várzeas esquecidas

Vista aérea de plantação de arroz na várzea do Ituqui,
no rio Amazonas(Santarém). Foto: Edson Queiroz



Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós


Andreia Fanzeres ganhou uma bolsa para pensar, a partir da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, sobre sua experiência de jornalista especializada em meio ambiente, baseada em Juína, no Grosso. É uma excelente repórter, como se pode ver por suas matérias para a revista eletrônica O Eco. A qualidade da cobertura que faz da mais representativa unidade federativa do agronegócio brasileiro chamou a atenção dos patrocinadores da bolsa, do Press Fellowship Programme. Ela desenvolve uma pesquisa sobre o valor da comunicação ambiental no chamado “arco do desmatamento”.
Como parte do seu projeto, Andreia está ouvindo jornalistas “que noticiam a questão do desmatamento na Amazônia para o público estrangeiro e questionar um pouco o paradoxo da comunicação: enquanto uma imensa quantidade de artigos e pesquisas é diariamente publicada e promove mudanças visíveis no comportamento das pessoas, os dados e notícias sobre mudanças climáticas, implicações locais, mitigação, adaptação, etc. simplesmente não adquirem a capilaridade suficiente para influenciar quem vive na Amazônia”, disse ela numa mensagem por e-mail que me mandou, antes da nossa conversa.
Já de Cambridge, ela me ligou no dia 1º de maio para me ouvir a respeito. Nossa conversa acabou se concentrando na minha idéia do kibbutz científico: campi experimentais espalhados pelo interior amazônico, conforme as aptidões definidas pelo zoneamento econômico-ecológico, preparando cientistas para intervir na realidade – e não apenas estudá-la. Num dos pontos, falei da necessidade de desviar o rumo da agricultura para a várzea do rio Amazonas, nela instalando centros de formação, pesquisa e tecnologia que difundiriam e sustentariam o uso desse solo privilegiado para culturas de ciclo curto.
No dia seguinte, li, feliz, um artigo de Erich Imbiriba em O Liberal. Antigo paladino em defesa das áreas inundáveis da região, o advogado e homem público alenquerense não ensarilhou suas armas. Não só mantém antigas idéias: além de renová-las, acompanha em cima os acontecimentos. Defende no artigo a conversão de uma usina de álcool que foi instalada há 10 anos a 25 quilômetros de Santarém, sem nunca ter entrado em funcionamento.
Ao invés de continuar à espera do plantio de cana-de-açucar, que até hoje não saiu, para poder movimentar suas máquinas e gerar cinco mil litros por dia, a Usina Santa Rosa podia usar como matéria prima o mucajá, abundante no local, para a destilação de biodiesel. No dia 7 de abril o presidente Lula inaugurou em Montes Claros, Minas Gerais, terra do antropólogo Darcy Ribeiro, uma usina de biodiesel à base de sementes de macaúba, a versão mineira do mucajá santareno. Além dela, Erich Imbiriba garante ser possível lançar mão de outras sementes: de buriti, ucuúba, inajá, andiroba, tucumã ou murumuru.
Pensar nessas alternativas e colocá-las em prática seria a tarefa do Núcleo de Tecnologia Varzeira, a ser instalado na Ponta Negra, em frente a Santarém. Esse núcleo se interessaria pelas três mil ilhas de várzeas, de alta fertilidade, localizadas entre Parintins, no Amazonas, e Prainha, no Pará, conforme a visão de Erich. Um dos principais alvos seriam as fibras, com ênfase no curauá, que pode estar sendo levado para o Amazonas.
Se o Pará não tomar uma iniciativa, acabará importando do Estado vizinho o Linho Curauá, sonhado por alguns visionários, como Erich (agora com a companhia do filho). A juta, fibra importada da Ásia há 90 anos e aqui bem adaptada, serve de advertência: a Amazônia importou 10 mil toneladas da Índia em 2007. A juta, que chegou a ser o segundo item na pauta de exportação, tem agora produção simbólica. Erich calcula a perda de 20 mil empregos no campo. Uma perda agravada por outro fato: as condições quase medievais nas quais a juta amazônica costuma ser produzida, degradando o ser humano.
Outro centro, voltado para a produção de alimentos, poderia ficar em Almeirim, à sombra do modelo de como não fazer plantio de arroz, deixado pela Jari do milionário americano Daniel Ludwig, acrescento eu. E um centro dos peixes de lagos, em Mamirauá, ou dos quelônios, em Oriximiná, e assim sucessivamente, até que o véu da ignorância sobre as terras de mais antiga ocupação da Amazônia tenha sido rompido e nelas se estabeleça, enfim, a inteligência humana contemporânea. Poupando a terra firme, onde está a kaapor, a floresta verdadeira, da sua assustadora e irracional destruição atual.
Quem quer embarcar nessa utopia para colocá-la ao alcance das mãos?

