segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Everaldo Martins, ex-chefe da Casa Civil, nega envolvimento em escândalo da Sema


O secretário de planejamento Everaldo Martins citado nas ligações telefônicas gravadas pela Polícia Federal de Belém e que faz parte de um inquérito policial que investiga fraudes milionárias na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Ouvido por O Estado do Tapajós, Everaldo nega participação em quaisquer esquemas de fraude no âmbito da Sema.À época em que as gravações foram feitas, Everaldo era chefe da Casa Civil do estado no governo de Ana Júlia Carepa.

O ex-chefe da Casa Civil explicou que esteve por duas vezes em Marabá em missão de intermediação junto ao MST e Fetagri para desocupações de fazendas invadidas no sul do Pará, mas negou que tenha tratado com "Ferreirinha" quaisquer assuntos ligados à Sema. " O Ferreirinha era o chefe da SEIR em Marabá. Nossas conversas foram sobre outros temas. Ele nunca me pediu nada ilegal, eu nunca prometi e nem fiz nada ilegal", declarou Everaldo.

Segundo ele, as conversas com "Ferreirinha" giravam também sobre futebol, uma vez que o candidato é presidente do Águia. Sobre a citada reunião marcada para Santarém, Everaldo garante que não a marcou e nem sabe informar se foi realizada. "Por meu intermédio não houve essa reunião em Santarém.

Everaldo Martins disse estar tranqüilo e que "as investigações vão comprovar que eu não cometi nenhuma ilegalidade", encerrou.

Segundo a PF, o esquema montado dentro da Sema visava a liberação de licenças e planos de manejo em troca de dinheiro de empresas madeireiras. As investigações acontecem há dois anos e foram motivadas pela "Operação Alvorecer". O delegado Fernando Berbeti conduz o inquérito em Belém. Existem indícios de que parte do dinheiro arrecadado foi utilizada na campanha eleitoral da candidata petista. 

As conversas telefônicas interceptadas com ordem judicial revelaram como funcionava o esquema de corrupção na Sema. Apesar de o processo correr em segredo de justiça, o teor das gravações vazou à imprensa da capital que divulga aos poucos as informações.
 
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As gravações

Ferreirinha - Deixa eu te dizer. O Everaldo (Everaldo Martinhs , ex-chefe da Casa Civil) tá aqui em Marabá. Eu tive  uma conversa com ele agora. Fiquei de voltar novamente.
Dionisio - Hum, hum.
Ferreirinha - Em o Puty(deputado federal eleito, Claúdio Puty)furou em tudo que foi acordo que fez com a gente, tem uns municípios que os caras não querem apoiar ele de jeito nenhum. Eu quero ver se acerto umas despesas de uns municípios para ele bancar e as pessoas de lá para apoiar ele e eu.
Dionisio - Tá certo, porra. Concordo, concordo, porque o que nós estamos passando...
Ferreirinha - Aí , se fizer essa parceria ele é capaz de interferir aí, nessa e resolver algumas coisas pra gente. Tu lembra que a governadora falou que ele(Puty) resolvia coisas para ela?
Dionisio - Hum, hum.
Ferreirinha - Pode ser que ele defira lá.
Dionisio - Então vamos fechar. Tu não diz tudo, diz só um pouco, entendeu? Diz só um pouco, não diz todos os projetos. O que te falo mesmo, cara, se na semana que vem esses projetos PMFS for resolvido é no mínimo, né, porque os sete dá mais de R$ 2 milhões , mas no mínimo R$ 800 mil entra pra nós, já de adiantamento. Só que, porra, os caras não enxergam  isso, né ? Porque aí nos tira(sic) uns R$ 300 mil lá pra chefa( segundo a PF provavelmente a governadora Ana Júlia), e fica com o outro, porra, pra poder aliviar.
Ferrerinha  - Eu acho que eu vou fazer o negócio com esse cara, lá. E o negócio de Santarém tá marcado para sexta-feira, 10 h da manhã. Acho que é tu que vai nessa lá de Santarém.

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