quinta-feira, 28 de abril de 2011

Contraponto - A coluna semanal de Alailson Muniz

Operação Sentinela
O Ministério da Justiça resolveu retomar a Operação Sentinela em Óbidos. Homens da Polícia Federal já estão no município. O trecho do rio Amazonas que passa pela frente de Óbidos é o mais estreito de toda a sua extensão, caminho obrigatório para traficantes que trazem entorpecentes da Colômbia.

Operação Sentinela II
O ministério da Justiça tomou a decisão depois que a mídia nacional denunciou que uma nova droga, mais poderosa que o Crak, entrou no Brasil pela região Norte do país e pode ter passado por Óbidos para abastecer o Sudeste do país. A droga em questão é o Oxí.

Superintendência
Já foi instalada em Itaituba a mais nova superintendência de Polícia Civil do Oeste paraense. Com a medida, os trabalhos passam a ser descentralizados da superintendência de Santarém. A Superintendência do Tapajós, como foi batizada, é a 11ª do Estado e será comandada pelo delegado Edinaldo Souza. A área de jurisdição será sobre os municípios de Itaituba, Rurópolis, Placas, Trairão, Aveiro, Jacareacanga e Novo Progresso, e ainda no Distrito de Castelo dos Sonhos, pertencente ao município de Altamira.

Saneamento
A estação de tratamento de esgoto que começou a ser construída no bairro do Mapiri deve diminuir consideravelmente a poluição que é despejada no Lago do Papucu. A obra faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e retardar a extinção do lago, previsão feita por movimentos ambientalistas que lutam por sua preservação.

Gasolina cara
A gasolina santarena já figura entre as mais caras do Brasil. A gasolina mais cara do país está na faixa de R$ 2,99, valor da maioria das bombas dos postos de combustíveis de Santarém. O mesmo valor é cobrado nas bombas de gasolina de São Paulo, por exemplo, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP).

Novo pretenso
O vereador Emir Aguiar (PR) informou nesta semana que seu partido vai lançar candidato a prefeito de Santarém em 2012. A determinação é da Executiva Regional da sigla, cujo comandante é Anivaldo vale. Além de Santarém, o PR pretende lançar candidato a prefeito em Itaituba e Mojui dos Campos.

Nome para o PSM
O vereador Nélio Aguiar (PMN) sugeriu o nome do médico Dr. Fernando Branches para batizar o Pronto Socorro Municipal (PSM), inaugurado no ano passado. Projeto de Lei foi apresentado neste sentido ao legislativo santareno. "Ele foi um grande cardiologista e pesquisador na área da poluição mercurial no rio Tapajós, com relevantes serviços prestados ao município de Santarém", argumentou o parlamentar.

Obras
O secretário de obras do estado, Joaquim Passarinho pretende aumentar a estrutura da SEOP em Santarém. O objetivo é que a unidade possa licitar obra em todo o Oeste paraense.

Aniversário
O aniversário de Santarém será comemorado durante todo o ano. A dificuldade de a prefeitura receber as obras para serem inauguradas no dia 22 de junho contribuiu para a escolha desse formato de programação. Até o momento não se tem notícia de alguma obra que esteja pronta para ser entregue no dia do aniversário de Santarém.

Curso de Agroecologia
O Instituto de Biodiversidade e Florestas (IBEF) da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) realiza em Santarém, a partir do segundo semestre deste ano, o curso de especialização em Agroecologia na Amazônia, o qual visa a qualificar profissionais interessados em promover o desenvolvimento sustentável de comunidades rurais da região. Gratuito, o curso possui trinta vagas destinadas a graduados nas áreas de Ciências Agrárias e Ciências Biológicas. As inscrições serão realizadas no período de 16 a 20 de maio de 2011. As informações são da assessoria de comunicação da universidade.
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Coluna publicada na edição desta semana de O Estado do Tapajós

Lancha da viação Tapajós desaparece no rio Amazonas


 



Passageiros de uma lancha catamarã da empresa Viação Tapajós que vinha de Santarém para Monte Alegre passaram por um susto ontem (27) por volta das 17:30 horas. Uma pane supostamente no motor deixou a embarcação à deriva e em chamas.

De acordo com informações de passageiros da embarcação “Viação Tapajós” o problema com a lancha começou por volta das 17:30. Quando um dos passageiro observou uma fumaça saindo na parte trazeira da lancha e logo deu o alarme, chegando próximo a comunidade de Bom Jardim, já no município de Monte Alegre, o fogo logo tomou conta da lancha e só deu tempo dos passageiro colocarem o colete e pularem no rio amazonas. O camandante pediu apoio dos ribeirinhos através do rádio amador. os passageiros foram socorridos pelos ribeirinhos. Uma outra embarcação da própria aviação tapajós trouxe parte dos passageiros para Monte Alegre e o restante retornou para Santarém.

