quinta-feira, 1 de abril de 2010

Tv Cultura em Itaituba

O Ministério das Comunicações concedeu, hoje, outorga para a Tv Cultura do Para, emissora oficial do governo do estado, explorar canal de radiodifusão em Itaituba.

Deputados ausentes

Os deputados estaduais com base política em Santarém não deram muita importância à reiauguração dos mercados, hoje de manhã, com a presença da governadora Ana Júlia.

Dos quatro, apenas Carlos Martins, irmão da prefeita, marcou presença.

Alexandre Von, do PSDB, é claro que não era esperado.

Mas foram notadas a ausência do ex-líder do governo na Assembléia Legislativa, Airton Faleiro e do deputado Antônio Rocha, do PMDB.

Aliás, essa não é a primeira vez que Rocha faz forfait na comitiva de Ana Júlia que sempre vem a Santarém.

Há quem diga que o pai do vice-prefeito Jose Antônio Rocha, tenha recebido orientação partidária para não colocar azeitona na empada dos outros.

Ana Júlia reinaugura mercados em Santarém


A governadora Ana Júlia inaugurou hoje de manhãs as obras de reformas dos mercados Municipal e Modelo, na orla de Santarém.


As obras foram realiazadas através de convênios celebrados entre a prefeitura, governo do estado e governo federal.


O mercado central reinaugurado hoje foi construído pelo prefeito Ubaldo Corrêa, aproveitando as instalações de uma usina de luz, que foi transferida para a rua do Imperador. As obras do mercado foram concluídas na gestão do prefeito Everaldo Martins, em 1963.


A prefeita Maria do Carmo falou que há muitos anos, a população de Santarém e os permissionários dos mercados pediam por essa reforma. Ela falou também sobre seu sentimento de gratidão. “Não teríamos condições de fazer esta obra somente com recursos da prefeitura. Buscamos parceria junto à governadora e ela não exitou em ajudar, e eu sou muito grata a ela por esse investimento. Para nós, hoje é um dia de muita felicidade e tenho certeza que a revitalização dos mercados Modelo e Municipal vai contribuir para o desenvolvimento econômico e social de Santarém”, externou Maria do Carmo.


A governadora Ana Júlia fez um resgate das obras de infraestrutura realizadas no município nos últimos anos, como o recapeamento das estradas que ligam Santarém ao Aeroporto e a Alter do Chão, o asfaltamento da Santarém Curuá-Una e de Mojúi dos Campos, a parceria com a prefeitura na construção da nova Orla, entre outras. “Sei que cada centavo que nosso governo repassa para a prefeitura de Santarém é bem aplicado em benefício do povo. É satisfatório fazer inaugurações iguais a esta”, enfatizou.

(Foto: Ronaldo Ferreira/Divulgação/PMS)

Decisão fora de hora

Se já não bastasse a buraqueira, agora a prefeitura corre o risco de, além de pouco fazer, nada fazer para reparar os estragos das chuvas no sistema viário de Santarém.

É que a vara da fazenda pública determinou a paralisação das atividades da usina de asfalto, localizada no bairro do Amparo, por provocar danos ambientais e prejudicar a saúde dos moradores do entorno da indústria.

Se já com a usina funcionando, a Seminf corria atrás do próprio rabo, rodopiava e não saia do lugar, imagine agora com essa interdição judicial?

Sumiço de grana e salários em atraso na Curuzu


Gerson Nogueira:

Um rombo de R$ 1,1 milhão (correspondente principalmente a verbas de patrocínio) abala as finanças do Paissandu e gera desconfiança entre dirigentes e colaboradores. O dinheiro teria sido desviado dos cofres do clube por um ex-funcionário do setor de finanças. No mês passado, quando um ex-dirigente ameaçou denunciar a situação, um repentino acordo interno fez com que o caso fosse temporariamente abafado. Isso tudo sem que nenhuma auditoria fosse providenciada para descobrir o paradeiro do dinheiro.

A conquista do primeiro turno do Parazinho ajudou a empurrar com a barriga o espinhoso problema. Talvez em função dessa perda, funcionários ligados ao departamento amador do clube estejam há mais de 15 meses sem receber. O próprio técnico Charles Guerreiro, que ocupava a função de supervisor, ainda tem salários atrasados e teria a receber o valor de um empréstimo (R$ 150 mil) que fez ao clube. Outro problema derivado do sumiço do dinheiro: o clube quase perdeu o atacante Moisés, cujos encargos de INSS não haviam sido recolhidos, tornando-o automaticamente sem vínculo com o clube.

