quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Vantagem de Dilma sobre adversários cai 5 pontos

Alec Duarte, Folha.com

Nova pesquisa presidencial Datafolha divulgada nesta quarta mostra que a diferença entre a candidata do PT, Dilma Rousseff, para os demais adversários somados caiu cinco pontos percentuais (de 12 para 7 pontos) com relação ao levantamento anterior, realizado nos dias 13, 14 e 15.

A petista agora aparece com 49% (tinha 51% há uma semana), contra 42% de todos os outros postulantes (que apareciam com 39%). José Serra (PSDB) está em segundo, com 28% (tinha 27% na semana passada), enquanto Marina Silva oscilou positivamente dois pontos percentuais e passou de 11% para 13%.

É o primeiro levantamento do instituto após as revelações de tráfico de influência e a consequente crise que culminou com a demissão da sucessora de Dilma na Casa Civil, Erenice Guerra --52% dos entrevistados disseram ter tomado conhecimento do caso, mas apenas 13% julgam-se bem informados sobre o episódio.

Brancos e nulos somam 3% na nova pesquisa (ante 4% da semana passada), enquanto 5% dos eleitores entrevistados se declaram indecisos (dois pontos percentuais a menos do que o cenário dos dias 13, 14 e 15).

As movimentações estão dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Segundo o Datafolha, pesquisa a ser feita na próxima semana deverá mostrar se trata-se de uma tendência ou apenas um registro do momento em que o levantamento foi realizado.

Dilma caiu principalmente nos segmentos dos que possuem renda familiar mensal entre 5 e 10 salários mínimos (10 pontos), nível superior de escolaridade (três pontos) e têm entre 35 e 44 anos (quatro pontos).

O crescimento de Marina Silva se deu entre os mais escolarizados (onde a verde cresceu quatro pontos) e os que têm renda de 5 a 10 salários mínimos, faixa em que a candidata do PV saltou de 16% para 24% (Serra subiu de 28% para 34%).

Considerados apenas os votos válidos (excluindo-se, portanto, brancos e nulos), a candidata petista, que figurava com 57% no levantamento anterior, lidera a corrida presidencial com 54% das intenções de voto. José Serra (PSDB) está com 31% (tinha 30%), e Marina Silva (PV), chegou a 14%.

Quanto menor a diferença entre o líder das intenções de voto e os demais candidatos, maior a probabilidade de um segundo turno (para ser eleito numa única rodada de votação, um candidato precisa de 50% mais um dos votos válidos ou superar a soma de seus rivais).

Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), Zé Maria (PSTU), Eymael (PSDC), Rui Pimenta (PCO), Ivan Pinheiro (PCB) e Levy Fidélix (PRTB) não atingiram 1% (porém foram mencionados e, juntos, equivalem a essa parcela da votação).

O Datafolha também perguntou aos eleitores como eles se comportariam num eventual segundo turno entre Dilma e Serra. A petista receberia 55% (dois pontos a menos que no levantamento da semana passada), enquanto o tucano ficaria com 38%, três pontos percentuais a mais do que exibia na semana passada.

A pesquisa, contratada pela Folha e pela Rede Globo, foi realizada nos dias 21 e 22, em 444 municípios de todo o país, com 12.294 eleitores. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 31.330/2010.

Onde há fumaça, há fogo

Por quê a Polícia Civil de Santarém silencia sobre o inquérito que apura o assalto à agência do Banpará?

O que há de tão reservado entre os papéis?

Onde há fumaça, há fogo.

