sexta-feira, 8 de julho de 2011

Billy Blanco deixa à história da MPB suas "crônicas musicais"


José Augusto Pacheco 

O cantor e compositor paraense Billy Blanco faleceu na manhã desta sexta-feira (8), às 7h, aos 88 anos, vítima de parada cardíaca. O músico estava internado no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Pan-Americano, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. Desde outubro de 2010 sofria as consequências de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e, apesar do quadro estável, desde dezembro do ano passado não conseguia mais falar. O corpo está sendo velado na Câmara Municipal do Rio de Janeiro até as 22h, e deverá ser cremado neste sábado (09).

William Blanco Trindade, o Billy Blanco, é um dos compositores mais importantes da Música Popular Brasileira. Nasceu em Belém em 1924. Já aos 10 anos praticava poesia, fazendo suas redações em versos. Interessou-se pela música desde cedo, fazendo inicialmente paródias, com letras diferentes em músicas conhecidas.

A ida para o Rio de Janeiro lhe proporcionou gravar as primeiras músicas, o que não havia conseguido em São Paulo. Daí por diante, frequentando o meio musical, conheceu Dolores Duran, que o apresentou a Lúcio Alves, Dick Farney, Silvio Caldas, Isaura Garcia, Elizete Cardoso e Radamés Gnattalli. Seu primeiro sucesso foi “Estatutos da Gafieira”, cantado por Inesita Barroso, e regravado por vários cantores.

"Billy Blanco é um dos maiores compositores da MPB. Deixa alguns sambas antológicos, onde a ironia e o humor se sobressaem, como todo bom sambista da história da MPB. No entanto, apesar da morar há tantos anos fora do Pará, nunca perdeu a sintonia com a cultura e os valores da terra. Vou procurar homenagear a sua despedida com uma gravação histórica", declarou o secretário de Estado de Cultura, Paulo Chaves Fernandes. 

Billy foi parceiro de Baden Powell, Tom Jobim e Sebastião Tapajós, entre outros grandes compositores. Com Baden, compôs o clássico "Samba Triste", e mais de 50 gravações no exterior. Criou um estilo próprio, descrevendo com perspicácia as situações a sua volta, ora com humor (talvez sua face mais conhecida), ora no gênero exaltação; outras vezes, falando de amor e desilusão.

"Um baluarte, um desbravador. Desde os anos 50 compondo, seja com a turma da bossa nova ou com outros músicos. Cidadão do mundo, um compositor com material inédito, ainda a ser descoberto", destacou o músico Sebastião Tapajós, parceiro em mais de 60 músicas, pouquíssimas gravadas.
Crônicas - Quando Billy Blanco apareceu no cenário musical foi comparado a Noel Rosa, pela graça com que fazia crônicas musicais do Rio de Janeiro. Ele, que descreveu tantos personagens, também se tornou uma figura do Rio - andando sempre de branco, com um vasto bigode e rabo-de-cavalo por Copacabana.
“A obra de Blanco não se limita ao Pará. É um legado musical do Brasil e do mundo, que perde um artista fantástico, um compositor maravilhoso. Fica a missão cumprida de um espírito brincalhão. Uma obra que não será esquecida", assegurou o cantor e compositor Nilson Chaves.

Quando sofreu um enfarte, em 1995, o compositor conta que foi recusado na entrada do céu porque esqueceu o “passaporte carimbado”, e voltou para fazer mais “uns sambas pro povo”. De sua produção musical, com cerca de 500 músicas, 300 foram gravadas pelos mais respeitáveis artistas da música brasileira, como Maria Bethânia, Emílio Santiago, Zé Renato, Elis Regina, João Gilberto e as paraenses Lucinha Bastos Leila Pinheiro.

Justiça libera suspeitos de assalto ao Banco da Amazônia

Justiça libera suspeitos de assalto ao Basa  (Foto: Mauro Torres)
Depois de quase um mês sob prisão preventiva, os quatro suspeitos de terem assaltado a agência do Banco da Amazônia (Basa) em Rurópolis foram liberados pela Justiça na manhã de hoje (8). A liberação foi possível em razão da falta de provas e materialidade que pudessem incriminá-los e mantê-los presos.

Foram liberados o taxista Djalma Vidal Marinho, natural de Assis Chateaubriant, no Paraná. Domingos Sales Menezes Santos, de Manicoré, no Amazonas, o mecânico João Marcos Pedroso, de Toledo, no Paraná, e o mestre de obras José Donizete Gonçalves, de Rolândia, também no Paraná.
Embora tenham sido liberados, os quatro homens se sentem constrangidos em razão da exposição de suas imagens de forma negativa a nível regional e até mesmo nacional. O advogado Thiago Brasil, defensor dos acusados, disse que com a intervenção do magistrado de Rurópolis, a liberação foi possível diante da inconsistência das acusações. No entanto, o processo continua correndo e o advogado pode recorrer no caso de futuras acusações.

