terça-feira, 12 de abril de 2011

Liz Taylor, nossa estrela


Lúcio Flávio Pinto:

Elizabeth Taylor era uma estrela. Dizer que foi a maior estrela da galáxia de Hollywood é pouco. Ela foi uma autêntica estrela do firmamento, um ser dotado de tanta luz que criou seu céu pessoal (brilhando mesmo quando esse universo degenerava em inferno).
 
Não era apenas por causa daqueles olhos sedutores e únicos, um luzeiro violeta que transformava os homens em Ulisses mitológicos, dispostos a tudo para continuar no rumo dessa luz (mas aos quais era preciso que se acautelassem, amarrando-se a cordas para não sair atrás da auto-destruição pelo canto da sereia hollywoodiana). Era toda a composição do rosto, a cútis, a expressão. Uma mistura de angelical e diabólico, de evidente e misterioso. Um festim e uma consagração.

Eu ainda usava calças curtas quando fiquei apaixonado – platonicamente, é claro – por aquela imagem projetada na tela no indispensável escurinho do cinema. Era a boneca viva, o modelo ideal da beleza pura. Dez anos depois, já adolescente e no underground, me maravilhei com ela, gorda, desaforada e desbocada, em Quem tem medo de Virgínia Woolf?, peça de Edward Albee que cresceu (fenômeno raro nessa transposição) ao passar para o cinema, graças a Mike Nichols. Elizabeth Taylor e Richard Burton não interpretaram papéis: levaram para a encenação sua vida real. Para mim, foi o momento máximo da atriz, raramente alcançado por qualquer outra em todos os tempos na arte da interpretação, que ela projetou ao nível mais alto.

Liz Taylor morreu, aos 79 anos, transfigurada pelos excessos, inclusive os de doenças. Mas quem prestou atenção a essa imagem final, que nunca foi de decadência? Como milhões dos seus fãs espalhados pelo mundo, lembrei tudo que ela acrescentou às nossas vidas, com sua beleza, suas palavras e sua condição de estrela solitária num cenário longínquo e íntimo.

Paysandu x Tuna, no mesmo horário de final da Copa do Mundo, tornou-se "a partida do silêncio"

Ferreira da Costa*
 
Quem marcou a partida válida pelo certame paraense, entre Paysandu e Tuna, pela Federação Paraense de Desportos, para a data de 17 de junho de 1962, não atentou para o detalhe de que no mesmo dia e horário o Brasil enfrentaria a Tchecoslováquia, jogo final do Campeonato Mundial de Futebol do Chile e o clássico paraense acabou sendo assistido por uma diminuta plateia, no estádio da Curuzu, com arbitragem de Orlando de Carvalho Pinto. Os torcedores, com seus radinhos de pilha estiveram atentos ao que o ocorria lá nos Andes, pouco ligando para os lances de Paysandu e Tuna. E os jogadores que se encontravam em ação a todo momento iam ao alambrado e consultavam torcedores para que informassem sobre o andamento da partida do Brasil contra a Tchecoslováquia... 
 
O jogo Paysandu x Tuna foi encerrado com o placar em 2 x 2 e na segunda-feira os jornais de Belém ignoraram a partida do certame local, abrindo suas páginas tão-somente para divulgar a vitória do Brasil sobre a Techoslováquia, por 3 x 1 e a conquista do segundo Mundial pelo Brasil, assim como sobre os festejos em todo o País pela grande vitória, o bi-campeonato mundial. Não saiu um linha de texto ao menos sobre o resultado de Paysandu e Tuna...
 
As escalações dos dois times foram conseguidas de edições jornalísticas anteriores ao jogo, que davam as prováveis equipes que se enfrentariam no domingo, 17.06.1962: Paysandu: Jorge; Olinto, Fiuza; Mangaba, Mauricio, Edilson; Pau Preto, Vila, Carlos Alberto, Quarentinha, Ércio. Treinador: Gentil Cardoso. Tuna: Apinagés; Gonçalves, Nonato; Chininha, Moraes, Iran; Eloi, Mário, Edilson, Valmir, Santiago.
 