Emasculador de Altamira está na cadeia

Do Amazônia:

O médico Anísio Ferreira de Souza, condenado por participação no crime de emasculação de crianças em Altamira, foi conduzido ontem para o Presídio Estadual Metropolitano (PEM I), em Marituba. Foragido desde o julgamento, em 2003, ele foi preso na quinta-feira, no município de Porto Franco, no Maranhão. Anísio começa a cumprir aos 67 anos de idade a pena a que foi condenado de 77 anos de reclusão. Já com a saúde debilitada, o médico se diz 'vítima de injustiça' e se compara a Jesus Cristo quando fala da 'perseguição' que tem sofrido.
Anísio foi transferido para Belém de avião, sob escolta de policiais militares no final da manhã de ontem. O promotor de Justiça Milton Menezes, coordenador do Grupo Especial de Repressão e Prevenção às Organizações Criminosas (Geproc), do Ministério Público, acompanhou a transferência. O médico era foragido da Justiça paraense desde 2005 e foi localizado em uma ação conjunta do Geproc e do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado do Maranhão (Gecoc) no início de maio. Ele foi preso na quinta-feira passada no município de Porto Franco, distante 100 quilômetros de Imperatriz, no Maranhão.

Governadora pede paciência aos flagelados da enchente

Em mensagem que está sendo veiculada pelas emissoras de rádio de Santarém, na manhã de hoje, a governadora Ana Júlia diz que está solidária com os afetados pela enchente deste ano.
E pede que os flagelados tenham um pouco mais de paciência porque a ajuda prometida pelo governo do estado está a caminho.

Presidente da Cosanpa vai dar nó em pingo dágua

Eduardo Ribeiro, presidente da Cosanpa, vai falar dos planos da empresa mais uma vez.
Alem dos consertos de bombas sucateadas, nada mais Ribeiro pode falar de concreto sobre como resolver a crônica falta d'água em Santarém.
Por isso, o presidente da Cosanpa vai à Câmara de Vereadores daqui a pouco dizer que planos a Cosanpa tem muitos, mas que falta dinheiro para implementá-los.
A sessão será presidida pelo vereador Emir Aguiar, uma vez que o vereador Nélio Aguiar assume a prefeitura por causa da viagem do prefeito José Maria Tapajós a Brasília.
Logo Nélio, que foi o principal articulador da vinda de Eduardo Ribeiro a Santarém.
Até parece que essa interinindade não terá sido mera coincidência.

Valtinho nos planos do Leão

Do Amazônia:

Com o elenco de férias forçadas, resta à diretoria do Remo trabalhar. A meta imediata é a contratação de um treinador. A dificuldade é encontrar alguém que aceite os termos do clube. A idéia dos azulinos é que haja um profissional para ser o auxiliar-técnico fixo do grupo. Até aí tudo normal, nada de diferente do que fazem muitos clubes brasileiros, mas os alvos até agora, que seriam em um total de quatro, tiveram apenas um nome vazado: Válter Lima. Vice-campeão paraense e prestes a comandar o São Raimundo na Série D do Campeonato Brasileiro, o treinador já deu a entender que gostaria de retornar ao Baenão, resta saber se aceitaria ser auxiliar quando outro fosse contratado.
'Não fui procurado por ninguém. Fiquei em Belém para resolver alguns assuntos pendentes. Mas fico satisfeito com essa especulação. Qualquer profissional gostaria de trabalhar no Remo, mas nem posso falar muita coisa porque não fui procurado', comentou Lima, que no final da tarde também se reuniu com dirigentes da Pantera.
A primeira e única passagem de Válter Lima pelo Baenão deu-se logo após o Parazão de 2005. Ele assumiu o time que jogaria a Série C daquele ano. Passou mais de dois meses treinando um elenco sem a menor estrutura, jogando em campos esburacados do interior e se hospedando em locais inadequados. A estreia foi no dia 31 de julho em Boa Vista (RR) e o time azulino empatou por 2 a 2 com o São Raimundo-RR, no estádio Flamarion Vasconcelos (Canarinho). Ao voltar a Belém soube que já haviam contratado outro em seu lugar, Roberval Davino, que levou o time ao título da competição.
De um tempo para cá o treinador passou a dar outra versão da história, de que não teria sido demitido e sim pedido demissão. Ele reconhece que talvez tenha tomado uma atitude apressada e exime qualquer dirigente da época da responsabilidade de sua saída. 'Se alguém cometeu alguma injustiça fui eu comigo mesmo. Eu pedi para sair depois de cinco meses de trabalho e muitas dificuldades. Faltou experiência para muitas pessoas naquela época', disse. 'Por isso resolvi pedir para sair e não posso apontar o dedo para ninguém acusando de injustiça. Todos que estavam no Remo procuraram o melhor para o Remo. Eu não tenho mágoa de ninguém', completou.