domingo, 27 de fevereiro de 2011

Benedito Nunes pelo traço de Biratan Porto

Depois de passar fome, Waiãpi é a primeira mulher indígena a virar militar no Brasil

Fabíola Ortiz
Especial para o UOL Notícias
No Rio de Janeiro



Do interior da floresta amazônica, aos 14 anos, ela resolveu ir para a cidade, mendigou e passou fome, aprendeu a ler e foi condecorada com diversas medalhas de literatura. Estudou artes, foi atleta, virou fisioterapeuta e cursa hoje a terceira graduação em saúde. Essa é a trajetória de Silvia Nobre Waiãpi que, aos 35 anos, tornou-se a primeira militar indígena a integrar as Forças Armadas no Brasil, no último dia 3 de fevereiro.
A índia disputou uma vaga com 5.000 candidatos e foi aprovada com uma das melhores pontuações no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro, onde concluiu o treinamento e hoje serve no Hospital Central do Exército como aspirante. Depois de seis meses, será promovida a 2º tenente.

Primeira mulher indígena a virar militar no Brasil

Imagem mostra Silvia Nobre em sua aldeia da etnia Waiãpi, no Parque Indígena do Tumucumaque, extremo norte do país, na fronteira com a Guiana Francesa Arquivo pessoal
“Eu queria estudar, mas enquanto mulher indígena era muito difícil”, contou ao UOL Notícias. Natural do Estado do Amapá, Silvia nasceu na aldeia da etnia Waiãpi no Parque Indígena do Tumucumaque, extremo norte do país, na fronteira com a Guiana Francesa. Os cerca de 700 Waiãpi que existem hoje ocupam, há mais de dois séculos, os confins da Amazônia brasileira, entre os rios Jari, Oiapoque e Araguari. Da aldeia ao centro urbano mais próximo são, pelo menos, dois dias de viagem de estrada de terra batida e barco.
Silvia conta que, aos 4 anos, sofreu um grave acidente e ficou hospitalizada por meses na capital Macapá. “Aproveitei para estudar”, afirma.
A índia se tornou mãe aos 13 anos, decidiu abandonar a aldeia e se mudar para o Rio de Janeiro. “Vim sozinha. Não conhecia ninguém, dormi nas ruas por alguns meses. Eu tinha uma pedra, que acreditava que era sagrada, e a vendi para comer. Com aquele dinheiro eu consegui comer uns dois dias. Depois comecei a vender livros de porta em porta”, lembra.
Ainda adolescente, Silvia começou a declamar poesias e diz que foi incentivada a escrever pela Associação Profissional de Poetas do Estado do Rio (APPERJ). Ela resolveu estudar artes e ganhou prêmios por seus poemas: a medalha Cultural Castro Alves, a medalha Monteiro Lobato e também um prêmio de jovem escritora da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul.
“Eu a conheci novinha, lembro perfeitamente daquele período. Era muito esperta, ativa e simpática. Eu tinha um carinho enorme por ela”, conta Messody Benoliel, uma das sócias fundadoras da (APPERJ). Hoje, aos 77 anos, Messody lembra que, no início dos anos 90, Silvia frequentava os encontros literários todas as terças-feiras, em Copacabana. “Eu a considero uma profissional. Ela entrava no palco e declamava muito bem as poesias.” Os poemas, lembra, falavam sobre temas da floresta. A última vez que as duas se encontraram foi num evento em 2010. “Para mim é uma surpresa saber que a Silvia é a primeira índia no Exército”, disse.