Quais os autores dos gols ? Isso é um mistério, pois nada saiu na imprensa sobre a partida após a sua realização...
 
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* Divulgação do livro A História do Campeonato Paraense, do jornalista Ferreira da Costa, a ser lançado logo após a decisão do certame paraense de 2011, em parceria com a Federação Paraense de Futebol.

Equipe da TV Liberal é detida em serviço

Belém- Uma equipe da TV Liberal foi detida por policiais militares quando fazia uma reportagem sobre as péssimas condições da saúde na região do Acará. O repórter Guilherme Mendes, o cinegrafista Carlos Batista e o motorista-auxiliar Edmílson Luz foram abordados pelos policiais e conduzidos até a delegacia sob acusação de entrar na unidade de saúde sem autorização. A prisão aconteceu por ordem da diretora da unidade de saúde municipal.

Guilherme Mendes estava dentro da unidade quando foi abordado pelos policiais militares. O restante da equipe estava no carro, do lado de fora da unidade de saúde. Os policiais queriam levar o repórter dentro da viatura até a delegacia, mas desistiram quando Mendes disse que só iria se a situação fosse filmada durante todo o trajeto. Assim, ele seguiu no carro da TV liberal, que foi escoltado pelos PMs até a delegacia.

A equipe ficou detida por alguns minutos. Moradores da cidade e mototaxistas fizeram um protesto na porta da delegacia exigindo a liberação da equipe da TV Liberal.

Há tempos a TV Liberal recebe muitas denúncias de falta de médicos, medicamentos e péssimas condições de higiene no hospital municipal. Antes de ser detido o repórter Guilherme Mendes encontrou muitos pacientes à espera de atendimento, além de flagrar três ambulâncias quebradas no local. A única ambulância que estaria funcionando, estava parada na garagem do hospital.

Mendes ainda encontrou lixo hospitalar nos fundos da unidade de saúde, que começou a ser incinerado, quando funcionários perceberam a presença da reportagem.

O Sindicato dos Jornalistas se pronunciou sobre o caso repudiando qualquer ato de censura à liberdade de imprensa. 'A nossa assessoria jurídica já foi acionada, vamos entrar com uma ação judicial contra todos os envolvidos, por danos morais.', declarou a presidente do Sinjor, Sheila Faro.

Ela afirma que situações como essas prejudicam o profissional. 'Esse tipo de ação é prejudicial para imagem do profissional que está apenas trabalhando. O que a equipe estava fazendo era legitimar a situação pra mostrar à sociedade o que estava acontecendo com um órgão público',
Redação Portal ORM

