sexta-feira, 4 de maio de 2012

A biografia rasgada de Almir Gabriel



Lúcio Flávio Pinto


O ex-governador Almir Gabriel foi destaque na propaganda institucional da prefeitura de Belém na televisão. Apareceu na tela sendo recebido no PTB pelo dono do partido, o prefeito Duciomar Costa, que lhe fez festa. A cena pode ser entendida como propaganda fora de época, já que Almir é o pré-candidato do Partido Trabalhista Brasileiro à sucessão de Duciomar. Se o fato ficar caracterizado, pode custar a candidatura de Almir, por impugnação à justiça eleitoral. O alcaide também pode ser denunciado por desvio de finalidade: a propaganda oficial não é para promover políticos, nem mesmo o chefe da comuna, principalmente quando não está no cumprimento do seu dever de ofício, como no caso.

Ninguém atentou para a impropriedade ou foi uma armadilha para descartar a problemática candidatura de Almir Gabriel? Só o tempo poderá responder. Desde já, contudo, pode-se lamentar esse epílogo de biografia do ex-prefeito de Belém. Completamente desligado do seu passado, da coerência e do bom senso, ele cede sua imagem para quem dela quiser fazer uso, desde que imagine tirar algum proveito do episódio.

Foi Almir quem repassou à prefeitura (então de Edmilson Rodrigues) as máquinas usadas no programa da macrodrenagem das baixadas de Belém, ao fim da sua execução. O mesmo Almir aplaudiu a controvertida licitação de duas semanas atrás, quando a prefeitura entregou de vez o que sobrou dessa frota para a empresa que dela vinha fazendo uso, sem controle, com a suspeita de jogo de cartas marcadas e cultivo de laranjas que não são plantadas na terra, mas germinam com um simbolismo argênteo.

Sem falar no detalhe de que um médico com diploma verdadeiro posa ao lado do seu padrinho, o “médico” de diploma falsificado, que o doutor Almir apoiou para o elevado voo senatorial e do qual, agora, depende para esse sonho (ou ilusão) de voo rasteiro pela eleição municipal.

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