Da arte para o esporte

O esporte foi a paixão seguinte da indígena. Disposta a aprender a correr, ela foi motivada por um técnico do clube Vasco da Gama. “Me apaixonei pelo esporte”, disse Silvia, que deixou as artes e direcionou os estudos para a área da saúde e fisioterapia ligada ao esporte.
“Não me causa espanto que ela tenha sido a primeira índia a entrar para o corpo das Forças Armadas”, disse ao UOL Notícias Cristiano Viana Manoel, 27, fisioterapeuta que durante quatro anos acompanhou de perto a trajetória de Silvia como atleta. “Nos conhecemos na concentração de atletas que o clube tinha em Teresópolis. Éramos sete homens e três mulheres e uma rotina intensa de treinamento. A Silvia se dedicava muito tentando se superar. Eu digo superação porque, na época, ela sofria de problemas de saúde e às vezes passava mal e até chegava a desmaiar nas competições.”
O caminho dos colegas voltou a se cruzar em 2003, quando estudaram fisioterapia juntos na Unisuam (Centro Universitário Augusto Motta), no Rio. Lá eles formaram uma equipe de atletas que recebiam bolsa da universidade para competir. De atleta, Silvia passou a ser coordenadora da equipe de atletismo na universidade. “Nós fomos tricampeões no circuito esportivo da Universidade de São Paulo, conhecido como a Volta da USP em 2003, 2004 e 2005”, relembra Cristiano.

Aprovada na Marinha e Exército

O contato de Silvia com o mundo militar se deu quando trabalhava como fisioterapeuta e acompanhava um grupo de fuzileiros navais. Resolveu concorrer à carreira de militar e prestou concurso em 2009, quando foi reprovada. Tentou pela segunda vez, no ano seguinte, a Marinha e o Exército.
“Fui aprovada nos dois e escolhi o Exército. A seleção foi dura, fui convocada para fazer prova oral, teve análise de títulos e currículo, depois fiz um teste físico”, afirma.
Na formação de 45 dias para ser oficial do Exército, Silvia era uma das 37 mulheres no treinamento. Hoje, ela divide o seu tempo no Exército, em cursos de especialização em saúde pública na UFF (Universidade Federal Fluminense), gênero e sexualidade na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e está começando agora a cursar a sua terceira graduação, em gestão hospitalar numa universidade particular.

Retorno para a aldeia

Desde que deixou sua aldeia, Silvia voltou apenas quatro vezes para visitar o povo Waiãpi. A última vez foi há sete anos. “É muito longe e caro. Cada vez que vou lá é uma surpresa. Às vezes a gente se fala por telefone quando eles estão numa outra aldeia de povos amigos, que tenha sinal de telefone.”
Na sua aldeia, nem todos os índios sabem falar português e os mais velhos “preferem não saber o português”.
Silvia acredita que carrega a responsabilidade de “abrir espaços ainda não alcançados”. Como colaboradora do Conselho Nacional da Mulher Indígena (Conami), ela defende o fortalecimento da expressão dos povos indígenas. “Quero abrir uma nova ponte para mulheres índias no Brasil, não só nas Forças Armadas, mas em outros segmentos. Já tenho amigas que disseram que agora vão se preparar para entrar nas forças.”
Hoje, Silvia vive com seus três filhos e uma neta de quatro meses no Rio de Janeiro. Ela casou recentemente com um militar do Exército. Quando veio ao Rio, a índia já era mãe de Ydrish, hoje com 22 anos e estudante de farmácia. Depois, aos 15 anos, Silvia teve Tamudjim, que cursa direito, e, cerca de dois anos depois, teve Yohana, que está começando a estudar relações internacionais.

Benedito Nunes: A estrela do sábio brilha agora no céu do Brasil


Texto publicado pelo Blog do Estado, em dezembro de 2010, em homenagem ao prêmio Machado de Assis recebido pelo filósofo e escritor Benedito Nunes, que faleceu hoje em Belém, aos 81 anos.


Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal

O paraense Benedito José Viana da Costa Nunes, aos 80 anos, ganhou o principal dos sete grandes prêmios que a Academia Brasileira de Letras distribui todos os anos. Foi o Machado de Assis de 2010, pelo conjunto da obra. Desde que essa premiação começou a ser conferida, em 1941 (mas só a partir de 1998 passou a ser pelo conjunto da obra), é a primeira vez que um escritor paraense é lembrado. Não há honraria igual no mundo das letras: além de um busto de Machado, Benedito Nunes terá direito a 100 mil reais. Os outros seis premiados (por gêneros literários ou acadêmicos) receberão a metade, R$ 50 mil, cada. As últimas premiações foram dadas a autores como Autran Dourado, Ferreira Gullar, Wilson Martins e Fernando Sabino.

