domingo, 6 de dezembro de 2009

BR-163 começa a mudar de cara; produtor aguarda saída ao norte


Roberto Samora

SORRISO (Reuters) - A rodovia BR-163, fundamental corredor para o escoamento de grãos da principal região produtora de Mato Grosso para o Sul do país, está ganhando asfalto novo, e há quem diga que o transporte da safra de soja 2009/10, que começa a ser colhida em janeiro, já estará facilitado em trechos antes esburacados no Médio-Norte mato-grossense.

E os sojicultores do principal Estado produtor do Brasil, que não se contentam apenas com o recapeamento do trecho em direção aos portos do Sul, esfregam as mãos com o início das obras para asfaltamento de cerca de mil quilômetros da rodovia federal em sua parte mais ao norte.

Eles querem ver logo os trabalhos concluídos entre Guarantã do Norte (MT) e Santarém (PA), na região amazônica, pois conseguiriam escoar mais rapidamente e a custos reduzidos sua colheita.

"Houve melhorias na BR-163 (em Mato Grosso), mas ainda é um grande gargalo, a nossa saída é Santarém", destacou o produtor Darcy Getúlio Ferrarin, com propriedades nos municípios de Sorriso, Feliz Natal e Vera, todas cidades de Mato Grosso que ganhariam em logística com o asfaltamento de BR na parte paraense.

O novo caminho asfaltado, quase tudo dentro do Pará, reduziria em pelo menos mil quilômetros o trajeto para a exportação de soja, que hoje percorre mais de 2 mil km em rodovias em direção ao porto de Santos (SP) e outros 2,5 mil km até Paranaguá (PR).

A partir de Santarém, a produção do Médio-Norte, principal região produtora do Estado, com 40 por cento da área plantada da oleaginosa mato-grossense, seria escoada de barco pelo Rio Amazonas para o Atlântico, seguindo para a Europa ou ganhando a Ásia pelo Canal do Panamá.

A obra poderá diminuir em dezenas de dólares por tonelada o custo dos fretes marítimo e rodoviário para enviar a soja até a China, por exemplo.

"Aí vamos ter preço melhor que o produtor do Rio Grande do Sul ou do Paraná", completou o agricultor.

A soja do Médio-Norte sofre um desconto considerável em relação ao produto do Sul pelas condições logísticas atuais. Enquanto em Sorriso (MT) o grão vale 37 reais por saca, em Cascavel (PR) é cotado a 44 reais por saca e em Passo Fundo (RS), a 45 reais por saca.

COMO ESTÁ NO PARÁ

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no lado paraense, as obras já estão em andamento perto de Santarém, e entre os quilômetros 789 e 676, perto de Miritituba, e também entre os kms 355 e 103, além de outro trecho na divisa entre o Mato Grosso e o Pará.

Mas o asfaltamento da rodovia ainda está pendente em um trecho de mais de 300 km no Pará, aguardando Licença de Instalação do Ibama, e uma outra parte do projeto está em revisão.

Questões ambientais, aliás, sempre foram o calcanhar de Aquiles para a conclusão da BR-163, pois ambientalistas argumentam que 75 por cento do desmatamento da Amazônia ocorre ao longo de rodovias -enquanto o setor privado agora diz que não mais compra soja ou gado de áreas desmatadas.

Mesmo assim, e sem ter conseguido autorização do Meio Ambiente para todos os trechos da obra, o Dnit prevê a conclusão do asfaltamento de toda a estrada para o quarto trimestre de 2011, com um investimento de 1,15 bilhão de reais, recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) .

MT REGISTRA MELHORA

A reportagem da Reuters trafegou pela rodovia federal esta semana entre Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, e ainda encontrou buracos em alguns trechos com asfalto velho, que aguarda a chegada das obras em andamento.

Mas na maioria do trajeto, de cerca de 150 km, embora ainda sem faixas de marcação na nova via, a viagem mais tranquila indicou que, pelo menos com manutenção de veículos, poderá haver uma economia no transporte da safra para os portos sulistas.

Essa constatação contrasta fortemente com a situação encontrada pela reportagem na mesma estrada há um ano e meio, quando entre Sinop e Sorriso o carro mais ficava parado, entre crateras na estrada, do que andava.