Governo vai à Justiça contra a gestão de Ana Júlia


O governo de Simão Jatene vai à Justiça contra a administração anterior, da petista Ana Júlia Carepa. O motivo seria a aplicação, fora da lei, de parte dos recursos do polêmico empréstimo de R$ 366 milhões contraído pelo Estado do Pará junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no final do mandato de Ana Júlia. Após quase dois anos de discussão, a lei que autorizou o Estado a fazer a operação de crédito vinculou os recursos.
Conforme aprovado na Assembleia Legislativa do Pará, 51% do dinheiro seriam destinados às obras nos municípios, repassados por meio de convênios com as prefeituras. Outros 33% iriam para obras do Estado já em andamento; 11,5% seriam usados para atender as emendas parlamentares (R$ 1 milhão por deputado) e apenas 4,5% seriam de livre aplicação do Executivo.
O BNDES chegou a liberar, ainda no governo passado, duas parcelas do empréstimo. A primeira no valor de R$ 180 milhões e a segunda de R$ 90 milhões, o que soma R$ 270 milhões. O secretário de Planejamento, Sérgio Bacury informou ontem que a atual administração vai denunciar o contrato e não receberá os R$ 90 milhões restantes.
Segundo ele, ao receber as duas parcelas, a gestão anterior aplicou os recursos em desacordo com o que previa a lei. “O governo anterior gastou a torto e a direito como bem quis. Não seguiu a vinculação prevista. O governo pode tomar a decisão de ir à Justiça contra o governo anterior porque a forma como foi conduzida (aplicação dos recursos) não só trouxe prejuízo para o Estado, como para as prefeituras e para a população do Estado como um todo”.
PROBLEMAS
Há um mês, técnicos do BNDES estiveram em Belém para analisar as seis operações de crédito com o Pará, incluindo o empréstimo de R$ 366 milhões, e teriam informado sobre os problemas na prestação de contas. Na semana passada, houve nova reunião com a direção do banco e com Jatene, que estava acompanhado dos secretários de Planejamento, Sérgio Bacury; e de Fazenda, José Tostes Neto. Jatene anunciou então que o Estado iria interromper a operação dos R$ 366 milhões. Na prática, significa que os R$ 90 milhões não serão mais repassados.
O banco vai levantar o que foi aplicado, segundo a lei, e o que tiver sido aplicado em obras e serviços que não constem no projeto aprovado na AL terá que ser devolvido pelo Pará aos cofres da instituição. Bacury estima que o déficit seja de R$ 150 milhões.
Só para os municípios ainda faltaria repassar R$ 112 milhões. Para emendas parlamentares, foram destinados apenas R$ 10 milhões de um total de R$ 41 milhões. Como a parcela restante é de apenas R$ 90 milhões, mesmo que a recebesse, o governo não conseguiria atender aos investimentos exigidos pela lei. “Vamos pedir o parcelamento (do que o governo terá que devolver). O Estado está no prejuízo e os municípios, também”.
O ex-secretário de Governo Edilson Rodrigues explicou que a administração anterior ingressou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a lei aprovada na Assembleia. Ele confirmou que o governo acabou fazendo aplicações fora do que a lei autorizava.
“Nós tínhamos a convicção de que seria declarada a inconstitucionalidade e não podíamos esperar porque senão o governo ficaria parado. Havia escolas hospitais (dependendo dos recursos)”, disse, afirmando que o regulamento do próprio BNDES não permite que esses recursos fossem vinculados a gastos feitos por outros poderes e entes, como a Assembleia e os municípios.
Para Rodrigues, o atual governo está usando o empréstimo para fazer política partidária. “Se não fosse isso, poderia continuar a Ação de Inconstitucionalidade ou, como tem maioria na Assembleia, pedir a mudança da lei autorizativa e receber os recursos restantes, já que o Estado está precisando de investimentos”.
Prefeituras podem recorrer à Justiça
O governo anterior chegou a repassar dinheiro para alguns municípios, mas muitos não conseguiram aplicar porque os recursos chegaram aos cofres das prefeituras no dia 30 de dezembro de 2010 e todos os convênios com o Estado foram encerrados no dia 31 do mesmo mês. Bacury disse que não seria possível renovar os convênios porque o processo está “eivado de inadequações”.
Em reunião ontem com a Federação das Associações dos Municípios do Pará (Famep), o secretário anunciou a decisão de interromper a operação.
Presidente da Famep, o prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho, disse que a decisão do Estado não chegou a surpreender. “Já estávamos imaginando que isso poderia ocorrer. O que queríamos era ter uma posição clara, saber quais os cenários possíveis. Foi divulgado em cada município quanto receberia e o que estamos vendo é outra realidade e é importante que a população saiba disso”, disse Helder, afirmando que a entidade “compreende as razões do governo”.
Ele afirmou, contudo, que os prefeitos que se sentirem prejudicados poderão entrar na Justiça contra o Estado. “Houve quem fizesse obras contando com os recursos dos convênios e agora não vai ter como pagar. As construtoras vão cobrar as prefeituras e elas devem cobrar do Estado”, disse, afirmando que a decisão de ir à Justiça deve ser tomada caso a caso. (Diário do Pará)