O conjunto da obra de Benedito é tão vasto e diversificado quanto os títulos a que se referiu o portal da APL ao comunicar a decisão da comissão de seleção, formada por Eduardo Portella, Tarcísio Padilha, Lygia Fagundes Telles, Alfredo Bosi e Domínio Proença Filho. O professor emérito da Universidade Federal do Pará foi citado como crítico literário, professor, ensaísta e filósofo, combinação rara no Brasil. Mas o único diploma que Benedito recebeu foi o do curso de direito, que concluiu em 1953.

Chegou a ter um escritório de advocacia, em sociedade com o escritor Haroldo Maranhão, mas por curtíssima temporada e sem maior empenho. O diploma serviu-lhe para obter emprego como auditor do Tribunal de Contas do Estado. Garantiu-lhe segurança e dignidade para se dedicar ao que o interessou por inteiro desde a meninice, sem depender de circunstâncias locais: ler e escrever - além de ouvir música, apreciar obras de arte e outras atividades do espírito.

O conjunto da obra abrange mais de 15 livros individuais, participação em numerosas obras coletivas, infindáveis colaborações em revistas e jornais, além de palestras e conferências que, em sua maioria, ficaram sem o registro impresso. Não conheço uma bibliografia completa do que Benedito Nunes já escreveu, tarefa que a Academia Brasileira de Letras podia se propor a realizar, complementando em alto estilo o reconhecimento conferido ao intelectual paraense.

Os membros da comissão, ao examinarem a obra de Benedito, identificaram-no como "um estudioso capaz de construir pontes entre a interpretação do texto literário e a sondagem filosófica, no caso fenomenológico, na linha dos grandes pensadores existenciais, como o alemão Martin Heidegger e o francês Jean-Paul Sartre. Essa dupla dimensão já aparece em seu estudo antológico, obra pioneira publicada em 1966, sobre a obra de Clarice Lispector, 'O drama da linguagem, uma leitura de Clarice Lispector'".

O prazer, que a leitura sempre deu a Benedito, ele nos transferiu, sem estar preso nem a disciplinas nem a autores ou escolas, muito menos a bitolas formais. É o prazer do texto, como agora se repete à exaustão d'après Umberto Eco. O excesso de leituras e o confinamento freqüente no universo das idéias podiam ter transformado Benedito num personagem de papel, agrilhoando-o ao formalismo da cultura. Sua humanidade e simplicidade, dois traços da sua sabedoria, devem ter alguma relação com o fato de que, desde cedo, esteve cercado por mulheres amorosas.

Órfão de pai na primeira idade, da figura masculina ficaram os livros da biblioteca que herdou. Dialogou com o pai através dos papéis impressos, na busca dessa matriz inconsciente, que se distanciou e se dissipou no tempo. Mas as cinco tias e a mãe, sempre ao seu redor, o fizeram descer ao mundo real, no qual elas o introduziram com todo carinho. Trataram de fazer sua vida ser normal, natural, como mais um ser humano, não a grande cabeça que desde cedo se desenvolveu nele.

Por sorte, Benedito teve em seguida a companhia de Maria Sylvia, que conheceu em 1948, ambos estudantes de direito, e com quem casaria cinco anos depois, ao se formar, estabelecendo um elo perfeito, inquebrantável. E a cunhada, a pioneira Angelita Silva, primeira engenheira do Pará, ponto de equilíbrio na mansão da rua da Estrela, deturpada para Mariz e Barros pela burocracia insensível da terra.

Dois domingos atrás fui até aquele oásis de verdura e paz, agora cercado de concreto por todos os lados, numa caminhada matinal, tão precoce que não me atrevi a tocar a campainha e me anunciar para um abraço no intelectual paraense que a academia consagrou como o mais importante entre os dois séculos, o que se findou e o que ainda começa. Deixo o alô aqui, orgulhoso e feliz, já sem a freqüência do passado, destituído que fui do domínio da minha agenda, impedido de fazer o que gosto mais vezes para permanecer livre e dizendo o que precisa ser dito.