Enquanto sonham com a saída por Santarém, o caminho rumo ao Sul, pelo menos, ficará mais suave, embora a expectativa de uma grande safra em 09/10 já esteja elevando os custos com frete.

(Reportagem adicional de Luciana Lopez)

Flamengo hexacampeão!



O misto do Grêmio valorizou bastante a conquista rubro-negra. Desfez por completo todas as suspeitas quanto à facilitação. O time sulista entrou em campo com disposição, surpreendendo os donos da festa com uma postura ofensiva e saindo na frente no placar. Meio assustado com a vontade gremista, o Flamengo custou a se reequilibrar. Empatou a partida, mas continuou com dificuldades para superar a correria do adversário, principalmente porque Petkovic e Adriano não estavam em tarde inspirada.

Por ironia, o gol salvador veio de Ronaldo Angelim, caso único de zagueiro esforçado mas ruim que se mantém por anos num clube de ponta no Brasil. Título merecido pela arrancada final e pelo comando sereno de Andrade, um treinador da linhagem doméstica da Gávea, como Carlinhos e Carpegiani.

Divulgado gabarito do ENEM

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Autonomia universitária ferida

Miguel Oliveira
Editor-Chefe


Com todo o respeito que merecem os bravos membros do Ministério Público Federal, constato a ingerência do MPF de Santarém em assunto interna corporis da Universidade Federal do Oeste do Pará garantido pelo preceito constitucional da autonomia universitária. A audiência pública convocada para o dia 9 de dezembro pelo procurador Cláudio Henrique Cavalcante Machado Dias, com o escopo de discutir, entre outros temas, a grade curricular da UFOPA, agride o princípio do "interna corporis", pois a maioria da pauta da referida audiência é composta de questões que devem ser resolvidas internamente de acordo com regimento interno da referida instituição. Somente caberia ao MPF avocar para si essa tarefa , se a implantação da UFOPA extrapolasse os limites do regimento interno a que está vinculada.

Como nessa fase de implantação da UFOPA , o regimento interno ainda não está aprovado, a direção pró-têmpore da instituição está cumprindo a legislação federal, e atua amparada pelas normas emanadas do Ministério da Educação. Segundo o reitor José de Seixas Lourenço, dentro de 6 meses, a contar de sua criação, a UFOPA terá seu regimento interno e seu conselho Universitário. É para lá que deveriam ser remetidos os questionamentos que fazem parcela da sociedade civil e do MPF.

Negar ao poder executivo a prerrogativa de implantar uma instituição de ensino superior, referendado pelo Congresso Nacional, seria o mesmo que transferir para esfera judicial o comando da administração pública.

O princípio da autonomia universitária foi inserido na Constutição Federal, em 1988, justamente para proteger as instituições das ingerências indevidas de outras esfera de poder. O cidadão ou entidade que se sentirem lesadas emseus direitos pela administração de uma universidade tem a prerrogativa, garantida em lei, de acionar o poder juduciário em busca da reparação desse dano. No caso da UFOPA, ainda não vislumbro que direitos estejam sendo violados.

Lamento que esteja havendo, mesmo que de forma não intencional, uma judicialização do processo de implantação da UFOPA. Os membros do parquet optaram por uma ação pirotécnica em sua forma, mas vazia em seu conteúdo. Discutir temas como o currículo universitário, local e estrutura da instituição, processo de ingresso, cursos e grade curricular, pode parecer um gesto altruísta. Não nego que a implantação de uma instituição de ensino superior deva ser aberta, democrática, pluralista. Mas, acho confuso o método de enfrentamento que alguns segmentos da sociedade civil manejam, agora, com o apoio institucional do MPF.

A presença já confirmada do reitor Seixas Lourenço e de sua equipe à referida audiência pública, no entanto, deve ser vista como um gesto político maduro, uma atitude responsável de quem tem a tarefa de conduzir um processo tão importante para educação na Amazônia. Mas não pode e nem deve ser entendida como capitulação da luta em defesa da autonomia universitária.

