domingo, 19 de julho de 2009

Encerrado: São Raimundo 0 x 1 Cristal(AP)

Classificação Brasileiro da Série D

GRUPO 02

CLUBE PG JG

1 São Raimundo-PA 6 3

2 Moto Club-MA 4 3

3 Cristal-AP 4 3

4 Tocantins-TO 3 3

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O Moto Club goleou hoje o Tocantins por 4 a 0.

São Raimundo 0 x 1 Cristal(AP) - 23' do segundo tempo

Puty derrubou Nazaré Imbiriba

Foi Cláudio Puty, chefe da Casa Civil, que engendrou o corte de 90% do pessoal da coordenadoria de relações internacionais chefia pela santarena Nazaré Imbiriba, a Chuca.
A consequência todo mundo já sabe: após perder 14 assessores, Chuca pediu exoneração em dobradinha com seu sub-coordenador.

São Raimundo 0 x 1 Cristal

Max Jari, aos 5" do segundo tempo.
São Raimundo 0 x 1 Cristal.

Paysandu quer levar Filho

O presidente do Paysandu assiste ao jogo São Raimundo x Cristal.
Luiz Omar pretende contratar o zagueiro Filho, que pediu dispensa do Pantera.
A recomendação do jogador santareno ao Papão foi feita pelo técnico Valter Lima.

São Raimundo 0 x 0 Cristal(AP) - Encerrado o primeiro tempo

Comerciante cede água de poço aos vizinhos

Esta fotografia foi tirada no final da tarde de hoje e mostra os vizinhos de um supermercado no bairro do Santíssimo coletando água de poço da residência do proprietário do estabelecimento.
A cena se passou na avenida Alvaro Adolfo, no perímetro da Curuá-Una e José Agostinho.

São Raimundo 0 x 0 Cristal(AP) - 31 minutos do primeiro tempo.

São Raimundo 0 x 0 Cristal(AP) - 13 minutos do primeiro tempo.

Gesto inócuo

Há quem veja uma bravata por trás da decisão da santarena Nazaré Imbiriba, a nossa Chuca, de liderar uma demissão coletiva da secretaria de relações internacionais do governo do estado.
Contrariada porque o governo decidu cortar 80% dos cargos de sua pasta, Chuca conseguiu a adesão de todos os 16 assessores a um pedido de demissão coletiva.
Mas, segundo um interlocutor, o gesto é inócuo porque os 14 assessores já haviam sido exonerados.
Iriam para a rua de qualquer jeito. Apenas Chuca e um outro assessor permaneceriam na ativa.
Quer dizer: os já demitos pediram demissão.

Onde estão os latifúndios?

Ronaldo Brasiliense

O Programa Terra Legal, onde o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) pretende revelar o perfil dos habitantes da Amazônia, começa a mostrar alguma surpresas. A maior delas: Nos municípios onde já foi iniciado o processo de cadastramento fundiário, os números mostram que 84,82% dos imóveis requeridos são pequenas propriedades que possuem entre um e quatro módulos fiscais.
Ou seja, aqueles latifúndios improdutivos denunciados há décadas por organizações não governamentais ainda não vieram à tona.
O Terra Legal, em relação ao perfil dos habitantes da Amazônia, já constatou que 52,74% dos requerentes de terras nasceram em Estados da Amazônia Legal e nada menos que 51,8% dos pedidos de legalização fundiária, o requerente é o primeiro ocupante do imóvel.
Os municípios que mais contabilizaram pedidos de regularização junto ao Incra até agora foram são Porto Velho, em Rondônia, (554 cadastros), e Marabá (303) e Paragominas (209), no Estado do Pará.

