quinta-feira, 21 de julho de 2011

Frentes iniciam campanha pela redivisão do Pará


Foram lançadas na manhã de hoje (21), num evento conjunto, no Hotel Hilton, em Belém, as frentes Pró-Estado de Carajás e Pró-Estado do Tapajós.
Faltando 144 dias para que os eleitores paraenses expressem, nas urnas, se desejam a divisão do Estado para a criação de duas novas unidades da federação (Carajás e Tapajós), as frentes que vão comandar as campanhas a favor e contra a medida começam a ganhar forma.
O marqueteiro que comandou a campanha que levou Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em 2002, Duda Mendonça, está a frente da campanha para a divisão do Pará e disse que essa não será uma separação, mas uma união dos três Estados. Em defesa da campanha, Mendonça diz que a divisão do Estado trará mais recursos para a região Norte, assim como mais representação nas bancadas federais.
Durante o evento, foi divulgado o jingle e o slogan da campanha, que será: "Diga sim para os três Estados, diga sim para essa união".
Hoje à tarde, às 16h, será lançado o movimento que dará origem à frente contra a criação de Carajás, no Hotel Crowne Plaza. Ontem, foi feito o registro, em cartório, da “Frente Suprapartidária em Defesa do Pará Unido”, que será presidida pelo chefe da Casa Civil do governo do Pará, Zenaldo Coutinho, até agora o principal porta-voz do movimento antisseparatista.
O plebiscito será realizado no dia 11 de dezembro. A campanha nas ruas inicia dia 13 de setembro, e 11 de novembro começa a campanha no rádio e na TV. ( Diário do Pará Online)

Norte Energia compra área de desmatamento ilegal e incentiva especulação em Altamira

EcoAmazônia


Funcionários colocam tapumes em área 
adquirida a preço superfaturado
A Norte Energia S.A (Nesa), empresa dona da concessão da hidrelétrica de Belo Monte, adquiriu uma área que foi desmatada de forma ilegal recentemente na cidade de Altamira, para instalar um centro de treinamento de mão de obra. Além disso, a empresa pagou pelo terreno de 27 mil metros quadrados cerca de 300% acima do valor que está sendo praticado pelo mercado local. Para piorar, o centro de treinamento vai ficar longe do centro de Altamira e congestionar ainda mais o trânsito na saída da cidade.
A reportagem de Ecoamazônia obteve, com exclusividade, documentos que comprovam a transação. A área está localizada na estrada que dá acesso ao 51º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), distante mais de cinco quilômetros do centro de Altamira, próximo a um conjunto residencial. O terreno foi desmatado no ano passado pelos antigos donos sem autorização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) ou dos órgãos ambientais do Estado e do Município, e de acordo com a legislação, não poderia ser usado para edificações.
Desmatamento em terreno invadido 
próximo a área adquirida pela Nesa
A cidade de Altamira possui atualmente dezenas de grandes áreas urbanas que não estão sendo usadas e que foram desmatadas há décadas, portanto, não haveria necessidade da Norte Energia adquirir um terreno de desmatamento recente. Isso poderá incentivar o desmatamento de outras áreas, como o que vem acontecendo bem próximo do terreno da Nesa,  onde um grupo de moradores invadiu uma área e está colocando mata nativa no chão, incentivados pela valorização dos terrenos próximos ao local onde a Nesa constrói o seu centro de treinamento.

Uma justificativa plausível para adquirir um terreno tão longe e desmatado sem autorização seria um preço baixo.  Mas é ai que entra um ingrediente ainda mais inexplicável desta história. A Nesa pagou pelo terreno R$ 2,7 milhões, ou R$ 100,00 o metro quadrado. A reportagem apurou que áreas bem mais próximas do centro da cidade estão sendo oferecidas por até R$ 20,00 o metro quadrado. A empresa pagou um valor mais de 300% acima do mercado, e por um terreno bem mais distante.
A aquisição da Nesa, como era de se esperar, disparou ainda mais o valor dos imóveis na cidade, que já vinham sofrendo uma explosão absurda nos preços.  Após a informação sobre a compra milionária da Norte Energia se espalhar pela cidade, o valor pego pelo metro quadrado está servindo de referência para os donos de imóveis. Agora, imóveis que estavam à venda por valores que oscilavam entre R$ 8,00 a R$ 20,00 o metro quadrado já estão sendo oferecidos  pelos mesmos R$ 100,00 pagos pela Nesa.