Chuvas diminuirão as queimadas no Pará


As chuvas se reaproximam do Pará com o enfraquecimento da massa de ar seco sobre o estado a partir da segunda quinzena de outubro, principalmente no sul e sudeste paraenses, ocasionando o aumento dos índices pluviométricos nessas regiões. As precipitações na região metropolitana vão demorar um pouco mais e só devem ocorrer a partir de novembro. É a conclusão da Rede Estadual de Previsão Climática e Hidrometeorológica do Pará (RPCH), formada pela Diretoria de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Universidade Federal do Pará (UFPa), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).
O meteorologista Márcio Lopes, do Sipam, considera que a transição entre o final da estação seca para o início do período de chuvas, em outubro, deve causar a diminuição das queimadas no sul e sudeste do Pará. “A ocorrência de incêndios florestais deve ser reduzida pelo fator climático”, prevê.
Durante a reunião de análise de previsão climática para o trimestre de outubro a dezembro, terça-feira (21), na sede do Sipam, também estiveram presentes representantes da Defesa Civil e da Secretaria de Saúde Pública (Sespa), interessados na identificação e atendimento dos municípios e regiões que apresentam maiores problemas respiratórios causados pela fumaça dos incêndios, especialmente em crianças e idosos.
Paulo Guimarães, meteorologista da Sema, explica que os modelos de previsão climáticas analisados e discutidos indicam que o fenômeno climático de escala global La Niña, juntamente com o resfriamento do oceano Atlântico serão responsáveis pelo fim da estiagem na segunda quinzena de outubro no estado. Mas alerta que “o início de chuvas mais elevadas só estão previstas para novembro”.(Fonte: Sema/PA)

Círio de Nazaré

Lúcio Flávio Pinto

Não é possível haver 2,2 milhões de pessoas no Círio. Pode-se deixar de lado as técnicas para quantificação de multidão, que podem apresentar margem de erro incompatível com uma metodologia científica, em função do espraiamento da procissão, ainda que as imagens de satélite sejam capazes de suprir essa dificuldade.

Basta pensar que no mesmo momento em que o Dieese apresentou o cálculo para o Círio deste ano, no dia 10, com 100 mil fiéis a mais do que em 2009, um blecaute deixou sem luz todos os habitantes da área metropolitana de Belém (que possui 2,1 milhões de habitantes) e as regiões Bragantina, Guajarina, Salgado e Baixo Tocantins. Soma dos prejudicados nessa região, que tem a maior concentração demográfica da Amazônia: 2,5 milhões de pessoas.

Seria como se 90% desses habitantes viessem no segundo domingo de outubro à capital paraense. Como o município de Belém possui 1,4 milhão de habitantes, a onda seria de 800 mil peregrinos. Seria impossível ignorar tal tsunami humano, que ninguém vê nos dias que antecedem o Círio. A leva real de romeiros é calculada em oito vezes menos. Logo, um número razoável a considerar na grande está em torno de um milhão de participantes. Mesmo reduzida a menos da metade do cálculo oficial, não perde o título de a maior procissão religiosa do país e, talvez, do mundo. Sem precisar forçar na aritmética para dar-lhe um resultado milagroso que Nossa Senhora de Nazaré certamente não reivindica para si.

Assédio religioso x Indenização

O empregador que forçar a barra no sentido de fazer com que empregados mudem de religião ou que discrimina uma determinada religião, diferente da praticada pelo patrão, pode pagar indenização por dano moral decorrente do chamado assédio religioso. O Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul, Estado onde se produzem as decisões judiciais fundadas em teses inovadoras, condenou uma empresa a pagar indenização moral pelo fato do empregador sugerir insistentemente a mudança da religião católica de um empregado, para a religião evangélica, além de discriminar o seu culto. Todo cuidado é pouco!