Um juiz de Belém e o espírito do AI-5

No Blog do Noblat

Em 6 de julho, um juiz de Belém, o da 4a Vara Cível, Raimundo das Chagas Filho, convocou os espíritos de uma certa reunião ocorrida no Palácio Laranjeiras, Rio de Janeiro, em 13 de dezembro de 1968. Em sentença à ação proposta por Rômulo e Ronaldo Maiorana, controladores do Grupo Maiorana de Comunicação, o Juiz impôs ao jornalista Lúcio Flávio Pinto, editor do Jornal Pessoal, medida que acerta Lúcio e atinge toda a democracia brasileira, ao fazer lembrar o Ato Institucional - 5. Atendendo aos Maiorana do Pará, Chagas Filho impôs a Lúcio tutela inibitória antecipada e o impediu de mencionar em seu Jornal Pessoal Rômulo Maiorana, pai, e seus filhos. Na prática, o juiz de Belém ressuscitou a censura prévia a um meio de comunicação 41 anos após a fatídica reunião do “às favas com os escrúpulos de consciência”.

O fato, porém, passou em branco nos noticiários das empresas de comunicação. Aquelas mesmas que há algumas semanas faziam campanha pela desregulamentação profissional para o exercício do jornalismo, apontado com estardalhaço interesseiro como um entulho autoritário dos tempos de AI-5, agora não se interessam por denunciar a censura prévia ao Jornal Pessoal.

Os Maiorana dizem que Lúcio atingiu a honra de seu pai, Rômulo, em artigo publicado no Jornal Pessoal em setembro de 2005. Lúcio argumenta em nota que “A leitura isenta da matéria (...) revela que se trata de um pequeno trecho inserido em um texto mais amplo, sobre as origens do império de comunicação formado por Rômulo Maiorana. Antes de comprar uma empresa jornalística, desenvolvendo-a a partir de 1966, ele estivera envolvido em contrabando, prática comum no Pará até 1964. Esse fato é de conhecimento público, porque o contrabando fazia parte dos hábitos e costumes de uma região isolada por terra do restante do país”.

A potencialidade antidemocrática da sentença do juiz de Belém se esconde aí, atrás do biombo dos danos morais. Ela vai pressionar as opções editorias do Jornal Pessoal, que cobre sistematicamente a economia política do modelo de crescimento econômico instalado na Amazônia. Amordaçá-lo agora será ainda pior no futuro breve, porque justamente nos próximos anos se inicia um novo ciclo de um ve poder deletérias e causadores de todos os tipos de impactos sociais e ambientais negativos e irreversíveis nas áreas em que se instalam.

As críticas do Jornal Pessoal a essa opção econômica têm sido tão certeiras que os seus três mil exemplares atraem a atenção e a preocupação das autoridades paraenses e dos executivos dos maiores conglomerados instalados na Amazônia. Por exemplo, Roger Agnelli, presidente da Vale, a mineradora que controla boa parte do subsolo brasileiro, sempre abre o olho quando um artigo do Jornal Pessoal cita a Vale.

A sentença do juiz de Belém é ainda mais grave se observado o cenário da mineração no Pará. O Estado receberá novos grandes projetos a partir de 2010, quando deverá entrar em vigor a normatização da mineração em terras indígenas. Repositórios de incalculáveis volumes já instaladas no Brasil e de outras gigantes (como as chinesas) que nesse momento estão fechando as estratégias para entrarem um terreno amplamente dominado pela Vale e suas conexões com o Estado brasileiro.

A atuação desimpedida de jornalistas como Lúcio Flávio Pinto ajudaria a revelar para a sociedade essa nova fase do modelo primário-exportador na Amazônia. Por isso é urgente restaurar o Estado democrático de direito e retirar de cima da cabeça de todos os jornalistas independentes a espada da censura prévia imposta por um juiz de Belém.

