quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ônibus do interior, mesmo sem catraca, apanham passageiros na zona urbana de Santarém

Cilícia Ferreira
Repórter


Se dependesse da quantidade de ônibus em Santarém, os usuários teriam um serviço melhor de transporte coletivo. Conforme dados da Secretaria Municipal de Transporte (SMT), Santarém possui um cadastro com 105 ônibus da área urbana, 47 intramunicipais. Belterra também faz parte desse cadastro com 2 empresas e 6 ônibus. Mojuí dos Campos ainda está cadastrado como linha intramunicipal, mas com a instalação do novo município, a SMT está fechando um convênio com a ARCON - Agência Reguladora do Estado - para que a fiscalização de Belterra e Mojuí dos Campos fique a cargo da secretaria de transportes de Santarém.

Mas a realidade é outra. Basta apanhar um ônibus em uma das paradas específicas no Mercadão, ou na Silvino Pinto, próximo à Feira da Candilha, para se constatar que a frota data do século passado. Além de antigos, os ônibus não estão em bom estado de conservação.

Muitas vezes os ônibus viajam com excesso de carga, poltronas e assentos quebrados, faróis quebrados, lataria enferrujada e deteriorada, pneus carecas. Esses são alguns aspectos que podem ser vistos a 'olho nu'. As condições internas, do motor e de outros equipamentos só podem ser avaliadas por um profissional mecânico que tenha acesso a um dos coletivos com linha para o interior.

Os problemas não são apenas de condições de veículos, mas do serviço prestado de modo geral. Muitos ônibus que vêm das comunidades vão pegando passageiros ao longo do trajeto dentro de área urbana. O que segundo Sandro Lopes, secretário municipal de transportes, não é ilegal. "todos podem pegar, mas os intramunicipais não têm bilhetagem eletrônica", explica o secretário.

Dentro da área urbana é comum vê passageiros que pegam esses ônibus por falta de opção, muitas vezes querem chegar mais rápido ao seu destino e acaba deparando-se com um ônibus que não oferece boas condições, além de não receber a bilhetagem eletrônica. As empresas da área urbana disputam diretamente com os da área rural. Muitas rotas coincidem principalmente nas comunidades às margens da Rodovia Curuá-Una e Santarém-Cuiabá.

Geralmente, os ônibus que vêm das comunidades alguns chegam sujos, com muita poeira ou lama, dependendo da estação do ano; com cargas e, na grande maioria, em péssimas condições de uso e segurança. A competência de fiscalizar esse tipo de situação é da SMT.

Sandro Lopes informa que o controle é difícil, mas informa que os ônibus passam por vistorias semestrais, e quando é verificada ocorrência de sujeira ou más condições, a empresa é notificada, primeiro como advertência e depois com multas até 200 UFMS.

Segundo o secretário, o problema é que as muitas linhas intramunicipais não são viáveis e o atendimento só consegue ser feito, muitas vezes, por alguém que mora na comunidade.
No caso da Estrada Nova, o secretário explica que houve um ônibus apreendido e a empresa notificada através da fiscalização da SMT. Os fiscais detectaram o transbordo de passageiros para uma caminhonete e corte de linha, retorno antes do previsto.

Sandro diz a comunidade foi até a secretaria, mas não havia nenhum problema com relação ao atendimento da linha, era apenas questão de operação, descumprimento das regras. O proprietário da empresa pode reaver o ônibus após o pagamento da multa.

A SMT vai disponibilizar mais 3 pontos fixos de fiscalização, cabines e duas motos para dar mais mobilidade aos fiscais. O secretário diz que qualquer usuário pode denunciar quando for mal atendido ou verificar uma situação irregular dos transportes coletivos. O número para denúncias é o 158.
Sandro finaliza dizendo que a responsabilidade pelo bom funcionamento do transporte coletivo é todos: a fiscalização, os operadores e o usuário.

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