Sei, porém, que 80 anos nada significam para Benedito Nunes. Sua inteligência é viva, fresca e solar como a de um adolescente. Seu conhecimento, de um sábio. Desta vez, a Academia Brasileira de Letras acertou.

Deputado pede que Sespa apure denúncia de superfaturamento no Hospital Regional de Santarém


O deputado estadual Alexandre Von informou através de expediente ao secretario de saúde do estado Hélio Franco que recebeu denúncia que considera grave sobre a má aplicação de recusos públicos pela administração do médico Herbert Moreschi no Hospital Regional do Baxo-Amazonas, com sede em Santarém.

Segundo a denúncia, o serviço de hemodiálise que é contratado pela Pro Saúde ( OS que administra o HRBA) custa aproximadamente 750 mil reais e é executado pela firma paulista Ganso.

De acordo com os informações que Von obteve junto a especialistas no assunto, o mesmo serviço pode ser efetuado por menos de 300 mil reais. "Espero que a Sespa tome as devidas providências e divulgue os resultados da auditoria que mandou realizar no hospital regional de Santarém, afirmou o parlamentar ao Blog do Estado.

Dicas para evitar roubos e furtos durante viagem no carnaval

Os assaltantes costumam utilizar mulheres e crianças para observar os moradores, em especial, os turistas em suas casas. Para disfarçar, esses "olheiros" geralmente pedem alguma coisa para o morador e vão embora. Eles transmitem tudo o que observaram para os ladrões, como o número de hospedes, o modelo do veículo, se a família mantém o portão aberto, e se tem o costume de ficar conversando na calçada.
. Os furtos geralmente são praticados por assaltantes de bicicletas, motos ou a pé, sempre acompanhados.
. Nos assaltos as residências, durante o dia ou a noite, os ladrões armados costumam surpreender os turistas ao pular o muro ou abordar a vítima na chegada ou saída da residência. Em seguida, após recolherem os pertences de maior valor, utilizam o veículo da família para fuga.
. Preferem furtar ou roubar eletrodomésticos, armas, DVDs, vídeo games, cheques, dinheiro e aparelhos telefônicos.

AO CHEGAR DE VIAGEM
. Nunca tire seus pertences na rua. Procure descarregar seu veículo dentro da garagem para evitar que pessoas estranhas saibam o que você trouxe.
. Não deixe objetos (bolsas, sacolas, óculos, celular) sobre os bancos.
. Se possível, mantenha o alarme sempre acionado.
. Não deixe o carro e vidros abertos, mesmo que o afastamento seja por pouco tempo e de pequena distância

NA CASA DE VERANEIO
. Não deixe portões abertos e objetos (bicicleta, brinquedos e bolsas) em locais de fácil acesso.
. Evite ficar conversando na porta, mesmo que esteja em grupo.
. Se possível, quando for à praia ou se ausentar da casa de campo, deixe alguém em casa, ou comunique sua ausência a um vizinho de confiança, deixando seus contatos, como telefone celular.
. Evite deixar que as janelas da casa sejam "vitrine" para os objetos de valor no interior da casa.
. Não deixe jóias e dinheiro dentro da casa, mesmo que seja em um cofre. No período da viagem, utilize cofres de bancos ou empresas privadas.
. Ao chegar na residência tenha atenção e entre rapidamente. Caso haja algum suspeito, não entre. Dê algumas voltas e ligue para a Policia Militar no telefone 190.
. Feche bem as portas e janelas, mesmo que tenha que sair por pouco tempo. Se for possível, reforce as portas com fechaduras auxiliares.
. Mantenha uma luz externa ligada durante a noite. Se notar a presença de pessoas suspeitas, ligue imediatamente para o telefone 190.
. Lembre-se de que os "ladrões de ocasião" optam por residências cujo acesso é mais fácil, com menos itens de segurança.
. Em hipótese alguma reaja a um assalto.