Carlos Tautz é jornalista

Santarém mudou

Miguel Oliveira
Editor

Talvez acostumado com a vassalagem que lhe é peculiar , alguém que se considera acima do bem e do mal e que por ostentar sobrenome conhecido e honrado, diga-se de passagem, se acha imune a comentários e observações feitas pelo Blog do Estado.
E reage de forma primitiva, tentando abafar no grito e com ameaças as notícias aqui publicadas.
Age, como se aqui todos os nativos, como ele, estão a lhe bater continência, adoçar-lhe o ego ou mimosear-lhe com elogios fúteis e interesseiros.
É triste constatar que, alguém que galgou postos através do mérito e de muito esforço encontra-se, agora, a depender de sinecura governamental e por ela deixar-se enebriar e ofender-se com qualquer menção, embora crítica, mas sincera, as suas atuais atribuições.
Santarém mudou. Em alguns setores, para pior. Noutros, para melhor. Mas mudou.
Aqui já não mais impera a máxima que existem ''intocáveis". Aqueles que, por terem dinheiro e poder, tudo querem e tudo podem. Não há mais terreno para um jogo de despiste que, pela frente, se derrama em elogios. Pelas costas, desfere-se críticas.
A mais saudável crítica é a sincera, desinteressada, motivada pelo interesse público, de frente, sem rodeios.
Já não mais se tolera esse comportamento dúbio: em privado fala-se de tudo, de todos sem rodeios. Em público, fala-se e escreve-se como se prescrevesse um código casto de boas maneiras.
É essa a diferença entre os dois interlocutores do telefonema travado as 08h59 deste domingo. Do lado de lá, o destempero, a ameaça, a vaidade, a má educação. Do lado de cá, a sinceridade, a firmeza de ponto de vista, a verdade doa a quem doer.
Voltaremos ao tema em outra oportunidade.

A falta de água em Santarém

É crítica a situação da falta de água em Santarém.
Entra governo e sai governo a situação continua na mesma.
O governo atual, através de um projeto que conta com verbas do PAC, tenta minimizar o problema, mas essas obras são demoradas e encontram entraves técnicos e burocráticos.
A previsão da Cosanpa é que até abril do ano que vem a situação de abastecimento de água esteja normalizada.
Muitos governo fizeram a mesma promessa, mas a secura continuou.
Será que desta vez é vero?

Assembléia de Deus continua em pé de guerra

O Post Assembléia de Deus está em pé de guerra" continua a provocar polêmica entre os membros da igreja Assembléia de Deus:

Hei Pr. Jair Alves. eu acho que o Sr. está equivocado com o seu comentário em relação ao Pr. Firmino Gouveia. Ele nunca participou de presidencia de convenção em Marabá. até por que a ele entregou passou muitos anos a frente da Convenção do Estado do Pará e entregouao pastor Josias Camelo para presidi-la. Se esta convenção ainda estivesse hoje sob a sua presidencia comcerteza esta sujeira toda não estaria acontecendo, por que Pr. Firmino foi sempre fiel ao trabalho que Deus lhe entregou para fazer. Quanto a posse do Pr. Sanuel Camara na Presidencia da IEAD de Belém Ele apenas obedeceu a ordem de Deus, não foi por conta propria como o Sr. diz. E não precisava de apoio de Comieadepa, por que a Igreja de Belém não dependia e não depende em nada da Comieadepa e muito menos da CGADB. Não é como hoje que a CGADB está caminhando para a forma de um papado querendo comandar e ter sobre o seu controle o patrimonio das IEAD'S do Brasil, cujo bens nunca recebrtam nenhum centavo se quer para serem construido. O Pr. Gilberto é um manipulados de pastores, talvez o Sr. sejam um deles, pois para puxar tanto o saco concerteza é um deles. Belém já está cheia de templos. está parece coca-cola em em cada canto. Diga ao Pr. Gilberto que implante templos no interior ou em outros estados e até em outros paises como faz o Pr. Samuel. Quanto ao interesse dele pelos templos da Igreja mãe isso não deve nem ser cogitado pois ele não ajudou a erguer nenhum templo. Quem por acaso falou que as Igrejas do interior não são afiliadas a comieadepa. Claro que são. desde que a conveção foi fundada ainda na gestão do Pr. Firmino Gouveia. Os Pr. do interior não respeitam e nem admiram, e muito menos aceitam a sua autoridade, eles são manipulados e medrosos, pois se fizerem o contrário perdem o campo que pastoreias e vão para o beleleu. Será que o Pr. Gilberto não tem mordomias? Será que não há o nepotismo dentro da comieadepa? A esposa dele TRabalha lá na coordenação da Esposas de obreiros e dos Circulos de Oração. Ele deixou a Igreja que dirigia no Maguari e deixou o filho que nãoa sabem nem pra onde vai Trabalho de Igreja. Isso não é nepotismo? Engraçado o Sr. fala em altos gastos com campanhas para ganhar a presidencia, e quem sempre ganha? Quem mais gasta não é verdade, pois então o Pr. Gilberto gasta muito mais pois é ele que sempre ganha as presidencias da convenção com os gastos de transportes para custear passagem de pastores para ter maior numero de votos. Aqui o Sr. se expressou muito bem. Parabéns pela sua brilhante colocação. Quando o Sr. não tiver ideia do que irá comentar, não comente para não falar besteiraaaaaaaaaaaaa.
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Pb Adilson

