terça-feira, 22 de março de 2011

UFOPA preenche todas as vagas

Aritana Aguiar
Free lancer

Na última sexta-feira(18) a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) preencheu as 1.150 vagas oferecidas em seu processo seletivo deste ano em Santarém. Das vagas, no total de 50, oferecidas aos indígenas apenas 13 foram preenchidas.
Nesta última chamada, para que não ocorressem outras, o novo Pró-reitor de Ensino da UFOPA, José Aquino, informou que foram chamados 250 alunos para que pudessem preencher as quase 80 vagas restantes. Além disso, a Universidade está vendo a possibilidade de preenchimento das 37 que sobraram dos indígenas.
 
Segundoo pro-reitor, um estudo foi feito e constatou que praticamente 70% dos alunos chamados, que não compareciam para habilitação em todas as chamadas, não eram da região. "Agora nos possibilitou de fazer um estudo estatístico de que poderíamos sempre ter chamado o dobro de vagas que estavam e ainda teríamos uma margem de folga, por que quem efetivamente estava se habilitando eram os candidatos de nossa região", explicou Aquino.

Houve um pequeno problema quanto alguns alunos que se habilitaram, mas não fizeram a matrícula. "Detectamos que aproximadamente 10 alunos fizeram a habilitação, mas não fizeram a matrícula, por isso que temos algumas vagas, que é essa margem de segurança. Estamos fazendo o levantamento deles, se fizeram a habilitação com o procedimento de erro. Por que eles podem está estudando, é o que acreditamos, mas de qualquer forma a vaga está assegurada", explicou Aquino.

As 50 vagas reservadas para indígenas não foram todas preenchidas. "13 candidatos foram habilitados, estamos com 37 vagas sobrando e estamos fazendo um estudo através da nossa procuradoria se poderíamos fazer a chamada dessas vagas. No meu entender não podem ficar abertas, por que a universidade tem que dar esse retorno à sociedade, por que recursos financeiros foram alocados para aquelas vagas", esclarece.

Os intelectuais e o poder

Lúcio Flávio Pinto

O peruano Mário Vargas Llosa é um dos maiores escritores de todos os tempos na América do Sul e um dos mais importantes em atividade no mundo. Seu prêmio Nobel de Literatura foi justo e merecido. Escreveu muito, sempre em alto nível de qualidade e com muita diversidade. Desde Conversa na Catedral a Pantaleão e as Visitadoras, Batismo de Fogo (na tradução da 1ª edição em português) até A Guerra no Fim-do-Mundo, que muito crítico desdenhou, mas está à altura do seu principal personagem, Euclides da Cunha. Isto em ficção. Em ensaios não desce um patamar sequer, ainda quando emite opiniões controversas ou duvidosas. Sabe escrever como poucos e dar grandeza aos temas que aborda. Como a maravilhosa crônica sobre um aristocrata peruano decadente que freqüenta livrarias em Paris. Uma elegia ao livro e àqueles que o cultivam.

Nada mais natural do que Llosa ter sido convidado para a abertura da Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, que será realizada no próximo mês. Sua presença dignificaria a promoção. Feito o anúncio, porém, começaram a agir os censores ex-officio de esquerda. Llosa deveria ser “desconvidado” porque não é adepto da “corrente que abriga a sociedade argentina”, por ser messiânico, antiperonista e crítico da dinastia Kirchner no poder. Além disso, é um fracassado: foi derrotado na eleição para presidente do Peru, em 1990.
Santa derrota. Talvez Vargas Llosa não viesse a ser um bom presidente. Mas um excelente escritor ele continuou a ser depois do “fracasso”. Seu mais recente livro de ensaios, Sabres e Utopias, é um primor. Aprende-se até discordando frontalmente dele, por sua inteligência, seu conhecimento e seu estilo. 

O “desconvite” foi feito por ninguém menos do que o presidente da Biblioteca Nacional da Argentina, que devia ter discernimento sobre o significado do livro. Felizmente para a tradição intelectual argentina, a presidente Cristina Kirchner teve um gesto de grandeza: cancelou a mesquinha e burra iniciativa do presidente da Biblioteca, fazendo-o desfazer o ato iníquo. Kirchner ia se juntar aos militares da ditadura, que em 1970 censuraram os livros de Llosa.

A principal função do intelectual – hoje e sempre – é estar longe do poder e o mais próximo dos seres humanos, dos cidadãos comuns, seus clientes e patrões. Da humanidade, em sentido genérico, para não condicionar sua criação às expectativas de consumo e aceitação. O grande desafio para o intelectual é justamente a postura em relação ao poder, quando o lugar é ocupado por companheiros de viagem. Há a tendência a se satisfazer com a realização dos sonhos de chegar ao topo do processo decisório, ensarilhar as armas (sempre configuradas em idéias) e se entregar ao usufruto.