O reitor sabe, mais do que ninguém, que a garantia da autonomia universitária não é uma tarefa intramuros da UFOPA. É uma tarefa de toda a sociedade, beneficiária final do conhecimento e do saber ali produzidos. Se abdicar dessa defesa, o reitor decepcionará a todos nós. E será cobrado por isso.

O Pará atrasado

Lúcio Flávio Pinto

O Pará, Estado colonial por causa da sua função extrativa, não consegue transformar seu crescimento em progresso. É o que mostra o PIB de 2007, revelado na semana passada pelo Idesp. O modelo continua a ser o do rabo de cavalo: crescimento para baixo.

O Pará anda em piloto automático. Não importa quem esteja no Palácio dos Despachos, a sede do executivo estadual, na rodovia Augusto Montenegro. O ocupante do mais alto posto da administração pública no Estado só não é figura decorativa porque alguns desses dirigentes andaram tentando tomar pé – ou mesmo assumir o comando – no imenso território posto sob sua jurisdição. Seus esforços, porém, esgotados os seus efeitos localizados e temporários, se revelaram inúteis.

O Pará transcende a sua própria capacidade de gestão. É produto de matrizes e variáveis que só circunstancialmente se cruzam com os mecanismos decisórios locais. O Pará é o efeito de vontades externas. Na origem das decisões se encontra também a sua destinação. Como se o jogo para valer fosse de bumerangues. Por serem lançados a partir de fora, lá fora é que está o seu ponto de chegada. O Pará é uma circunstância de si mesmo, numa típica caracterização colonial.

O circuito mais importante dessas engrenagens é controlado pela antiga Companhia Vale do Rio Doce. O valor de mercado da empresa é duas vezes e meia maior do que o PIB (Produto Interno Bruto) do Pará. Seu lucro líquido no ano passado excede em mais de 10 vezes a capacidade de investimento do governo estadual. O Pará é um dos 12 Estados da federação nos quais a empresa atua, mas é o segundo de onde ela mais extrai receita e o primeiro em saldo líquido de divisas. Se o Pará tem perfil colonial, a Vale é quem mais o modela.

A ferocidade exportadora da empresa contribui decisivamente para a consolidação de um paradoxo: quanto mais cresce, mais o Estado fica pobre. É o que indicam os principais indicadores do PIB de 2007, revelados na semana passada pelo Idesp (Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará), a partir de dados só agora apurados porque esperava que o IBGE concluísse a apuração do PIB nacional.

Em 2007 o Brasil cresceu a uma taxa quase três vezes superior (6,09%) à do Pará (2,24%), que, por sua vez, foi quase 50% inferior ao incremento da Amazônia (3,80%). O Estado ainda tem o 13º PIB do país (e o maior da região amazônica), mas nem pelo critério de grandeza demográfica sua dimensão se alinha, já que possui a 9ª maior população brasileira (está quatro degraus abaixo do nivelamento econômico pelo critério populacional). O crescimento da riqueza física tem sido proporcionalmente maior nos últimos cinco anos, com taxa média anual nesse período de 4,15% (bem acima da média nacional, de 2,71%), enquanto o incremento médio da população foi de 1,54% ao ano.

Ainda assim, o Pará cai para o 22º lugar no ranking nacional quando a referência é o PIB per capita (a riqueza dividida pela população). O PIB per capita paraense não chega nem a metade do valor brasileiro. É o menor da Amazônia Clássica. Já na Amazônia Legal só ganha do Maranhão dos Sarney, que só está à frente do Piauí, o último da federação. Amazonas e Mato Grosso, líderes regionais, têm o dobro do PIB per capita do Pará.
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Luta Erick x Predador

Erick Jeninngs vence Predador em luta de vale-tudo




O médico e militante do PV Erick Jennings venceu esta noite seu adversário de vale-tudo.
'Predador', de Jacareacanga, não resistiu a um nocaute no segundo round da luta que levou milhares de pessoas ao Kanecão, na noite deste sábado.
No primeiro round, Predador levou ligera vantagens desferindo muitos golpes em Erick, que levou o combate para o chão, imobilizando seu adversário na maior parte da luta.
Mas no início do segundo round, Predator levou um golpe fatal de Erick e o juiz deu a luta por encerrada.