Onde chegamos com todos esses comentarios Deus não está no meio da desunião, pois a união faz a força, e contra a força não há resistência nós temos que se unir em todos os sentidos para o bem estar da AD no Brasil, para o crescimento espiritual da igreja e sairmos entre quatro paredes e divulgamos o evangelho Ele está voltando vamos ficar brigando pelo poder?

Novo estatuto do torcedor vem aí

Da Agência Brasil

O governo federal espera que a nova versão do Estatuto do Torcedor se torne lei até outubro, afirmou o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay. Segundo o secretário, o novo texto já passou pelo crivo da Câmara dos Deputados e da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. O estatuto precisa ainda ser aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário pelos senadores, seguindo depois para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Caso a alteração seja aprovada, o torcedor que for pego brigando terá que cumprir serviço comunitário por até três anos nos dias e horários das partidas de sua equipe. “Essa é uma maneira de tirar do estádio as pessoas que estão brigando ou atrapalhando. O estatuto até falava em banimento de torcedores que causavam confusão, mas era muito difícil de efetivar isso”, explicou Abramovay.

O presidente do Conselho da Torcida Jovem do Flamengo e da Federação das Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro, José Maria de Sá Freire, apoiou a modificação nas regras. “Precisamos do governo e do Judiciário, com leis mais efetivas e contundentes. Não é justo um cara ser pego brigando, com pau e pedra, lesionar, machucar e ferir gravemente várias pessoas e chegar num Juizado Especial Criminal, pagar dez cestas básicas e ser liberado”, disse.

O novo Estatuto do Torcedor prevê também punição a cambistas e pessoas envolvidas em esquema de desvio de ingressos. Há também a intenção de ampliar o número de juizados especiais em estádios e melhorar seu funcionamento.

Pantera quer manter a fase

No AMAZÔNIA:

O São Raimundo entra em campo hoje, as 18h30, no Colosso do Tapajós, para dar mais um passo na caminhada rumo à Série C do Campeonato Brasileiro, contra o Cristal-AP. O Pantera tem até agora o melhor ataque e a melhor campanha da competição, com seis gols, seis pontos e apenas um tento sofrido, ocupando a liderança isolada do Grupo 2. O Cristal, por sua vez, somou um ponto na competição, em um empate contra o lanterna Moto Club-MA, e precisa da vitória para continuar sonhando com a vaga à próxima fase. Embalado pela goleada na última rodada, o Pantera espera contar com o apoio irrestrito de sua torcida. Para garantir a presença, a diretoria baixou o preço dos ingressos para a partida.
Uma das preocupações do técnico Artur Oliveira, além de consolidar a liderança da chave, era montar um planejamento que permitisse descanso aos atletas, que vieram de um cansaço adquirido após 46 horas de viagens na última rodada. Para isso, a equipe teve folgas durante a semana e realizou treinamentos em apenas um período. A novidade da equipe em relação ao time que goleou o Tocantins é a presença de Felipe Bragança, recuperado de lesão, formando a dupla de zaga com Preto Marabá. Com a alteração, Marabá volta a atuar como primeiro volante e Dudu vai para o banco. No ataque, Déo Curuçá e Hállace estão confirmados. Ceará e Souza, que estrearam bem contra o Tocantins, serão os donos das laterais direita e esquerda, respectivamente.
'Toda a pressão que tive contra mim quando vim jogar aqui agora estará a meu favor', foi o que disse o técnico Artur Oliveira, um dia depois de se apresentar ao Pantera. Depois do baixo público na estreia da Série D, e agora motivado com a liderança, Artur espera que a torcida cumpra seu papel e lote o Colosso do Tapajós hoje. Para o meia Ciro, a presença da torcida será fundamental também para outro fator. 'Eles apoiam muito e com certeza nos ajudarão a vencer. Também espero que eles compareçam, porque ainda não recebemos os salários, e essa é uma forma de gerar receita', explicou.
A despeito de tudo isso, o Cristal veio a Santarém buscar sua primeira vitória na competição para manter as chances de se classificar. Missão ingrata para quem perdeu em casa para o Tocantins. Porém o empate fora contra o Moto Club-MA deu o gás que faltava para buscar os três pontos. O time amapaense, contudo, tem dois desfalques para a partida: o volante Pretão e o lateral Sérgio cumprem suspensão por terem sido expulsos na última partida.