MP entra com Ação Civil Pública contra prefeita Maria do Carmo

José Olivar

Foi ajuizada na 8ª Vara Cível de Santarém, ação civil pública com obrigação de fazer, em face do Município de Santarém, para que a Prefeita cumpra a Lei Complementar nº 131/2009, que obriga aos Administradores a publicarem na Internet informações pormenorizadas da execução orçamentária e financeira das pessoas jurídicas de direito público. Segundo o Ministério Público, a Prefeita não vem cumprindo com a determinação, não pormenorizando as despesas. A ação pede antecipação da tutela e fixação de multa de 1 mil reais diária por descumprimento da decisão. A Magistrada do feito, Juíza Betânia Pessoa concedeu a tutela, porém, em primeiro momento, não deferiu a multa, sob a alegação de que o Município ainda está se adaptando ao sistema. Penso diferente do autor da ação: ao desrespeitar a lei, a Prefeita cometeu ato de improbidade administrativa prevista no inciso I, do art. 11, da Lei 8.429/92, o que gera a pena descrita no inciso III, do art. 12, da mesma lei, aí incluindo suspensão dos direitos políticos, sem prejuízos de outras sanções previstas no art. 12 do mesmo diploma. Portanto, o mero pedido de cumprimento da lei, tal como consta na inicial, não se adequa à conduta da ilustre Prefeita.

Çairé 2010

Adenauer Góes
adenauergoes@gmail.com

Somos sempre levados a fazer comparações entre o Boi de Parintins, o Festival das Tribos de Juruti e o Çairé de Santarém, e o porquê de estarem em etapas diferentes de seu desenvolvimento. São três propostas distintas, mas ao mesmo tempo embaladas pela cultura e misticismo amazônicos, o que lhes confere um tempero especial aos olhos daqueles que procuram saber e ter conhecimento das coisas encantadas da floresta.

O Boi de Parintins conseguiu avançar em sua identidade, tornando-se um espetáculo que atrai anualmente alguns milhares de turistas ao interior de nosso estado vizinho dentro de um processo de organização, planejamento e marketing que teve a Coca-Cola como grande incentivador deste produto turístico, fazendo com que esta festa mesmo fora de época, sirva como representação da cultura do Amazonas para aqueles que visitam o estado ou para atraí-los através de apresentações em feiras e eventos realizados pelo Brasil e mundo afora.

O Festival das Tribos centrado na disputa entre os Munduruku e Muirapinima, este ano já contou com o apoio da empresa de mineração que se instalou no município de Juruti e com a base estrutural já edificada, tem tudo para dar passadas mais largas em busca de um profissionalismo que sedimente e torne referência esta fantástica manifestação que a todos que tem oportunidade de assistir impressiona de maneira altamente positiva, inclusive pela participação popular de comprometimento com o espetáculo.

A mistura do religioso com o profano concede ao Çairé a formulação ideal para o desenvolvimento de uma proposta capaz de atrair além fronteiras um público que busca a plasticidade da apresentação sedimentada através da religiosidade com o forte imaginário natural ambientalista dos botos que vivem nos rios da Amazônia encantada. Muito embora, seja compreensível a fragilidade das entidades associativas comunitárias que representam aqueles que realizam a festa em sua plenitude, fazendo com que o setor público mantenha-se mais presente do que seria o ideal e desta forma trazendo dificuldades conceituais, operacionais e até de cunho Político que acabam por atropelar o andamento natural do evento. E levando em conta ainda que a experiência de profissionalismo tentada através de uma empresa nos últimos anos não tenha sido exitosa, fazendo com que muitas dívidas e falta de credibilidade ficassem espalhadas em Santarém.

Apesar de todos os percalços, o entendimento que se tem, baseado principalmente na experiência de Parintins é o de que quanto mais a iniciativa privada estiver presente, associada à comunidade, maior será a possibilidade de consolidarmos o Çairé e avançarmos com um evento que tem potencial para fazer vanguarda juntamente com o Círio de Nazaré, funcionando como chamamento de turistas para nosso estado, juntando a cultura centenária do homem amazônida á natureza do cenário, agraciado pela formosura de Alter do Chão que a todos encanta e sob a vista do encontro das águas do Amazonas com o Tapajós.

As experiências negativas devem servir de exemplo. O caminho, de acordo com a trajetória já trilhada por outros eventos é o do profissionalismo.