Chuvas no Pará continuarão acima da média nos próximos meses

Agência Pará

O Estado do Pará continuará registrando nos próximos três meses uma incidência de chuvas acima da média, concluíram os participantes da 50ª reunião da Rede de Previsão Climática do Estado do Pará (RPCH), formada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Universidade Federal do Pará (UFPA), Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Neste último encontro mensal da Rede, que ocorreu na quarta-feira (23), no auditório da Sema, foi definida a previsão climática para o Estado nos próximos 90 dias. "Fevereiro fechou com as regiões do Tapajós, Tocantins e Xingu acima da média", informou o meteorologista da Sema, Paulo Guimarães.

Segundo os especialistas, os oceanos interferem diretamente no clima da Amazônia. De acordo com análise da RPCH sobre o comportamento médio da temperatura dos oceanos, o fenômeno La Niña (resfriamento anormal do oceano Pacífico equatorial) permanecerá, pelos próximos três meses, garantindo aumento em torno de 20 a 30% acima da média de chuvas no Pará.

Estações - O planejamento da Diretoria de Recursos Hídricos da Sema prevê a ação de técnicos para retomar, este ano, a manutenção das estações meteorológicas que estão desativadas, começando pelo município de Barcarena, e prosseguindo em Marabá, Canaã dos Carajás, Redenção e Jacareacanga.

As estações meteorológicas de Porto Trombetas, no município de Oriximiná, de Altamira, Capanema e Tailândia, que estão em pleno funcionamento, receberão manutenção preventiva. "A importância de manter essas estações passa primordialmente pelo monitoramento, principalmente nos períodos de chuva", informou Paulo Guimarães.

A intensidade das chuvas, dos ventos, da umidade e da temperatura é medida pelas estações meteorológicas, um trabalho necessário para alertar a população sobre fenômenos climáticos que podem trazer transtornos a toda a sociedade.

Oscar: palpites e algumas quase certezas



Por André Barcinski

Domingo tem o Oscar na TV. Você não pode esperar pra ver o duelo entre O Discurso do Rei e A Rede Social? É daqueles que adora ver os astros desfilando pelo tapete vermelho? Gosta de ver a festa junto com um grupo de amigos? Eu não. Acho aquilo tudo uma jequice insuportável. Astros milionários batendo palmas para outros astros milionários. Poucas coisas me dão mais sono que cerimônia de prêmios. Especialmente de um prêmio que a Sandra Bullock ganhou. Ou que o Kevin Costner ganhou, enquanto Chaplin, Hitchcock e Orson Welles morreram sem.
O Oscar, me desculpe quem gosta, é uma coisa ridícula. Aqui ali só vai ter alguma graça quando puserem o Jim Carrey de apresentador. Só vou assistir porque preciso escrever para a Folha. De qualquer forma, fiz uma lista com os meus palpites dos vencedores. E incluí também quem eu esperava que vencesse, mas não vai. 
Melhor Filme – Quem deve ganhar: O Discurso do Rei. Quem merecia ganhar: Inverno da Alma.
Melhor Diretor – Quem deve ganhar: David Fincher (A Rede Social). Quem merecia ganhar: Martin Scorsese (Ilha do Medo).
Melhor Ator – Quem deve ganhar: Colin Firth (O Discurso do Rei). Quem merecia ganhar: James Franco (127 Horas).
Melhor atriz – Quem deve ganhar: Natalie Portman (Cisne Negro). Quem merecia ganhar: Jennifer Lawrence (Inverno da Alma).
Melhor ator coadjuvante – Quem deve ganhar: Christian Bale (O Vencedor). Quem merecia ganhar: John Hawkes (Inverno da Alma).
Melhor atriz coadjuvante – Quem deve ganhar: Melissa Leo (O Vencedor). Quem merecia ganhar: Jacki Weaver (Animal Kingdom).
Melhor documentário – Quem deve ganhar: o favorito é “Trabalho Interno”, mas eu acho que Lixo Extraordinário vai ganhar. Quem merecia ganhar: Restrepo.
Melhor roteiro original – Quem deve ganhar: O Discurso do Rei. Quem merecia ganhar: Exit Through the Gift Shop (eu sei, é um documentário, mas pra mim metade daquilo ali é inventado – e bem!).
Melhor roteiro adaptado – Quem deve ganhar: A Rede Social. Quem merecia ganhar: empate entre Inverno da Alma e Ilha do Medo.