Lúcio Flávio Pinto:O preço da vitória

O eleitor deve zanzar desnorteado através da imprensa. A pouco mais de um ano da eleição, o noticiário dos jornais não reflete a intensidade das negociações e articulações de bastidores, que estão definindo o quadro político para a eleição de 2010. Por causa dos interesses das empresas jornalísticas.


Se a posição dos jornais refletisse – real e definitivamente – a opinião dos seus donos, Jader Barbalho teria partido para a oposição a Ana Júlia Carepa e Romulo Maiorana Júnior passado a apoiar a reeleição dela. É o que sugerem as aparências. Mas as aparências podem ser enganosas. Não porque, por trás delas, haja posições editoriais, doutrinárias, políticas ou ideológicas que possam distinguir os principais atores da cena política paraense. Qualquer que venha a ser o novo governador, dentre os candidatos que já lançaram os seus nomes à liça, não se há de esperar mudança – senão cosmética – nos rumos do Estado. Se as aparências podem camuflar a realidade é porque não se tem informações confiáveis sobre o que acontece nos bastidores da política paraense. E na sua extensão – ou determinante – nacional.

O eleitor é mantido sob severo jejum de informações quanto à bolsa eleitoral, cujos lances são feitos em circuito fechadíssimo, por freqüentadores privilegiados. Pouco filtra através da grande imprensa porque seus donos são interessados diretos no que se processa e no que pode vir a acontecer. Às vezes, têm participação nos próprios acontecimentos, ou por serem políticos (é o caso de Jader Barbalho) ou por agirem como se fossem, com um insaciável apetite de poder (caso de Romulo Maiorana Júnior).

Quando alguma notícia, comentário ou crítica atravessa essa muralha de contenção, o leitor precisa encarar o material com toda sua capacidade analítica e rigor informativo. Do contrário, pode tomar gato por lebre e se tornar vítima de manipulação. Há mais balões de ensaio nas páginas dos jornais do que fatos. Abstraindo a existência do leitor, como se ele fosse um detalhe, ou mesmo circunstância irrelevante, os jornais trocam recados ou mensagens codificadas. O interesse de informar desapareceu.

Num cenário no qual as posições públicas não expressam um pensamento político ou uma visão ideológica, o que separa os contendores são os interesses pessoais. Por isso, é preciso saber como se movimentam as principais peças do tabuleiro político, com quem conversam, que manobras realizam, o que dizem nos bastidores. Os jornais já foram cheios desse tipo de matéria. Hoje, vivem numa anemia de impressionar. Seu silêncio não significa que nada acontece, apenas que seu interesse corporativo sobre os fatos se tornou excessivo. Não se permitem a margem de liberdade que antes havia, quando a imprensa, a partir de certo momento de maior agitação pré-eleitoral, ecoava a voz rouca das ruas e o sussurro dos gabinetes, com notas picantes, editoriais agressivos e muita informação (ou mesmo desinformação, mas sem calmaria).