Um outro problema diz respeito às diferenças nos métodos de contratação de jogadores que distanciam o presidente Luiz Omar e o colaborador Roger Aguillera. Funcionários do clube admitem existir uma certa tensão entre os dois, pois o empresário é visto pela atual diretoria como possível (e forte) candidato à presidência em 2011. Para neutralizar a presença de Roger na mídia, Ricardo Rezende foi chamado a integrar a tropa de choque de LOP, apesar das divergências entre ambos.

Vitória apertada na Unimed Oeste do Pará

Foi de apenas 3 votos a diferença de votos na eleição da diretoria da Unimed Oeste do Pará.

A chapa liderada por Rubem Dourado(situação) venceu por 48 x 45 a chapa encabeçada por Beto Toletino(oposição).

Assim como nas eleições a cargos públicos, houve abuso do poder econômico durante a votação. A chapa de Beto fretou um avião para transportar médicos cooperados que moram em Altamira.

A exemplo da OAB, a Unimed local escapou de cair nas mãos de médicos que pretendiam transformar a cooperativa em currral eleitoral.

Muito minério no Pará: a quem é que beneficia?

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal


O setor mineral investirá 40 bilhões de dólares (quase 70 bilhões de reais) no Pará nos próximos cinco anos (2010/2014). Dá uma média de US$ 8 bilhões ao ano. É quase o dobro da receita tributária líquida do Estado, o dinheiro que mantém a máquina pública em funcionamento e responde pelos investimentos públicos, que não vão além de 10% do total. Nenhuma atividade econômica terá aporte semelhante de capital. É possível que, afinal, o Pará assuma a liderança da economia mineral brasileira. Dos US$ 40 bilhões que constam da programação das empresas, quase US$ 26 bilhões serão aplicados na extração de minério, menos da metade (US$ 11 bilhões) na indústria de transformação, US$ 2,7 bilhões em infraestrutura e transporte e US$ 505 milhões em outros negócios.

O cômputo inclui apenas 14 projetos de extração de minério (oito deles de responsabilidade direta da Vale e um de sua coligada Mineração Rio do Norte) e 8 de indústria mineral (só 3 da Vale, em um dos quais associada à Sinobrás), mais três de infraestrutura e transporte (sendo dois da Vale) e dois de “outros negócios (um só da Vale e outro em associação). Mas há mais 18 projetos minerais em fase de pesquisa, alguns dos quais conduzidos por grupos multinacionais ou internacionais de porte, como a Xstrata, a chilena Codelco, a Rio Tinto e a Caraíba Metais, a única indústria de cobre do país (e a única associada do sindicato mineral que não atua no Pará).

O principal efeito desses investimentos será incrementar ainda mais a especialização do Pará como Estado exportador (talvez vindo a ocupar a 4ª ou mesmo a 3ª posição nacional em 2014) e gerador de saldo de divisas (o 2ª mais importante do Brasil). A fatia dos minérios e derivados na pauta de exportação paraense, que já é de 85%, poderá experimentar expansão ainda maior (talvez para 90%). E, internamente à economia mineral, o setor meramente extrativo deverá ultrapassar dois terços do produto mineral, enquanto a indústria de transformação encolherá um pouco.

Esses números escancaram uma realidade da qual os paraenses precisam se dar conta o mais rápido possível (o que já tarda demais a acontecer): o subsolo do Estado é tão rico que sua vocação mineral é inevitável. Um novo produto, o níquel, começará a ser produzido neste ano, juntando-se aos demais, que têm expressão internacional, como o minério de ferro, a bauxita, o cobre, o caulim, a alumina, o alumínio, a gusa e, no futuro, o aço. Como na economia prepondera a mera extração do minério e sua dita industrialização se reduz a insumos e semi-elaborados, a se manter esse perfil o Pará deverá ter o mesmo destino dos Estados e países de economia primária: crescer sem se desenvolver, gerar renda sem progresso. Não há exceção a essa regra.