Venda de jogos e briga de casais crescem juntos no Brasil


Todo mundo acaba se rendendo à tecnologia. Uma pesquisa da Brazil Quarterly PC Tracker, realizada pela empresa IDC, mostrou que o Brasil é o 4º maior mercado mundial para computadores. Só em 2010, foram mais de 13 milhões de unidades vendidas no país, um crescimento de 23,5% em relação ao ano anterior. Mas a notícia não agrada a todos: junto com as vendas, cresce o número de casais que se queixam de brigas recorrentes envolvendo os videogames ou outros tipos de jogos.

Alguns  analistas começam a definir o comportamento: o tecnoestresse, ou o estresse oriundo do abuso das novas tecnologias, deixa as pessoas mais irritadas, menos atentas e com mais dificuldades de manter os laços afetivos. Para a psicóloga Heloisa Caldas, do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, os games funcionam como um “esconderijo”.(Jornal do Brasil Luisa Bustamante)

Paraenses relatam discriminação que sofrem em Manaus

 - 
No Diário do Pará, sob o título DIÁRIO foi a Manaus ouvir os paraenses 

Na primeira semana morando em Manaus, Thaís Santos Araújo Gomes, 23 anos, sentiu saudade da mãe e foi a um ‘cyber’ escrever um e-mail. “Faltou luz e alguém gritou: paraense, tira a mão do meu mouse”, lembra a promotora de marketing. O episódio foi há um ano e três meses. Durante todo esse tempo em que mora na capital amazonense, Thaís já perdeu as contas de quantas piadas e gracejos preconceituosos ouviu. E ela se lembra do conselho recebido na chegada a Manaus.

“Quando eu estava procurando emprego, me disseram para eu não revelar que era paraense. Tem muita raiva aqui. Eu acho que como Manaus tem mais oportunidades e lá no Pará é mais ‘ralado’, quem vem de Belém chega mais qualificado e fica fácil conseguir um emprego. Eles acham então que a gente tá roubando a vaga deles”.

Thaís fala inglês fluentemente. Isso não lhe garantiu emprego em Belém. Em Manaus, tem ocupação e bom salário. Um levantamento feito na cidade e publicado pelo jornal A Crítica, mostra que houve, ano passado, um aumento de mais de 45% em oportunidades de emprego na cidade.

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral da capital amazonense, existem 300 mil paraenses morando em Manaus. Gente que vem da capital Belém e dos municípios paraenses vizinhos ao Amazonas. Gente qualificada e gente de pouca instrução. Belém e Manaus sempre disputaram a primazia de serem as principais metrópoles nortistas. Com a criação da Zona Franca de Manaus pelos militares, a cidade amazonense foi se distanciando aos poucos da cidade considerada rival. Dinheiro e investimentos. E Belém sofrendo na mão de maus gestores.

O que não mudou foi o ranço contra quem é paraense na capital do Amazonas. Todos se dizem indignados com as palavras do prefeito Amazonino Mendes. Mas todos conhecem a palavra usada como sinônimo para ladrão em Manaus. Paraense. O presídio que se chama ‘Puruquequara’, é apelidado de ‘Paraquequara’.

“Isso é porque houve uma pesquisa no início da década de 2000 que mostrou que a maioria dos presos aqui era paraense”, opina Paulo Onofre Castro, membro da Comissão Executiva do PDT no Amazonas. Onofre espalhou pela cidade um manifesto de repúdio ao prefeito Amazonino. “Vossa excelência necessita de tratamento neural intensivo e o povo manauara não pode ser cobaia de um governante explicitamente desequilibrado”, escreveu.

Leia o texto completo aqui