Um boato importante, que antes inundaria a imprensa, permanece não esclarecido. Conta a lenda que a governadora Ana Júlia Carepa foi ao gabinete de Romulo Júnior na sede de O Liberal, de lá seguindo para o encontro dos governadores e dirigentes do PT no Nordeste, esticado a Brasília com o presidente Lula. Num carro não identificado e com um único auxiliar, Ana Júlia teria acertado um acordo, através do qual o jornal cessaria a publicação de notas críticas (e mesmo debochadas) na coluna Repórter 70 e as matérias negativas sobre o governo. Uma dessas matérias, que estava no forno, foi imediatamente congelada. O R-70 nunca mais se referiu ao “meio governo” de Ana Júlia Carepa, batismo dado a partir da redução do expediente nas repartições estaduais, como medida de economia tão eficiente quanto poupar palitos de fósforo. Para conseguir tanta boa vontade, a governadora teria mandado quitar a dívida com a empresa e lhe reservado boa programação publicitária oficial.

Em contrapartida, a cobertura dada pelo Diário do Pará à administração do PT se tornou ainda mais agressiva. Uma foto não bem posada da governadora ocupou a largura da primeira página no dia em que foram declarados indisponíveis os bens dos auxiliares de Ana Júlia envolvidos no polêmico kit escolar, à frente a secretária de educação. O chicote do jornal dos Barbalho não parou mais de vergastar os amplos costados do governo do Estado, mais como reação ao entendimento com os concorrentes da mídia e inimigos políticos do que por discordância da gestão petista.

A intensificada acidez do tratamento não significa, porém, que o rompimento entre Jader Barbalho e Ana Júlia Carepa é um caminho sem volta ou um fato consumado. Significa, isto sim, que a fragilidade do atual governo o sujeita a ter que pagar um alto preço, em termos simbólicos e literalmente, para que suas chagas não sejam ainda mais sangradas, tão visíveis e profundas elas vão se tornando.

Se Ana Júlia conseguir a proeza de contentar a grande mídia paraense, polarizada entre os Barbalho e os Maiorana, indo dos negócios à política, esse trunfo terá imposto uma grande perda aos cofres públicos. Não só os do Estado: a esta altura, a nova composição da aliança situacionista exigirá o comparecimento do governo federal, para suplementar e assegurar que as cláusulas dos contratos – não escritos, naturalmente – sejam cumpridas.

Só assim, a nudez da rainha não será revelada ao reino, poupando-a do destino coerente com o seu desempenho até agora: a derrota. Ana Júlia poderá ganhar, revertendo a tendência atual. Mas o Estado perderá, como de regra há muitos anos.

Amazônia vai ganhar "museu vivo"


Da Agência Brasil

Ver a Amazônia de perto e de dentro da floresta. A proposta de um "museu vivo" para a maior reserva de biodiversidade do planeta está perto de ganhar uma sede em Manaus (AM). Criado em janeiro, o Musa (Museu da Amazônia) deve começar a ser instalado em espaço permanente em março de 2010, numa área de 10 mil metros quadrados de verde amazônico.

"O Musa é um museu vivo, ou seja, as peças se encontram lá onde elas vivem e se reproduzem. São as folhas, as formigas, as aves, os sapos. O que queremos fazer é criar arquibancadas para que o visitante possa ver, ouvir, ver, cheirar sentir os sons, os odores da floresta e a vida", explicou o coordenador do museu, Ennio Candotti.

Na última semana, o Musa realizou sua primeira exposição, durante a 61° Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Numa mostra do que virá com a instalação definitiva, o museu exibiu imagens, histórias e personagens da flora e fauna da região. Alguns pouco conhecidos, como achados arqueológicos que revelam a existência de comunidades há nove mil anos na área do Encontro das Águas, conhecido fenômeno em que, por alguns quilômetros, os rios Negro e Solimões correm lado a lado, sem se misturar.

O museu será instalado Reserva Ducke, área do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). Segundo Candotti, a ideia é construir trilhas e até passarelas suspensas entre as árvores para que os visitantes possam ver de perto o acervo vivo, desde formigueiros até ninhos de pássaros nas copas mais altas. Aquários gigantes também estão no projeto e serão as vitrines para a vida de espécies de peixes e mamíferos aquáticos.

A pesquisa e o desenvolvimento dos sensores e tecnologias para observação dos animais e da floresta também são parte da iniciativa, segundo Candotti. Para a primeira fase de implantação do Musa, já estão garantidos R$12 milhões, investidos pelo governo do Amazonas.