Entenda o caso
A agência do Basa no município de Rurópolis foi assaltada, na manhã do dia 06 de junho, por oito bandidos fortemente armados com metralhadoras e fuzis. Foram levados em torno de R$450 mil da agência. Seis pessoas foram levadas como reféns pelos assaltantes, entre elas o gerente, um funcionário e dois vigilantes da agência.

Policiais de Itaituba foram enviados imediatamente para a área do município com o objetivo de capturar os responsáveis pelo assalto. Mais tarde, quatro homens foram detidos na cidade de Jacareacanga sob suspeita de participação no assalto. Os quatro passaram quase um mês detidos na condição de suspeitos e foram liberados na manhã de hoje por volta das nove horas por decisão judicial.(Mauro Torres, da sucursal do Diário em Itaituba)

Advogado diz que OAB Pará chegou ao "limite da desmoralização"

Do Espaço Aberto
 
O advogado Sábato Rossetti também se manifestou revoltado com os procedimentos adotados pela Ordem e surpreso com os indícios de que teria havido até a falsificação da assinatura do vice-presidente da Ordem, Evaldo Pinto, numa procuração outorgada a uma advogada de Altamira.
 
Rossetti disse ao Espaço Aberto que pedirá ao grupo que apoiou a chapa OAB Independente, concorrente no último pleito da Ordem na condição de oposicionista, que se reaglutine para adotar uma postura clara - e firme - em defesa da imagem da instituição.
 
"Com mais de 30 anos de advocacia militante, eu nunca vi uma coisa desse nível acontecer na Ordem. Acho que a OAB do Pará, sob a atual direção, chegou ao limite da desmoralização. Esse episódio é uma vergonha para uma entidade como a OAB, que tem uma tradição história em defesa da democracia e da ética. A OAB lembra pessoas que derramaram seu sangue na época da ditadura, como foi o caso da dona Lyda [Lyda Monteiro da Silva, morta em 1980, durante o Atentado do Rio Centro]. Não é possível que uma entidade com essa história esteja sendo levada para esses rumos que nós estamos vendo", disse Sábato Rossetti.

Por-do-sol em Aramanai


Praia de Aramanai, município de Belterra, região Oeste do Pará.
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Localizado avião que desapareceu entre Óbidos e Oriximiná


Segundo o twitter do jornalista Ronaldo Brasiliense, o aviao bimotor que desapareceu entre Obidos e Oriximina no Parâ há 6 dias foi localizado. Há sinais de que há sobreviventes.

Um helicoptero da FAB vai se deslocar hoje de manha em busca de sobreviventes da queda do avião numa área inóspita da floresta. 

O museu do general Magalhães Barata



 Lúcio Flávio Pinto

Quando visitavam o palácio de Versalhes, nos arredores de Paris, em 1950, Dalila Ohana prometeu ao seu companheiro, o general Magalhães Barata, que criaria um museu para perpetuar sua memória na história paraense. Só concretizou esse compromisso 12 anos depois, quando o presidente do Instituto Histórico e Geográfico, coronel Josué Freire, cedeu-lhe uma das salas na sede do chamado sodalício (até hoje em processo de restauração).

As peças do museu, inaugurado em 1962, três anos depois da morte de Barata, eram apenas “móveis modestos”, que estavam em sua casa durante seus dois últimos mandatos como governador, de 1943 a 1946 e de 1956 até sua morte, no exercício do cargo, em 1959. Dalila estava consciente de que essas peças podiam ser adquiridas “por qualquer família da classe média”, mas tinham para ela um valor sentimental muito grande, fazendo-a recordar cenas “pitorescas ou tristonhas”.

Mas por que só esses poucos móveis? Porque foi o que lhe restou depois que ela foi obrigada a abandonar a casa na qual vivia com o companheiro. “Nem mesmo os calçados, gravatas, suspensórios foram poupados no saque praticado em minha casa, residência privada do ex-governador, por pessoas inescrupulosas, que aqui vieram apenas com esse objetivo”. E mais não disse porque tudo dissera no livro que lançara pouco tempo antes.

Barata (2)

No discurso que pronunciou durante a solenidade, a segunda mulher de Barata reclamou da falta de apoio dos seus amigos e de outros “baratistas”, incluindo o então governador Aurélio do Carmo, a quem tinha ofertado a espada do militar: “nem assim consegui interessá-lo”, confessou. Dalila criticou o “desamparo criminoso de quem tinha mais do que dever – obrigação – de zelar pelos pertences do gen. Barata: o Sr. Moura Carvalho”.

Lembrou-se da advertência que seu companheiro lhe fizera: “Quando eu morrer, ninguém mais se lembrará de mim, e muitos darão até graças a Deus pelo meu desaparecimento”, previu Barata. Sem razão. Ou sem toda a razão. Dalila Ohana ainda pôde agradecer a quatro pessoas que contribuíram para o surgimento do museu: Adriano Pimentel, Camilo Porto de Oliveira, Carlos Freire e Josué Freire.