Os passageiros da lancha “Viação Tapajós” chegaram em Monte Alegre por volta das 21:00. E relataram que logo após uma explosão a lancha pegou fogo queimando totalmente e em seguida afundando no rio Amazonas com os pertences dos passageiros.
Não ouve vitima apenas danos matérias.
(Rádio Mirante)

Trânsito teve 28% mais acidentes e 25% mais mortes em Santarém

Aritana Aguiar e Alaison Muniz
Repórteres


Levantamento feito por nossa reportagem constatou que entre os anos de 2009 e 2010
aumentou o número de mortes em 25% e o número de acidentes em 28% no trânsito de Santarém. Foram 18 mortes em 2009 e 24 mortes em 2010. Já os acidentes saltaram de 463 em 2009 para 594 em 2010: um aumento de 28%. Os dados são do Policiamento de Trânsito de Santarém (PTRAN).
 
De acordo com a tenente Marnilza, comandante do PTRAN, aproximadamente 80% das pessoas que morreram nos acidentes pilotavam ou eram caronas em motocicletas. 

 
Até o final de março deste ano, sete pessoas já haviam morrido em acidentes de trânsito. O PTRAN ainda não tem os dados do mês de abril. Mas a reportagem encontrou pelo menos quatro mortes neste mês de abril, o que elevaria para 11 o total de óbitos neste início de ano. Mais da metade comparado a 2009 e quase a metade das mortes de 2010.

 
"Normalmente, os acidentes mais graves sempre são com motos, qualquer acidente por menor que seja na motocicleta ela tem uma proporção maior pela falta de proteção que o condutor tem, fica mais exposto ao acidente e sempre aliada há muita imprudência", explicou a tenente.

 
Em relação ao número de acidentes, a tenente explica que ainda o número pode ser muito maior. Ela diz que existem casos em que as equipes não conseguem chegar a tempo no local.

 
Outro dado que preocupa é a comparação no número de acidentes, do mesmo período do ano, de 2010 com 2011. No passado, foram registrados 31 e neste ano já foram 63 acidentes, mais que o dobro. A previsão é de que 2011 seja bastante violento se continuar do jeito que estar.

 
"Ano passado, foram 31 acidentes registrados, que envolvia 16 carros e 32 motos; março de 2011, 63 acidentes de trânsito, envolvendo 45 carros e 47 motos. A motocicleta fica muito desprotegida, no caso de veículos o carro pode ficar destruído, mas às vezes o condutor sai ileso", declarou a tenente.
Dos acidentes de trânsito registrados, a imprudência e responsável por quase 90%, que envolve avanço de sinal, avanço de preferencial e falta de atenção. A comandante assegura também que mais de 90% das vítimas fatais é pelo mesmo motivo.

 
Segundo a tenente, quanto maior a frota de veículos da cidade, maior o número de acidentes. "É diferente ter menos densidade de veículos circulando, numa rua em que o fluxo é intenso, por exemplo, todos os anos o local de maior acidente é a Sérgio Henn, por que ela é bem sinalizada, tem ciclovia, mas o fluxo de veículos é muito intenso, quase não se tem opção para ter acesso à Nova República e a grande área", explicou.

Indígenas Munduruku reúnem-se para discutir hidrelétricas no rio Tapajós

Nos dias 25 e 26 de abril de 2011, em um encontro organizado pela Associação Indígena Pussuru em parceria com o Fórum da Amazônia Oriental (FAOR), cerca de 70 indígenas Munduruku do Alto Tapajós, representantes de 19 aldeias, reuniram-se na Aldeia Saí-Cinza - Terra Indígena Saí-Cinza, Município de Jacareacanga no Estado do Pará, para debaterem sobre os impactos que o complexo hidroelétrico Tapajós/Teles Pires, caso venha a ser construído, pode causar em seus modos de vidas.

Para muito dos presentes no encontro, a sensação de medo ficou evidente, pois teme que, como em outras obras do PAC, às comunidades indígenas não sejam ouvidas e que tenham seus direitos constitucionais desrespeitados em benefício do consórcio empreendedor.

Flaviano Akay da Aldeia Trairão, foi enfático em afirmar que “Nós, Munduruku, não queremos de jeito nenhum este projeto, pois irá trazer problemas para nós e nossos filhos”. Osmarino Manhuary, capitão (cacique) da aldeia Jacarezinho, afirmou que ”nossos pensamentos são de dizer para o governo que nós somos os primeiros habitantes do Brasil, que nós somos verdadeiros brasileiros, por isso, não dá para o governo construir seu projeto sem consultar a comunidade indígena.

Para Francisco Saw, da aldeia Maloquinha, Rio das Tropas o encontro foi importante por que agora “nós todos estamos cientes sobre a barragem, por que foram mostradas no vídeo as conseqüências do projeto e os problemas que podem existir no nosso futuro”.