Ao apresentar os números do balanço mineral de 2009 à imprensa, há duas semanas, o presidente do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará, Eugenio Victorasso, chegou a admitir que o setor mineral “pode ter sido um grande vilão no passado”, mas que teria se livrado desse estigma. Hoje as mineradoras têm consciência de sua responsabilidade social e ambiental, que incorporaram ao seu modo de proceder para não serem apenas geradoras de riqueza bruta. Não querem continuar a ser enclaves, que só agregam benefícios em torno de si e, mesmo assim, mínimos, se considerados os efeitos multiplicados no local de destino dos seus produtos, onde serão realmente manufaturados até o fim da cadeia produtiva.

De fato, o comportamento das mineradoras melhorou bastante em relação ao padrão de atuação em outras áreas coloniais. Algumas se esforçam para melhorar sua imagem, preocupadas apenas em fazer relações públicas. Outras parecem de fato empenhadas em distribuir seus resultados por mais gente e mais longe do que sob a influência direta da mina. Ainda neste caso, porém, o benefício é residual. No ano passado o setor mineral exportou US$ 7,1 bilhões (dos 8,3 bilhões do comércio exterior do Pará), o equivalente a pouco mais de 12 bilhões de reais. Os royalties pagos chegaram a R$ 243 milhões, ou 3% do valor das exportações. E esse valor foi recorde. A arrecadação da CFEM cresceu cinco milhões de reais em relação a 2008, apesar da queda de receita de exportação de 22% (igual ao percentual de baixa nas exportações totais do Pará).

Provavelmente esse fato se deve às vendas internas de minérios, cujos dados não foram incluídos no balanço mineral. Parte crescente da produção da bauxita paraense, que é a terceira maior do mundo, destina-se às duas fábricas de alumina (a de Barcarena e a de São Luís do Maranhão). Como uma nova planta está prevista para Barcarena, ao custo de US$ 2,2 bilhões, para que as mineradoras continuem a exportar bauxita terão que elevar ainda mais a produção do minério, o que deverá fazer o Pará pular pelo menos uma posição no ranking internacional.

Embora a esmagadora maioria do minério de ferro extraído de Carajás ainda tenha como destino a exportação (sobretudo para a China e, mais secundariamente, o Japão), se o projeto da siderúrgica de Marabá por implantado (investimento de US$ 3,7 bilhões), uma parcela mais significativa será absorvida localmente. Como até 2014 a produção de Carajás irá dobrar, indo para 200 milhões de toneladas anuais, esse incremento do consumo interno (hoje exclusivo das guseiras) será relativizado pelo crescimento ainda maior do comércio internacional.

Mais atentas para a natureza e o homem, ainda assim as empresas do setor mineral não conseguem fazer crer que essas mudanças irão alterar o perfil colonial que o Pará tem hoje. Mudanças há e por isso elas decidiram finalmente criar um sindicato da categoria, quase 30 anos depois que os grandes projetos entraram em operação. O sindicato tem apenas seis empresas associadas e é controlado pela Vale, a cujos quadros pertence o presidente da entidade. A iniciativa de convocar os jornalistas para lhes apresentar o balanço anual foi positiva. Mas muito ainda precisa ser feito até que se possa “desenvolver uma cultura mineral” no Pará, como admitiu Victorasso. E precisa ser feito com urgência porque o fluxo de saída de minério, com as características de uma hemorragia desatada, não pode esperar por esse estado de consciência. Talvez nem queira esperar. Os paraenses, cujo território é tão prodigioso em minérios, é que precisam fazer a sua parte.

Uma das iniciativas pode ser estabelecer um percentual de participação do Estado a partir de determinado volume de lucro líquido alcançado pelas empresas. Em 2005 a Vale foi a companhia que mais distribuiu dividendos no mundo inteiro. Uma vez assegurada a remuneração estabelecida em lei para os acionistas e a reserva legal, as distribuições a partir desse ponto deviam incluir o Estado e os municípios com um percentual para que, aí, sim, eles tivessem ganhos reais sobre a lucratividade adicional com a exploração dos seus recursos naturais e não apenas compensações marginais, como agora. Ou então a linha do crescimento físico continuará a evoluir em paralela muito mais ascendente do que a do desenvolvimento, que a acompanhará em posição muito inferior.