Foi o que aconteceu com os intelectuais de esquerda a partir da chegada de Lula ao poder. Vários deles, alertas para o olho clínico do tempo, quiseram manter estandartes e fantasias de independentes e críticos, mas com um bastão de comando nas mãos ou uma sinecura no bolso. Para manter os críticos verdadeiros e os cobradores de posições à distância, usam os antigos conceitos morais da esquerda, monopolista do direito de uso das bandeiras éticas, como metralhadora giratória. Procuram atingir quem estiver do outro lado, mas no raio de ação dos seus conceitos.

É o que faz o sociólogo Emir Sader. Ídolo de certa faixa da esquerda e de uma ala do PT, ele se considera um ícone da verdade. Antes de assumir a presidência da Casa de Rui Barbosa, depois de não ter conseguido ser ministro da cultura, criticou sua chefa, colocada no cargo pela turma de Dilma Rousseff (e não pelos remanescentes de Lula), Ana Buarque de Holanda, cujo maior atributo é ser irmã de Chico, aquele um. Crítica ferina, deselegante e aética. De tão imóvel, a ministra seria “quase autista”, sentenciou Emir.

Não havia outro caminho que não o do “desconvite”. Ao contrário da grosseria praticada contra Llosa por arbítrio de um Torquemada portenho, no caso brasileiro era a única providência a adotar. Se aceitasse a afronta, a ministra encolheria e o seu agressor cresceria a tal ponto que podia até cometer a inconseqüência de mudar a razão de ser da Casa de Rui Barbosa, há mais de 80 anos centro de acumulação e processamento de documentação, de acervos e coleções, orientados para uma pesquisa especializada de profundidade e amplitude, para o direito público e a literatura.

Sader queria transformar a Casa de Rui numa versão refinada do Teatro Casa Grande. Garante ele que foi num debate que coordenou no ano passado no Casa Grande, no Rio de Janeiro, que a campanha em favor de Dilma Rousseff deslanchou de vez, graças ao apoio de artistas e intelectuais que ali compareceram. Além de um atestado de egocentrismo sem fundamento, é uma afronta aos fatos. Quem elegeu Dilma foi Lula. A conta da vitória já foi jogada sobre os peitos da presidente – e ela está podendo avaliar agora como essa conta pesa. Não tem nada a ver com intelectuais e artistas.

Se estivesse com bons propósitos e de boa fé, Emir Sader teria procedido de outra forma. Talvez ele tenha pretendido mesmo é abrilhantar seu luzidio currículo, não enfrentar o trabalho que ia lhe ser entregue se fosse empossado, se credenciar à reparação da agressão e continuar na posição iconoclasta bem arrimada(e arrumada). No poder, é claro. Quanto mais próximo está do poder, menos intelectual o intelectual é. Os dois casos comprovam.

As moradas dos governadores


O Blog do Estado vê com naturalidade o aluguel de casas ou apartamentos para servirem de residência oficial de governadores de estado, na ausência de prédios próprios para esse fim.

Quando Ana Júlia alugou uma mansão no condomínio Cristal Ville por 12 mil mensais houve críticas da oposição.

Agora, o governo do estado alugou uma outra mansão para que o governador Simão Jatene more lá com sua família, ao custo de 12 mil, também, e eis que surgem críticas da oposição.

Este Blog vai manter sua coerência: se não criticou Ana Júlia naquela ocasião,  porquê não fazer o mesmo com o Jatene?
 

Santarém terá praça do PAC


Dezessete municípios do Pará serão contemplados com as Praças do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), equipamentos sociais que vão integrar, em um mesmo local, atividades e serviços culturais; práticas esportivas e de lazer; núcleo de formação e qualificação para o mercado de trabalho; serviços socioassistenciais; e políticas de prevenção à violência e inclusão digital.

Até 2014, 800 praças serão implantadas no País, sendo 19 delas no Pará. Os municípios de Belém e de Ananindeua terão duas, cada um. Completam a lista paraense Abaetetuba, Altamira, Barcarena, Bragança, Breves, Cametá, Castanhal, Itaituba, Marabá, Marituba, Santarém, Tailândia, Tucuruí, Jacundá e São Félix do Xingu.

Jogo no Mangueirão teve somente 1 torcedor

Ferreira da Costa:

Pode parecer incrível mas foi verdade. 

O Mangueirão, com toda a sua imponência, abriu os seus portões para receber o jogo Independente x Santa Rosa, em um sábado à tarde, na data de 09.09.1989, válido pelo Campeonato Paraense de Futebol Profissional. 

O Independente venceu o Santa Rosa por 1 x 0, gol de Vítor. Arrecadação registrada: NCR$ 2,00. Total de público pagante: 1 torcedor. 

Seria bom a FPF fazer uma investigação e encontrar o heróico torcedor, premiando-o  pelo feito, com uma medalha de ouro, por ocasião do lançamento do livro que vai resgatar a memória do certame estadual de futebol do Pará, o quarto mais antigo do Brasil. 

O texto acima será publicado no livo "A História do Campeonato Paraense" a ser lançado pelo jornalista Ferreira da Costa, logo após o encerramento do Campeonato Paraense de 2011.