Ao invés de barragens nos rios, os indígenas propuseram que governo traga programas para beneficiar a comunidade em relação à saúde e a educação indígena, já que segundo um dos participantes do evento, “isso o governo não traz para as comunidades”. 

Durante o encontro foram exibido vários vídeos com depoimentos de pessoas atingidas (UHE de Estreito no Rio Tocantins) e ameaçadas (UHE de Belo Monte no rio Xingu) pela a construção de usinas hidroelétricas.

Ao final foi aprovada por unanimidade uma carta, com os principais posicionamentos dos Munduruku em relação as hidroelétricas, que deverá ser encaminhada a imprensa, MPF e órgãos governamentais.

Ciclo do Rio Amazonas faz Santarém ter calendário escolar diferenciado

Nas escolas da região de várzea, o ano letivo de 2010 termina nesta sexta.No período de cheia a água invade casas e escolas da comunidade.

Vanessa Fajardo  
Do G1, em São Paulo
As aulas do ano letivo de 2010 em 46 escolas de Santarém (PA) ainda não terminaram. O calendário da Secretaria Municipal de Educação prevê atividades até esta sexta-feira (29). Depois disso, os alunos entram em férias e retornam no início de agosto, quando começa o ano letivo de 2011. Quem manda neste calendário é o Rio Amazonas, que banha a cidade de 290 mil habitantes.
No período de cheia, a água invade toda a região de várzea, incluindo casas e escolas. Antes disso, o transporte escolar já começa a ser feito por barcos e lanchas. Por isso o recesso escolar é diferente das demais escolas da cidade, que seguem o ritmo tradicional e têm férias em julho e dezembro.

escola santarém  (Foto: Núbia Maria Ferreira Malcher/ Divulgação) 
Escola Odorico Liberal, em Santarém (Foto: Núbia Maria Ferreira Malcher/ Divulgação)
 
Na várzea, as escolas são de madeira e são construídas nos pontos mais altos, mas é comum haver perda de equipamentos ou material didático por conta da água. Antes do início do ano letivo, em agosto, às vezes é necessário promover reformas.
"Em algumas comunidades não há terra firme em nenhum lugar. A água vai engolindo tudo, por isso temos de obedecer o ritmo das água, não tem como lutar contra o rio", diz Lucineide Pinheiro, secretária de Educação de Santarém. A secretária estuda, junto ao governo federal, a criação de uma escola flutuante que funcionaria dentro de um barco.

escola santarém (Foto: Núbia Maria Ferreira Malcher/ Divulgação) 
Água invade escolas na região de várzea
(Foto: Núbia Maria Ferreira Malcher/ Divulgação)
 
A energia elétrica chegou a pouco tempo na região de várzea de Santarém, por meio de gerador, porém nenhum dos colégios possui computadores. Os professores que lá lecionam, no entanto, garantem que vontade de ensinar não falta.
"Nasci e me criei aqui, por isso conheço a necessidade dos alunos e da comunidade. É preciso haver compromisso com que a gente faz. Nós sabemos que estamos preparando pessoas e que não estivéssemos lá eles estariam com seu futuro comprometido", afirma Edinalda Pimentel Silva, de 43 anos, diretora da Escola Municipal São Jorge que reúne cerca de 300 alunos dos ensinos fundamental e médio.

Ednalda Pimentel (Foto: TV Globo/Reprodução) 
Edinalda Pimentel é diretora de escola municipal
que tem 300 alunos (Foto: TV Globo/Reprodução)

Nalda, como é conhecida na região, conta que já foi convidada a dar aulas em outros pontos da cidade, mas se diz "amarrada" no interior.
Para a diretora, o calendário diferenciado nas escolas da várzea garante um índice de evasão muito baixo.
"Se fôssemos acompanhar o período urbano, as crianças não viriam. Porque é perigoso. Além do mais, neste período, muitas famílias se mudam para áreas de 'terra firme'", comenta Nalda. Também é comum as crianças ajudarem os pais a pescar durante as férias.
Em 2009, reportagem do Bom Dia Brasil mostrou como as crianças vão de barco para as escolas à beira do Rio Amazonas; veja ao lado

Nalda diz que os alunos são interessados e que por mais que não possam contar com ferramentas tecnológicas no suporte às aulas, ela não acredita que haja defasagem em relação aos demais estudantes de Santarém. "Eles têm força de vontade grande, durante o ensino médio vão para o centro para fazer curso de informática e são motivados a trabalhar. Neste ano, duas alunas vão fazer faculdade. Fico muito feliz quando isso acontece."

escola santarém (Foto: Núbia Maria Ferreira Malcher/ Divulgação) 
Escola Santíssima Trindade, em Santarém (Foto: Núbia Maria Ferreira Malcher/ Divulgação)

Casa de várzea na Amazônia: da simplicidade à antena parabólica